EDUCAÇÃO: Um problema estrutural ou cultural?

O Problema da Educação é ESTRUTURAL OU CULTURAL?

Neste ponto irei aqui apoiar meus conceitos e minhas teses no discurso de Viviane Mosé e em minha Experiência como EDUCADOR. O Que define uma ESTRUTURA são as peças que a compõe dando sustentabilidade e organização a um determinado SISTEMA. Já o que define uma CULTURA basicamente é o conjunto de COSTUMES e HABITOS dos mais diversos complexos que dão autonomia e característica a uma SOCIEDADE, permitindo que esta tenha uma IDENTIDADE própria.

Partindo do Principio que uma SOCIEDADE é um SISTEMA que possui uma IDENTIDADE é preciso amarrar estes conceitos de ESTRUTURA e CULTURA conjugando e misturando essas ideias para extrair um signo que exponha a capacidade de uma SOCIEDADE se reinventar.

Sendo assim, o problema da Educação esta nos Hábitos, costumes e na Estrutura de um sistema que não se apoia sem a MECANIZAÇÃO do pensamento, ou seja, não se reinventa. É a velha TEIA QUE NOS PRENDE que controla e limita a arte de pensar. Volto aqui ao MEC-USAD que atualmente é o que impera em nosso sistema Educacional e faz-se por completo um auxilio e por que não um VÍRUS impregnado no DNA da Estrutura Educacional, disseminando suas ideias mecânicas e criando uma CULTURA comercial e Individual.

A Filosofa contemporânea Viviane Mosé abre um discurso interessante sobre as varias linhas que tangenciam e cruzam o eixo da ESCOLA e da EDUCAÇÃO no Brasil de Hoje.

O Seu discurso é apoiado na Estrutura da Escola, onde ela codifica o DNA da educação e o traduz para o modelo que é aplicado hoje; Uma Escola refém do Estado, onde a preocupação É em transformar os alunos em PRODUTOS comerciais. Cada qual com seu CHIP ou CÓDIGO DE BARRAS implantado em seu intimo. Este é o Valor que a Educação emprega; um valor meramente comercial.

O Discurso metafórico usado pela filosofa nos traz a possibilidade de olhar o ambiente escolar de uma maneira mais aprofundada, sem deixar de ser ampla. Ela conduz o espectador a imaginar a ESCOLA como uma PRISÃO em sua totalidade e cita alguns exemplos básicos e fáceis de associação, desmistificando e dissolvendo totalmente qualquer ideia utópica que nos foi passado até hoje de que a escola é um ambiente de ENSINO e preparação para a VIDA. Nesta fala a palestrante reforça o modelo arbitrário de que somos alvo, o MODELO ESTRUTURAL que nos INCAPACITA para a vida na falsa ideia de nos preparar para o mercado de trabalho.

Outro ponto interessante do Debate é quando a filosofa indaga o espectador com o MODELO FISICO e nada maleável da ESCOLA que não conversa com a sociedade. Neste ponto ela sugere que os assuntos que rodeiam a escola sejam trazidos para dentro da sala de aula para promover o despertar do olhar CRITICO dos alunos. Ponto este que acredito ser FUNDAMENTAL no processo como um TODO, no sentido de ausência da ARTE de PENSAR e na escassez do PRATICAR o APRENDER, sendo que como a filosofa aponta é preciso redescobrir a ARTE de APRENDER que tanto faz falta aos DOCENTES de hoje.

A Absorção de CONTEUDO só é completa quando este tem uma função de TOCAR e SENSIBILIZAR o SER e nesse ponto acrescento que é preciso quebrar o modelo TÉCNICO, SEGMENTADO e FANTASIOSO da educação e propor um modelo pautado no DIALOGO com a sociedade como um TODO. Aproveito e cito aqui o caso de uma escola do PIAUI (Ver reportagem do Fantástico -TV Globo - Link no fim deste Artigo) que conseguiu esta façanha e é exemplo para o BRASIL de como podemos dissolver o MODELO FÍSICO da Educação.

O Discurso de Viviane Mosé nos dá uma base para entendermos o que se tornou a EDUCAÇÃO e a Escola de Hoje. Se fizermos um paralelo do Hoje com o período pós-descobrimento (1540), onde os Jesuítas tinham como função catequizar os índios, inserindo um MODELO pautado na religião e exploração de mão de obra escrava, embora a Igreja naquela época não assumisse os índios como escravos, pois os recompensavam com “bugigangas europeias”, veremos que hoje o Modelo da Educação é pautado no COMERCIAL e na formação de mão de obra assalariada, onde o governo apenas presta uma assistência à população com programas de subsistência básicos. No entanto vemos que mudam-se as MOSCAS, mas o Estrume continua o mesmo.

A Filosofa propõe uma visão mais ROMANCEADA e HUMANA da Educação, a fim de ESTIMULAR o desenvolvimento do que é humano, do que é ético, do que é palpável. A Proposta da Filósofa, ao criticar os mecanismos que nos levam a este estado de sucateamento da Educação, é pautada principalmente nas ideias do CONFUCIONISMO que em suas mais diversas correntes prega acima de tudo uma vida com base em valores morais e éticos.

O Sistema tem que virar sua ótica para a maleabilidade da Educação afim de torná-la mais humana e abrangente, pois todos os alicerces estão hoje fincados no concretismo e imediatismo forçando uma sociedade individual e consumista. Como bem apresenta o grande Educador Paulo Freire e o KBÇA POETA fez bem em comentar em um de meus posts anteriores, aqui se pratica a PEDAGOGIA DO OPRIMIDO. A Estrutura finca raizes na ineficiência da ARTE DE PENSAR, por isso se pratica a Educação Industrial hoje em dia.

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Atribuo esta interessante discussão e provocação de discussão ao sempre inteligente Paulo L S Costa.

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Aos que lerem este texto peço que reserve mais 22min e 02 seg de seu tempo para assistirem o vídeo da palestra de Viviane Mosé sobre a Educação e a Escola de Hoje.

Link: http://www.youtube.com/watch?v=p3O6yjuG8wg

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Abaixo o Link da Reportagem da Escola do Piaui.

http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2014/03/escola-publica-de-cidade-do-piaui-tem-alunos-motivados-e-otimos-resultados.html

Falcone
Enviado por Falcone em 31/10/2014
Reeditado em 31/10/2014
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