PROFESSOR, ASSUMA SEU PAPEL!

Por mais que se discutam as perspectivas de aprendizagem, os novos rumos da Educação, o emprego das novas tecnologias e tudo o que mais houver de novidade na tentativa de transformar o cenário educacional, nada será diferente, nem evoluirá, se o professor não tomar como responsabilidade dele o trabalho em sala de aula. A mudança deve começar pelas atitudes diárias desse profissional.

Uma coisa é a discussão. Outra é a ação comprometida. Discute-se o que é moderno, o que é melhor para o aluno, o que pode ser tratado e qual a melhor forma, mas na realidade da escola, o que se vê são modelos que se repetem e aulas cansativas. Os conteúdos seguem o disposto nos livros didáticos e os professores, em geral, não se dispõem a complementá-los com atividades mais atrativas, que prendam a atenção dos alunos, e que, efetivamente tragam algum aprendizado. Alguns justificam a falta de tempo para preparação de material de apoio, o que não parece convencer, pois, muitas vezes o professor dá aulas para várias turmas do mesmo ano/nível, o que implicaria um único esforço para atividades que se reproduziriam.

Há também um ponto intrigante: a imagem de “coitadinho” que se criou para o professor. Todos lamentam, reclamam do salário e das condições de trabalho, o que não deixa de ser pertinente, mas, por outro lado, há casos de professor que se tivessem aumentado seus rendimentos em dez vezes, não necessariamente apresentaria melhora no seu desempenho.

Não se vê a categoria dos professores reivindicando aumento nos indicadores de aprendizagem dos alunos. As reivindicações são sempre voltadas para benefícios próprios. Não se organizam paralisações para questionar o problema da alfabetização, por exemplo. O que não só o professor, mas todos os agentes envolvidos, como governo, sociedade e escola esquecem, é que o objetivo da educação é a formação do aluno; é a sua preparação para a sociedade.

Não sou nenhuma expert no assunto, pelo contrário, estou aprendendo, e por isso tenho meus questionamentos. Observo um lado e outro, considerando a responsabilidade de cada um. Mas insisto na ideia de que é no professor que está a chave para a mudança. E enquanto ele não tomar posse do seu papel, pode acontecer o que for (mudança de gestão, reformas nas escolas, aumento de salários, concessão de novos benefícios), nada vai ser diferente, continuaremos com a baixa qualidade na educação dos nossos alunos e com os indicadores aquém do esperado.

Maria Celça
Enviado por Maria Celça em 23/04/2015
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