Já tentou calcular o que o Brasil investe em Educação, naquilo que se refere à escolaridade? Não tente. Não conseguirá chegar à verdade. E se chegar, passará por susto comprometedor. Gastamos muito em educação escolar. Em todos os graus do ensino.
Para aproximar o montante desse gasto precisamos somar as duas vertentes básicas de onde procedem as contribuições para tamanho investimento.
De um lado, o dinheiro oficial, isto é, o que a Federação, os Estados e os Municípios depositam como combustível monetário para a promoção do ensino. Envolvendo, além dos três níveis administrativos, os três graus clássicos do ensino ( 1º, 2º e 3º) e suas extensões para as áreas dos aperfeiçoamentos (pós graduação, mestrado, doutorado, pesquisas).
De outro, a contribuição da sociedade para as escolas particulares, onde estuda a maioria de nossa clientela estudantil. Incluindo-se aí, como disse, os três graus do ensino, além de não se esquecer a rebarba desse gasto com viagens, moradias, refeições e material escolar.
O topo desse gasto somado ultrapassa de longe o nosso pico da Neblina e atinge o Everest. E é o mesmo povo que se vê obrigado a essa dificílima escalada, uma vez que o chamado dinheiro oficial brota dos mesmos bolsos de onde sai o dinheiro para o ensino particular.
Muito bem. E o resultado desse investimento? Onde está aquilo que seria o resultado da equação custo-benefício?
Pagamos por aquilo que não temos e não recebemos por aquilo que pagamos. Mas continuamos a investir, pois se trata de um processo compulsório. Não há como escapar.
Desde o golpe militar de 64, nosso ensino vem sofrendo uma avalanche de mudanças, todas elas produzidas pelo Ministério da Educação ou com o seu aval. Mudanças que vieram modificar radicalmente todo o sistema escolar. Não me lembro de nenhuma delas que tenha sido para melhor. Mudava-se pelo impulso de mudar, sob a inspiração de acordos internacionais ou porque a moda obrigava. O leitor sabe que a moda é como o movimento das marés...
Aos que duvidam dessa afirmação eu pergunto: os que se formam hoje sabem mais do que os que se formavam antes desse período? Os diplomas de hoje têm mais significado que os de ontem? A cultura, no seu sentido vertical, cresceu ou se atrofiou? Os professores de hoje são melhores que os do passado?
As escolas, comparadas ao passado, estão muitíssimo melhor equipadas. Mas não basta. Não é a panela que faz a comida. É o cozinheiro.
É claro que em todas as esferas repontam as exceções. Mas é melancólico admitir que as qualidades do ensino passaram para as exceções, enquanto que os resultados medíocres se tornaram rotina.
As leis, em progressão, alimentam a displicência dos alunos e, em contrapartida, dificultam a vida dos professores com exigências, formalidades, às vezes até ameaças, impondo-lhes, além de tudo, que concordem, querendo ou não, com a massificação de um alunado inteiramente satisfeito em ter um diploma , e completamente desinteressado com o aprendizado própriamente dito. Sou casado com uma professora do ensino médio de tempo integral e sinto o seu drama diáriamente...
Ora, A escola que não reprova é escola que não ensina, pois revela incapacidade de discernir entre conhecimento e ignorância. Assim como não se pode pensar em educação sem o alicerce da disciplina.
Pior que isso é o preço social. Onde a comunidade é obrigada a arcar com profissionais mal formados e incapacitados naquilo em que o diploma lhes garante direitos.
Não critico escolas, pois entre elas há as que merecem elogios e as que merecem censuras. Critico o sistema, esse sim, todo voltado para dados estatísticos, como se quantidade fosse capaz de substituir qualidade. Ao mundo, à ONU, à UNESCO, ao MEC, talvez interessem saber quantos alunos passam pelas nossas escolas. Mas a nós, brasileiros, interessa somente saber quanto esses alunos cresceram em cultura e cidadania.
É isso aí. Ou se dá às escolas, todas elas, fisionomia e estrutura de escolas, ou continuaremos a pagar alto preço por um produto que jamais chegará às nossas mãos.
Para aproximar o montante desse gasto precisamos somar as duas vertentes básicas de onde procedem as contribuições para tamanho investimento.
De um lado, o dinheiro oficial, isto é, o que a Federação, os Estados e os Municípios depositam como combustível monetário para a promoção do ensino. Envolvendo, além dos três níveis administrativos, os três graus clássicos do ensino ( 1º, 2º e 3º) e suas extensões para as áreas dos aperfeiçoamentos (pós graduação, mestrado, doutorado, pesquisas).
De outro, a contribuição da sociedade para as escolas particulares, onde estuda a maioria de nossa clientela estudantil. Incluindo-se aí, como disse, os três graus do ensino, além de não se esquecer a rebarba desse gasto com viagens, moradias, refeições e material escolar.
O topo desse gasto somado ultrapassa de longe o nosso pico da Neblina e atinge o Everest. E é o mesmo povo que se vê obrigado a essa dificílima escalada, uma vez que o chamado dinheiro oficial brota dos mesmos bolsos de onde sai o dinheiro para o ensino particular.
Muito bem. E o resultado desse investimento? Onde está aquilo que seria o resultado da equação custo-benefício?
Pagamos por aquilo que não temos e não recebemos por aquilo que pagamos. Mas continuamos a investir, pois se trata de um processo compulsório. Não há como escapar.
Desde o golpe militar de 64, nosso ensino vem sofrendo uma avalanche de mudanças, todas elas produzidas pelo Ministério da Educação ou com o seu aval. Mudanças que vieram modificar radicalmente todo o sistema escolar. Não me lembro de nenhuma delas que tenha sido para melhor. Mudava-se pelo impulso de mudar, sob a inspiração de acordos internacionais ou porque a moda obrigava. O leitor sabe que a moda é como o movimento das marés...
Aos que duvidam dessa afirmação eu pergunto: os que se formam hoje sabem mais do que os que se formavam antes desse período? Os diplomas de hoje têm mais significado que os de ontem? A cultura, no seu sentido vertical, cresceu ou se atrofiou? Os professores de hoje são melhores que os do passado?
As escolas, comparadas ao passado, estão muitíssimo melhor equipadas. Mas não basta. Não é a panela que faz a comida. É o cozinheiro.
É claro que em todas as esferas repontam as exceções. Mas é melancólico admitir que as qualidades do ensino passaram para as exceções, enquanto que os resultados medíocres se tornaram rotina.
As leis, em progressão, alimentam a displicência dos alunos e, em contrapartida, dificultam a vida dos professores com exigências, formalidades, às vezes até ameaças, impondo-lhes, além de tudo, que concordem, querendo ou não, com a massificação de um alunado inteiramente satisfeito em ter um diploma , e completamente desinteressado com o aprendizado própriamente dito. Sou casado com uma professora do ensino médio de tempo integral e sinto o seu drama diáriamente...
Ora, A escola que não reprova é escola que não ensina, pois revela incapacidade de discernir entre conhecimento e ignorância. Assim como não se pode pensar em educação sem o alicerce da disciplina.
Pior que isso é o preço social. Onde a comunidade é obrigada a arcar com profissionais mal formados e incapacitados naquilo em que o diploma lhes garante direitos.
Não critico escolas, pois entre elas há as que merecem elogios e as que merecem censuras. Critico o sistema, esse sim, todo voltado para dados estatísticos, como se quantidade fosse capaz de substituir qualidade. Ao mundo, à ONU, à UNESCO, ao MEC, talvez interessem saber quantos alunos passam pelas nossas escolas. Mas a nós, brasileiros, interessa somente saber quanto esses alunos cresceram em cultura e cidadania.
É isso aí. Ou se dá às escolas, todas elas, fisionomia e estrutura de escolas, ou continuaremos a pagar alto preço por um produto que jamais chegará às nossas mãos.