Educação pública em tempos de redes sociais
Nos tempos do século XXI, a educação deve ser ampliada para todas as classes sociais, desde que desenvolva uma gestão moderna, buscando a melhoria dos indicadores sociais, admitindo profissionais com perfis adequados da área, que possam oferecer indicações de possíveis soluções, colocando em prática as teorias absorvidas nas fases acadêmicas, favorecendo as estratégias operacionais na área de planejamento e avaliação aplicados à Educação, na área de Gestão da Educação e Redes Sociais.
Os desafios são cada vez maiores para a responsabilidade do Estado, num cenário que precisa dar respostas mais, rápidas, estruturadas e fundamentadas no planejamento estratégico da educação, a fim de melhorar as tomadas de decisões, com delegações para lideranças profissionais responsáveis e de formação na área de gestão, que motivem as equipes no entendimento de procedimentos, muito além da cultura organizacional, como um desafio diário que requer acompanhamento específico, estimulando o engajamento e o autodesenvolvimento dos estudantes.
Como as Redes Sociais podem ajudar nesta pesquisa? Somente a gestão da educação com parâmetros claros e de fácil acesso poderá mostrar na prática que a inclusão social não pode servir simplesmente com quantitativos, se não forem gestadas todas as etapas, desde a valorização dos atuais atores sociais, suas origens, forma de acesso, poder econômico e distinção de grades curriculares, valorizando as diferenças, a partir da educação pública básica no Brasil, a fim de se verificar a qualidade dos resultados e a inclusão social e educativa. A Educação à Distância é o caminho, tanto pela facilidade de oferecer maior quantidade de acesso, quanto pela redução de custos operacionais para a Universidade.
Para Belloni (2002) a EaD, precisa ser gerida de modo a incorporar fundamentos educacionais que, entre outros aspectos, considerem a “autonomia do aluno [...] no processo de aprendizagem; [...] mediatização intensiva [e] a flexibilidade institucional e pedagógica”.
Será importante que exista um modo de manifestação constante dos estudantes e educadores, como ferramenta moderna de acompanhamento e avaliação das atividades educacionais, podendo ser oferecidos instrumentos de correção de rumos e melhoria de parâmetros.
Se conseguirmos entender e facilitar um modo mais simples de acesso da população mais pobre às universidades públicas brasileiras, poderemos passar a educação para outro patamar, principalmente na região Nordeste, pelas suas peculiaridades e enfrentamento de diversos problemas sociais gerados pelas desigualdades. Sempre que a cultura de um País passa por enfraquecimento de conteúdos acadêmicos, os governos deslocam a população estudante para as escolas técnicas, onde a resposta é mais imediata quantitativamente, além de ser necessária como mão de obra para o sistema econômico do País.
Precisamos entender o fenômeno da redução de vagas e a evasão da população pobre das universidades públicas, através da gestão da educação, buscando oferecer novas oportunidades de acesso e melhor qualificação dos profissionais da área de educação.
O que o Estado pode fazer para despertar mais o interesse dos estudantes pelas disciplinas, e o que fazer para que os docentes possam ensinar com maior motivação? Observa-se, mesmo que ainda seja de forma empírica, que os filhos de advogados estão fazendo faculdade pública de direito, assim como os filhos de médico fazendo medicina, os filhos de engenheiros fazendo engenharia, e os filhos de odontólogos, fazendo odontologia, por exemplo. Como alguns deles entram até nas vagas das cotas?
Por falta de vagas nas faculdades públicas, isso pode estar influenciando de alguma forma os demais estudantes quando buscam as faculdades particulares, com os incentivos do FIES, por exemplo?
A gestão da educação deve ser feita dentro de parâmetros clássicos, como é o caso do PODC – Planejamento, Organização, Direção e Controle, da teoria de Henry Fayol, e acréscimo de ferramentas modernas, como sugere Libâneo (2003) a Formação continuada e a Avaliação nas dimensões pedagógicas, que não podem ser desprezadas, sob pena de se reproduzirem no próprio sistema de ensino as mesmas condições que geram ou potencializam a exclusão social.
Se não for possível fortalecer a articulação entre educação, desde o fundamental, passando pelo ensino médio chegando até o nível superior entre os segmentos interligados, com desenvoltura, troca de informações, acompanhamento e um melhor padrão de estudo, certamente a frequência continuará baixa e a evasão escolar continuará alta, até mesmo na academia, pela dificuldade de cumprir as grades das disciplinas ou até mesmo entendimento da importância para a sua dignidade e cidadania.
Se o Estado continuar estimulando somente os cursos técnicos, estará oferecendo apenas a informação, como um conjunto de dados que carregam um sentido e significado para uma atuação específica e muitas vezes até rotineiras, porém se quiser gerar o conhecimento, poderá combinar, de forma homogênea e dinâmica, as experiências acumuladas e a formação de valores críticos para a sociedade.
O uso de redes sociais em instituições educacionais, com suas tecnologias, e ferramental de interfaces não terá muita dificuldade, se os educandos tiverem um bom conhecimento para lidar com elas. A universidade pública precisa continuar desenvolvendo programas de formação continuada para os docentes, combinando atividades presenciais e à distância, para atualizações constantes das reflexões sobre a prática pedagógica do educando, e a capacidade de uso das ferramentas.
Deve ser feita a gestão específica, para que se possa facilitar a criação do conhecimento, numa melhor interação de grupos, principalmente, nas redes sociais.
A gestão moderna da educação passa por várias abordagens e ferramentas com ótimos resultados, se for bem gerenciada, mostrando a importância da educação como instrumento de transformação de uma sociedade dinâmica, enfatizando continuamente o aprendizado, desde que seja acompanhado e repensado sempre, desde a própria didática atual e objetiva, no contexto das pesquisas das mais novas tendências no mundo globalizado, cada vez mais digital e conectado na Internet.
A Tecnologia da Informação e Internet são como uma trilha e não um trilho, onde se pode indicar boas referências e caminhos para o sucesso da política de educação universitária, facilitando o acesso ao ensino superior, difundindo a importância do meio para que se obtenha bons resultados com qualidade e inovação, tornando possível um gerenciamento na dimensão digital.
Deve-se buscar parceiros de grupos de pesquisa em educação universitária, de desenvolvimento da Educação Básica e Superior, de Gestão Educacional e formação de Gestores em educação, e Desenvolvimento local Sustentável, por exemplo, para que se encontre o melhor rumo, utilizando o melhor prumo, a fim de se construir parâmetros de controles que possam determinar a condição social de segmentos pobres da população que não estão sendo levados a usufruir do seu status de cidadania plena, se lhes faltam o acesso à Academia, por falta de base na educação preparatória.
Espera-se que as Instituições públicas de educação possam se abrir em busca de ouvir mais a população e os professores, a fim de descobrir novos caminhos na melhoria de troca de informações, a partir de uma melhor gestão da burocracia na educação pública, possibilitando a adoção de políticas sociais mais direcionadas aos atores sociais, e melhor orientação aos professores, a partir da análise das informações coletadas, compartilhadas com as autoridades públicas da educação, a fim de facilitar o direcionamento das ações, numa gestão democrática da escola pública, com suas concepções e implicações legais e operacionais, conforme está bem explicitado em Dourado (2006) no Livro Gestão da Educação Escolar.
A burocracia do Estado, se bem administrada, poderá indicar um bom Planejamento, orientar a Organização, estabelecer os Dirigentes e conferir os resultados, através dos controles, sem excessos, a fim de não atrapalhar o andamento. Cabe ao Estado, como uma das instituições dominantes da sociedade, facilitar a construção de identidades coletivas, oferecendo oportunidades iguais de cidadania, através do conteúdo educacional.
Uma das principais abordagens que pode melhorar a qualidade da educação pública superior será a gestão do sistema como um todo, porém particularizado em cada fase, a fim de evitar a contínua exclusão, mesmo que estejam sendo encetadas práticas de inclusão no sistema educacional público, com as facilidades de financiamentos, incentivos e cotas, como políticas sociais compensatórias e de inclusão. Os resultados já são animadores, mas poderão ser melhores? Se tivermos vontade política, com certeza.
Portanto, a gestão da educação deve ser planejada, articulada, atualizada e acompanhada desde o ensino fundamental, mesmo sabendo da sua complexidade. Se não for determinante para a melhoria, com certeza poderá oferecer elementos de reflexão e indicação de instrumentos adequados na direção de uma mudança educacional ainda mais cidadã e inclusiva, ou não manteremos os registros do passado, nem administraremos a construção do presente e ainda estaremos destruindo o que poderia ser as boas perspectivas do futuro do Brasil.