CRIANÇAS, SEMENTES DE PAZ

Uma ação que deve ser empreendida por nós é a de darmos a devida atenção e assistência às nossas crianças, já que elas, através do que recebem do mundo e de nós, construirão o amanhã.

Crianças abandonadas e maltratadas pelas pessoas se revoltam, e muitas crescem cheias de ódio e agressividade, atacando e revidando os maus tratos que receberam. São protagonistas de uma trama mal desenvolvida. Ao crescer nas ruas, entre garotos violentos ou em um lar desestruturado, uma criança terá todas as chances de se tornar uma pessoa rancorosa e infeliz.

Hoje em dia, lamentavelmente, muitas de nossas crianças estão perdendo o amor pelos animais, pelas pessoas, pela natureza e pela vida. Algumas, não ouvem nem sequer falar de Deus. Muitos pais, com uma filosofia de vida um pouco desvirtuada, mal têm tempo para dar um abraço e um beijo em suas doces crianças, de brincar com elas no jardim ou em um campo, de fazer um passeio pelas ruas e tantas outras diversões saudáveis. Com isso, a educação de nossas crianças fica a mercê da TV, da Internet, dos jogos e sites inadequados e de diversos outros formadores de caráter iníquos. Desde muito cedo, está se cobrando da criança dedicação aos estudos escolares, construção de um futuro material e inserção no mercado de trabalho tão competitivo. Não podemos ser contra ao fato de os pais quererem o melhor para seus filhos, mas o que estão querendo é o melhor?

Os pais devem ensinar e incentivar seus filhos a trabalharem desde pequenos. É claro que não se pode cobrar deles o desempenho de um adulto e deve-se tratar uma criança com seriedade e não com severidade. Uma criança, dentro de seus limites, pode e deve sim trabalhar. O que não podemos é querer que ela tenha o melhor salário, acima de qualquer coisa, ou deixar que ela fique o dia todo em frente a um aparelho de TV ou computador, assistindo filmes, programas e jogando jogos que vão estimular seus instintos bestiais.

Evidentemente, nem toda mídia é desfiguradora de valores educativos. Nesses meios de comunicação, temos bons programas e entretenimentos elucidativos. O que acontece é que as crianças estão receptivas para as influências e as sugestões externas, e no atual estágio evolutivo do cenário da vida que atravessamos, as de calibre inferior são as mais noticiadas ou buscadas. Daí, se alguém lhes disser que andar com uma arma é correto e normal, elas acreditarão, e se os pais não estiverem participando de suas vidas, não saberão o que elas estão aprendendo e fazendo. São dadas a elas roteiros de vida produzidos por mentes e corações voltados para o obscurantismo. Assim, são dirigidas e distribuídas às piores situações, que ficam sendo responsáveis por elas e as educam de forma violenta. É como se uma coleira ou um chip fossem colocados nelas, envolvendo-as. Elas, agora, obedecendo ao comando de seus donos, agem violentamente.

A situação chega a esse ponto porque quando os pequeninos sentiram vontade de brincar, de terem o pai e mãe do lado; quando tiveram a necessidade de conversar sobre sexo, sobre seus sonhos e suas vidas, os pais não estavam por perto. Então, eles procuraram alguém, que lhes ofereceram um cigarro, um copo de bebida alcoólica para relaxar ou uma dica que os inseriram no submundo.

Todavia, essa conduta pode ser modificada. Ao encontrarem alguém que comece a lhes falar do outro lado da vida, de bom comportamento, de segurança, toda essa agressividade vai desaparecendo, fazendo com que se tornem dóceis e sensíveis.

A educação infame, que deixa os pequeninos agressivos vem da seguinte linha de pensamento: “Peguem eles (o ser humano) jovens e as possibilidades serão infinitas". Essas possibilidades são infinitas tanto para coisas libertinas quanto para as íntegras. Através da educação dada a uma criança, ela poderá se tornar um ser humano bom, bem educado, pacífico, dedicado, consciencioso e feliz ou poderá se tornar um ser humano violento, agressivo, rebelde, desleixado, dependente químico e triste. E em se tratando dessa educação, nos referimos não apenas à participação ativa dos pais na vida de seus filhos, do diálogo, das orientações, da pregação de se ter consideração pelos demais, do afeto, mas também da colocação de limites, do valor do trabalho honesto, dos cuidados à saúde, do respeito e da preservação do meio ambiente, que é fonte e manutenção da vida.

E quanto ao futuro?

Alguns pais querem realizar seus sonhos em cima de seus filhos, e muitas vezes, antes de nascerem, seus destinos já estão traçados por eles. Um quer que o filho seja cantor, o outro jogador de futebol, basquete, vôlei. O outro quer que o filho seja ator, ginasta, médico, advogado, ou qualquer outra profissão que lhes deem status. Pobres crianças! Já nascem tendo que ser os reflexos dos sonhos materialistas de frágeis pais. Daí, então, se tornam maus profissionais que tinham sonhos mais modestos, porém nobilíssimos, como ser um cozinheiro, pedreiro, professor, caminhoneiro ou qualquer outro sonho ou aptidão brotados dentro deles e não enxertados em suas mentes.

Qual é o mal que pode haver em ter um filho ou filha que exerça a profissão de gari, um varredor de rua, um auxiliar de pedreiro, jardineiro, secretária, professora ou qualquer outra função? Alguns pais se sentem humilhados com a possível situação humilde de seus filhos e traçam normas e caminhos que eles têm que seguir. Só que, futuramente, as decepções vêm: Insatisfação com a profissão, infelicidade nos negócios, depressão, fuga para o mundo das drogas, casamentos desfeitos, porque alguns pais, não satisfeitos em escolher a profissão de seus filhos, querem também determinar com quem vão se casar, desde que o escolhido tenha uma família tradicional, fazendas, terras, um bom saldo bancário e tantos outros requisitos fundamentais para um bom investimento financeiro, apenas. Resultado: Infeliz na família, na profissão e na vida conjugal... Quantas desilusões.

Enquanto não houver uma conversão de valores materiais para valores espirituais, éticos e morais, o resultado será sempre o mesmo.

Estamos esquecidos que as raposas têm as suas tocas, os lobos seus covis e o filho do homem não tinha onde repousar sua cabeça.

Maria, a mãe do Nazareno, não se preocupou em nenhum momento que Jesus fosse um doutor, como muitos da época. Ela simplesmente deixou que fosse Ele mesmo. Preocupou-se, como toda boa mãe, com sua segurança, mas respeitou a liberdade de escolha de seu amado filho. Entendeu que os filhos são criaturas que Deus, nosso pai, coloca sob nossa responsabilidade para os guiarmos, orientá-los, mostrando a que ponto cada caminho pode levar.

É papel dos pais, entre os demais, conversar com seus filhos sobre todos os assuntos, inclusive sexo, ensinando que sexo deve ser com a pessoa certa, no lugar certo e na hora certa. Qual é a pessoa certa? Aquela que você ama e a quer sempre do seu lado. Qual é o lugar certo? Em um ambiente familiar, tranquilo, e não em prostíbulos, ambientes de orgia e baderna. Qual é a hora certa? O momento em que os dois querem.

Devemos ensinar aos nossos filhos e alertá-los para que tenham amor pelos animais, porque nossas crianças aprenderão com nossos exemplos e imitarão nossos atos.

Muitos filhos crescem achando que seus pais são seus escravos e são obrigados a lhes darem tudo o que pedem. Alguns outros são incapazes de ajudar nas tarefas da casa, facilitando e ajudando aos pais nesses afazeres tão cansativos. Foram acostumados a ter tudo nas mãos e não foram despertos sobre a necessidade de viver em família, onde tarefas precisam ser divididas, responsabilidades adquiridas e compromissos assumidos.

Não é nenhuma vergonha varrer uma casa, lavar louças ou lavar o banheiro. Isso demonstra humildade e gratidão. Por isso, desde cedo, deve-se ensinar aos nossos filhos a cuidarem de uma casa para que não cresçam achando que tudo tem que chegar à mão, pronto. As crianças precisam brincar, estudar, mas precisam de ter suas consciências despertas para suas responsabilidades na construção de um novo mundo.

E nós filhos, devemos gratidão e reconhecimento por nossos pais, esses seres que nos ajudaram a retornar à vida física. E mesmo que não sejam aqueles que gostaríamos que fossem, não podemos deixar de admitir a importância deles em nossas vidas. Nossa mãe ou alguém que um dia nos amamentou, nosso pai ou qualquer outra pessoa que nos deu sustento, carinho e amor merecem nossos agradecimentos, e graças a esses gestos e a nossa proposta de mudança, toda revolta e infelicidade, que às vezes carregamos conosco, irão se desfazer, e nos tornaremos criaturas serenas e amorosas. Todos nós, um dia, assim seremos.

Sou tão pequenino, frágil como a flor;

Sou uma criança, preciso de amor.

O que será que serei quando crescer?

Só posso ser o exemplo de você...

Não me dê o mundo, me dê só o seu carinho,

Sua companhia, não posso viver sozinho.

Ame a natureza que com você vou aprender;

Nossas vidas se completam,

E hoje venho aqui pra te dizer:

Eu preciso ser amado, viver minhas fantasias,

Quero ter a minha infância, amanhã é outro dia...

Não coloque a culpa em mim, o mundo eu não posso erguer;

Eu te amo de verdade, isso é felicidade.

Vê se lembra de jamais me esquecer

O menino Deus, na manjedoura nasceu,

Foi criança pobre, mas feliz ele cresceu

Porque teve amor e o afeto de seus pais;

Não quero mais guerra, quero só viver em paz!

Partindo do autoconhecimento, do conhecimento e reconhecendo a necessidade premente de entender e cuidar do espírito na infância corporal, para que tenhamos adultos reformados, é estarmos prontos para plantar, cultivar e produzir cem por um; a frutificação nasce de uma simples e pequenina semente. Eis que o semeador saiu a semear...

Com o ensino, os cuidados e o amor que as famílias e a sociedade ministram no dia a dia a uma criança, ela se tornará um anjo do bem.

A infância é a oportunidade concedida ao espírito para que os vícios sejam extintos e as virtudes florescidas. O papel dos pais e da sociedade é o de trabalhar para que isso se cumpra. Quando retiradas do meio lúgubre em que se encontram e forem dadas atividades saudáveis a elas, serão fundadoras de um novo mundo cuja filosofia deverá ser aquela que consiste na ideia em que todos se afinizem com o bem. Assim, elas serão retiradas desse movimento ondulatório que tem como objetivo a divulgação e a vivência de princípios destrutivos. Tendo contato com ensinamentos que possibilitem a iluminação espiritual, os pequeninos terão êxito na sublime tarefa de construção de um habitat pacífico, tornando-se cristãos.

Criança: Esperança e símbolo de uma Pátria, futuro brilhante de uma Nação.