Atitude e resignação
O que é melhor? Às vezes empacamos na solução de problemas por não discernirmos as coisas. O que é melhor, ferir contando a verdade ou mascarar o problema e deixar o outro iludido? Eu, por exemplo, conheço uma pessoa que, já agora entrante ne terceira idade, ainda pensa que seu pai, já falecido, foi seu pai biológico e isto não corresponde à verdade. Imagina a reação dela quando souber, se souber, por meu intermédio, que nunca conheceu o pai verdadeiro? Não faria muita diferença agora, mas, e o coração, como é que fica? É uma situação realmente perturbadora. Mas penso que levaremos para o túmulo, tanto eu quanto ela, esta verdade. Penso que será melhor assim, pois não poderia prever sua reação caso soubesse. Confesso que não tenho essa coragem.
Dei um exemplo de como certas situações da vida são capazes de nos deixar completamente embaraçados. Contudo, sempre tive como lema a verdade, embora mesmo, às vezes, a verdade nos impõe limites. Nunca é bom mentir, mas isso também é relativo. Há mentiras que podem salvar vidas e outras que podem nos livrar de dores e sofrimentos evitáveis. O ideal é nunca magoar, enganar nem fazer sofrer um irmão por causa de uma mentira; nesse caso é pecado grave. Ser autêntico e verdadeiro deve ser o nosso lema. Uma vida feliz passa pelas ações corretas do dia a dia e isto inclui nunca mentir, a não ser em casos como os que foram explicados. Imagina, por exemplo, dar uma notícia trágica a um doente grave se é totalmente possível prolongar ou até salvar sua existência, por meio de palavras sábias, embora não cem por cento verdadeiras. Penso que é bem melhor assim. Ele vai se acalmar, vai pensar positivamente sobre seu estado e essa atitude mental o influenciará, podendo até trazer a cura, antes considerada impossível.
Tudo que estiver em nosso alcance para a soluções dos diversos problemas da vida deve ser posto em prática; somente assim a força de Deus se manifesta com intensidade. É como eliminar do caminho, pela força do homem, a pedra que escondia o corpo de Lázaro e deixar o resto a cargo d’Aquele que realmente possui a sabedoria. Complicamos muito frequentemente nossa própria vida ao buscarmos, no desespero, soluções paliativas desvinculadas do apoio espiritual para, só depois do sofrimento, que poderia ter sido amenizado e da desesperança passarmos a pensar em Deus e buscá-lo como salvação definitiva.