Massacre dos Professores: A segunda dose. 1988, 2015

Há 27 anos a história se repete e o clima de indignação absoluta e revolta se concentra no Estado do Paraná. Em agosto de 1988 policiais militares escalados para acompanhar os direitos dos servidores da área educacional, jogaram cavalos, cães e bombas de efeito moral contra os professores que protestavam por melhores salários e condições de trabalho na Praça Nossa Senhora de Salette, em Curitiba.

Em 1988 o acontecimento foi marcado na então gestão do Governador e hoje Senador Alvaro Dias. Assim seu destino político prevalece em 2015, com a atual governança de Beto Richa que foi reeleito nas últimas eleições logo em primeiro turno, ambos do partido tucano PSDB.

De acordo com pesquisas o Governador do Paraná perdeu totalmente a condição de governar, pela sua forma de desgoverno com o professorado e sua polícia cívica violenta, o governador só permanece no cargo graças ao apoio da imprensa paranaense e nacional, que tem sua forte vocação em manipular e persuadir boa parcela de brasileiros, aproveitando assim o cenário político em que se encontra o país das próximas olimpíadas que ocorrerá no Rio de Janeiro em 2016.

O protesto de 2015 têm diferenças com as daquele ano. Naquela época, a greve já durava duas semanas sem que as duas partes, governo do estado e Associação dos Professores do Paraná (APP), chegassem a um acordo. Os professores lutavam por um piso salarial assim como ocorre no cotidiano dos professores de Minas Gerais, em meio a uma inflação que corroía os salários rapidamente. O que ocorre no Estado do Paraná restá em xeque-mate ou seja uma quadrilha que elevou repasses de empresa estatais para acionistas privados, e os professores sendo assaltados, pois suas reivindicações eram acompanhar as seções de votação de um projeto do governo, que mexe no fundo de previdência dos servidores públicos.

Há diferenças ainda em relação a polícia Militar no grau de violência na década de 80 que o número de professores feridos foram pouco mais de uma Dezena, agora o número de feridos no cerco violento contra os educadores na Assembléia foram mais de 170 de manifestantes atingidos por disparos e outras agressões, tais como: Spray de pimenta, bombas de gás lacrimogênio e até um helicóptero disparando bombas do alto sobre os professores que, em suas mão carregam armas como; Giz, lápis, caneta, papel, cartaz e giz de cera. Muitos feridos gravemente.

Alguns avanços ocorreram após aquele dia de violência nos anos 80. Houve conquista do piso salarial nacional, o plano de carreira para docentes, o aumento na periodicidade dos concursos públicos e o direito à hora-atividade, tempo destinado ao preparo das aulas fora de sala.

Os atos de 1988 e 2015, mostra que o governo anterior tinha dificuldade de lidar com a pressão dos servidores, já na atual forma de governo existe uma forte inabilidade em lidar ou negociar com os servidores.

A agressão contra os professores é estúpida, violenta, cruel,imbecil, idiota e desnecessária, pois os servidores observara nada mais o projeto de lei que altera a fonte de pagamento de cerca de 30 mil beneficiários para o Fundo Previdenciário. em pleno século XXI depois de lutas muito importantes pela democracia estamos vivenciando um momento terrível como esse, um aparato policial de guerra, com helicóptero voando baixo derrubando barracas e ameaçando retirar os professores que lutam contra a retirada de seus direitos. Infelizmente, os professores receberam a segunda dose amarga por reivindicar o que têm de direito. Assim como em 1988 a história política e educacional ficará marcada pelos episódios de 2015.

Sineimar Reis
Enviado por Sineimar Reis em 30/04/2015
Reeditado em 30/04/2015
Código do texto: T5225235
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