DIVERSIDADE: UM MAR DE FOGUEIRINHAS

O Brasil é por excelência o país da etnia. E esta diversidade não se apresenta apenas em sua forma orgânica, no DNA ou no biótipo de cada cidadão brasileiro, como discute atualmente a Epigenética, ela também se reflete em nossa cultura que é extremamente heterogênea e de uma riqueza ímpar. A própria construção e assimilação do conhecimento já é, em si, um processo diversificado, como Howard Gardner já evidenciou, através de sua teoria das inteligências múltiplas. E com tanta diversidade reunida, ficam questionamentos como: como proceder? Como propiciar? Como construir? Como educar?

Tendo como base as questões levantadas no parágrafo anterior, podemos dizer que o processo educativo, foi idealizado e elaborado enquanto elemento de sistematização, padronização de temas, conteúdos, ações e procedimentos, reunidos no documento “Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para Educação Básica”, consolidado e garantido pelo Estado através do papel da escola, que vem com a complexa missão de oferecer a este povo diversificado uma equalidade de condições, no que diz respeito ao acesso, propiciando, o direito a todos, sem distinção de etnia, crença, cultura, entre outros fatores.

O tema da diversidade é bem explorado também no texto “O mundo” de Eduardo Galeano, presente no livro “O livro dos abraços”. Neste conto o autor emprega a metáfora da chama para definir o ser humano na alegoria “um mar fogueirinhas”. De acordo com o autor, cada chama é diferente da outra, revelando grande diversidade. Entretanto, este autor toca em um ponto que vai além da questão da diversidade: a questão da influência, ou melhor dizendo, da “boa influência”, da “boa referência”, do “parâmetro ideal”. Assim deve ser o ambiente escolar e seus educadores, professores, gestores e outros agentes, pois, dentro de uma escola, todos ensinam e todos aprendem.

Os docentes têm que ser semelhantes às chamas e, ou, pessoas que “incendeiam a vida com tamanha vontade que é impossível olhar para elas sem pestanejar, e quem chegar perto pega fogo”, como diria Galeano. A escola deve partir sim do contexto cultural e da diversidade de cada aluno. Porém, mais do que isto, é importante que esta promova uma ampliação de valores de tolerância e respeito à alteridade que a diversidade traz. Portanto, na escola se processa uma via de mão dupla: um trabalho de aceitação, respeito e valorização das diferenças e da diversidade e, ao mesmo tempo, um trabalho de equalização e uniformidade de condições, garantidas, principalmente, pelos parâmetros curriculares nacionais da Educação básica.

TRABALHO DE FACULDADE: ARTIGO

ANDRÉ LUIZ RAPHAEL - PROFIRMEZA - MONGE OCIDENTAL

2013