Nascimento das Ciências Humanas.
Nascimento das Ciências do Espírito.
As Ciências do Espírito ou Ciências Humanas demorou-se um pouco mais para o seu aparecimento no mundo acadêmico. Sendo completamente diferentes das Ciências da Natureza, as Ciências do Social, só toraram-se autônomas a partir do século XIX.
A questão colocada para os formuladores da nova Ciência, qual o objeto epistemológico que deve ser estudado, o que de fato deve ser conhecido, posteriormente qual o caminho metodológico que deve ser seguido, com a finalidade de chegar a uma possível objetividade do conhecimento aplicado a referida Ciência.
Seguindo o caminho proposto por Wilhelm Dilthey, epistemologicamente devem seguir dois procedimentos básicos em referência as distintas Ciências: quando a metodologia for da explicação ou da compreensão dependendo a natureza das Ciências.
Destacam-se, portanto, duas tendências em análise: a positivista e a hermenêutica, o que poderiam ser denominadas de naturalismo e humanismo. A etimologia hermenêutica vem do grego, cujo sentido, aplica-se a arte da interpretação, o que poderá ser realizado apenas nas Ciências do Espírito.
A segunda Ciência tem que ser compreendida diferentemente, devida sua natureza exata, obedece a leis distintas sem variabilidades ligadas ao seu campo.
A grande questão que a ideologia positivista é utilizada nas Ciências da Natureza, com grande eficiência possibilitando a mesma certa objetividade, por esse motivo, teóricos procuram positivar as Ciências do Espírito, como se fosse possível obter o mesmo resultado.
O que eles não percebem pela obtusidade das ideologias, que as duas Ciências têm essências diferentes, a da natureza resulta de regras fixas, sendo do espírito por variáveis diversas do campo cultural.
Desse modo é um erro epistemológico aplicar a tendência positivista nas Ciências do Espírito, o positivismo historicamente se remonta a Augusto Comte como também Stuart Mill entre outros, sendo que no século XIX, influenciaram profundamente as Ciências do Espírito em seu nascimento e formulação.
Os positivistas desejavam por ignorância, pois desconheciam as diferenças das Ciências, que as Ciências do Espírito tivessem os mesmos procedimentos das Ciências da Natureza, ou seja, o caráter da exatidão.
Desse modo, portanto, proibido pelos positivistas nas Ciências do Espírito a arte da interpretação a negação das exegeses subjetivas.
A questão fundamental de tal equívoco é que as Ciências da Natureza são vistas pelo positivismo desde Augusto Comte, impõe ideal metodológico, como reação causal, o que é explicado exclusivamente por meio da Física e da Matemática.
O positivismo tem como tradição o mesmo fundamento de explicação causal, motivo da identificação da Filosofia positivista com as Ciências da Natureza, isso não significa que teria o direito de fazer uma transposição direta metodologicamente as Ciências do Espírito.
O positivismo nega as explicações teológicas nas Ciências da Natureza, entretanto, nenhuma das Ciências necessita de tais explicações, as Ciências se explicam pelos seus métodos.
A hermenêutica é a metodologia usada, para interpretação das Ciências do Social, o que significa à arte interpretativa, entretanto, a escolha do procedimento hermenêutico não é suficiente por si mesmo.
Pois há diversas hermenêuticas com resultados interpretativos antagônicos no campo da subjetividade transformando em dificuldades a área do saber nas Ciências do Espírito.
A hermenêutica tenta interpretar o que é de certo modo não perceptível a um olhar comum, ir além do entendimento aparente, significando compreender a natureza do objeto.
A grande dificuldade é que os objetos são produzidos por fenômenos culturais com diversas facetas, com a mesma natureza que são produzidos os sujeitos epistemológicos do conhecimento.
Entao como chegar a uma conclusão razoavelmente aceitável na hermenêutica da interpretação quando todos os resultados dependem exclusivamente da tendência hermenêutica escolhida para analise exegética desenvolvida.
É difícil o caminho a ser seguindo, pois qualquer tendência escolhida a realização da ação da análise interpretativa no campo das Ciências da Cultura, o resultado será necessariamente parcial e como tal ideológico, entretanto, jamais poderá ser positivista como desejam as escolas de compreensões absolutistas.
Autor: Edjar Dias de Vasconcelos.