" Alomorfia"
Confesso que esse assunto que trata dos alomorfes em Língua Portuguesa me fascina,mas ao mesmo tempo me deixa intrigada achando que ´além de ser muito abstrato não consigo entender o porquê da divisão.Por que não grafar as palavras conforme as pronunciamos sendo a língua um instrumento de comunicação?Por que não deixar de lado tamanha complicação?Mas, como nossa Língua não é estática precisamos estar sempre atentos. É preciso, também, tentar assimilar esses processos se não nossos gramáticos ficam furiosos e além do que seremos taxados de medíocres!
De acordo com o dicionário, alomorfia significa passagem de uma forma para outra diferente, metamorfose’. Sendo assim, quando há alomorfia existe uma mudança apenas na forma, porém conserva-se função e significado daquele fonema. A alomorfia é a mudança na forma de um morfema.
Para entendermos melhor, vejamos as ocorrências do prefixo IN-: infeliz, incomum, indubitável, inconstante, etc. Percebemos que em todos os casos o fonema tem a mesma função, a de negar o significado da palavra que vem em seguida a ele. Acontece, porém, que também temos as palavras imoral, ilegal, ilícito, irrepreensível, às quais é acrescido o prefixo I-, que tem exatamente o mesmo significado que IN. Não é coincidência. Neste caso, o prefixo IN sofreu uma alomorfia, uma mudança de forma, e pode ser identificado através de dois ALOMORFES: IN e I.
Alomorfes são, portanto, as diferentes formas que um mesmo morfema pode adquirir ao sofrer o processo de alomorfia. Esta mobilidade, este processo de mutação constante na língua ocorre por conta de uma das suas principais características: o dinamismo da língua. Como ela não é parada, estática, vemos muitas mudanças ocorrerem todos os dias, cada vez que alguém cria uma palavra ou expressão nova, ou cada vez que utiliza de maneira inusitada aquela palavra comum, à qual todos já estão acostumados.
Esse processo não é novo e nem exclusivo dos morfemas. Assim como acontece na MORFOLOGIA, também acontece na FONOLOGIA, um processo idêntico, porém envolvendo os sons das palavras, os FONEMAS. Quando um mesmo fonema aparece com dois sons diferentes, dizemos que ele sofreu uma ALOFONIA, e cada um dos sons que ele assume é, pois, chamado de ALOFONE.
Alomorfia é a variação de um morfema sem mudança no seu significado. Em "infeliz" e "imutável", por exemplo, tanto "in" quanto "i" indicam negação. Para se estabelecer a forma básica, utilizam-se dois critérios: o estatístico (qual das variantes é a mais freqüente) e o da regularidade (caso os Alomorfes apresentem a mesma freqüência). Voltando ao exemplo acima, como "i" só ocorre diante de determinadas consoantes (l-, m- e r-), "in" será considerada a forma básica. No caso dos morfemas de modo e tempo no futuro do presente do indicativo (-ra- e -re-), é necessário utilizar o segundo critério, visto que ambos ocorrem com a mesma freqüência (três vezes). Como, estatisticamente, os morfemas modos-temporais apresentam, no português, a forma básica em –a e a variante em -e, têm-se -ra- como forma básica e -re- como variante. Podemos ver ainda que, havendo uma forma isolada e outra que só ocorra junto a um novo elemento, a primeira deve ser considerada a forma básica. Cita o autor chapéu e chapel- (em chapelaria e chapeleiro) como exemplos.
Vejamos ainda a diferença entre morfema e morfe. Para alguns autores, o primeiro é uma entidade abstrata e o segundo, sua concretização. Assim, retomando o exemplo infeliz e imutável, há, na verdade, um morfema de negação que se realiza através dos morfes in- ou i-. Todavia, para maior simplicidade na descrição, não haverá, aqui, rigor na distinção entre os termos morfema e morfe, sendo considerada a forma básica o morfema, e os demais alomorfes.Conseguiste entender? Pois é, esses são os entraves da nossa amada Língua!
Confesso que esse assunto que trata dos alomorfes em Língua Portuguesa me fascina,mas ao mesmo tempo me deixa intrigada achando que ´além de ser muito abstrato não consigo entender o porquê da divisão.Por que não grafar as palavras conforme as pronunciamos sendo a língua um instrumento de comunicação?Por que não deixar de lado tamanha complicação?Mas, como nossa Língua não é estática precisamos estar sempre atentos. É preciso, também, tentar assimilar esses processos se não nossos gramáticos ficam furiosos e além do que seremos taxados de medíocres!
De acordo com o dicionário, alomorfia significa passagem de uma forma para outra diferente, metamorfose’. Sendo assim, quando há alomorfia existe uma mudança apenas na forma, porém conserva-se função e significado daquele fonema. A alomorfia é a mudança na forma de um morfema.
Para entendermos melhor, vejamos as ocorrências do prefixo IN-: infeliz, incomum, indubitável, inconstante, etc. Percebemos que em todos os casos o fonema tem a mesma função, a de negar o significado da palavra que vem em seguida a ele. Acontece, porém, que também temos as palavras imoral, ilegal, ilícito, irrepreensível, às quais é acrescido o prefixo I-, que tem exatamente o mesmo significado que IN. Não é coincidência. Neste caso, o prefixo IN sofreu uma alomorfia, uma mudança de forma, e pode ser identificado através de dois ALOMORFES: IN e I.
Alomorfes são, portanto, as diferentes formas que um mesmo morfema pode adquirir ao sofrer o processo de alomorfia. Esta mobilidade, este processo de mutação constante na língua ocorre por conta de uma das suas principais características: o dinamismo da língua. Como ela não é parada, estática, vemos muitas mudanças ocorrerem todos os dias, cada vez que alguém cria uma palavra ou expressão nova, ou cada vez que utiliza de maneira inusitada aquela palavra comum, à qual todos já estão acostumados.
Esse processo não é novo e nem exclusivo dos morfemas. Assim como acontece na MORFOLOGIA, também acontece na FONOLOGIA, um processo idêntico, porém envolvendo os sons das palavras, os FONEMAS. Quando um mesmo fonema aparece com dois sons diferentes, dizemos que ele sofreu uma ALOFONIA, e cada um dos sons que ele assume é, pois, chamado de ALOFONE.
Alomorfia é a variação de um morfema sem mudança no seu significado. Em "infeliz" e "imutável", por exemplo, tanto "in" quanto "i" indicam negação. Para se estabelecer a forma básica, utilizam-se dois critérios: o estatístico (qual das variantes é a mais freqüente) e o da regularidade (caso os Alomorfes apresentem a mesma freqüência). Voltando ao exemplo acima, como "i" só ocorre diante de determinadas consoantes (l-, m- e r-), "in" será considerada a forma básica. No caso dos morfemas de modo e tempo no futuro do presente do indicativo (-ra- e -re-), é necessário utilizar o segundo critério, visto que ambos ocorrem com a mesma freqüência (três vezes). Como, estatisticamente, os morfemas modos-temporais apresentam, no português, a forma básica em –a e a variante em -e, têm-se -ra- como forma básica e -re- como variante. Podemos ver ainda que, havendo uma forma isolada e outra que só ocorra junto a um novo elemento, a primeira deve ser considerada a forma básica. Cita o autor chapéu e chapel- (em chapelaria e chapeleiro) como exemplos.
Vejamos ainda a diferença entre morfema e morfe. Para alguns autores, o primeiro é uma entidade abstrata e o segundo, sua concretização. Assim, retomando o exemplo infeliz e imutável, há, na verdade, um morfema de negação que se realiza através dos morfes in- ou i-. Todavia, para maior simplicidade na descrição, não haverá, aqui, rigor na distinção entre os termos morfema e morfe, sendo considerada a forma básica o morfema, e os demais alomorfes.Conseguiste entender? Pois é, esses são os entraves da nossa amada Língua!