Brasil: o Período Pré-Colonial

O período compreendido de 1500 a 1530 é denominado período pré-colonial e se caracteriza pelo desinteresse português em relação ao Brasil. Não havia interesse em investir num território português distante. Em 1530, Portugal passou a ser pressionado por outras nações que questionaram o Tratado de Tordesilhas. Para Portugal, portanto, era preciso ocupar as novas terras.

A solução foi o sistema de Capitanias Hereditárias, que dividia a faixa litorânea em 15 lotes. Cada capitania era entregue a um donatário, que assumia os riscos da empresa colonizadora e submetia-se às ordens da metrópole. O pacto colonial determinava o monopólio político de Portugal sobre o Brasil. A produção agrícola se dava nas plantation (propriedade onde se cultivam produtos tropicais), baseava-se no latifúndio monocultor, no trabalho escravo e na produção para exportação. O produto que deu início a colonização do Brasil foi a cana-de-açúcar, que era muito apreciada na Europa. Nessa época o, éramos o maior produtor mundial de cana-de-açúcar.

A base da sociedade colonial é o patriarcalismo, isto é, o pai tinha poderes absolutos sobre os membros da família e os agregados. O direito à educação era exclusivamente dos homens. A mulher ao se casar, obedecia ao marido, e dessa forma reproduziam o modelo familiar e social. Por fim, com o fracasso das capitanias hereditárias, por uma série de razões, entrou em cena o governo-geral. O primeiro governador-geral foi Tomé de Souza, seguido de Duarte da Costa e Mem de Sá.

O ENGENHO: FÁBRICA DE AÇÚCAR E AGUARDENTE

Estabelecimento industrial situado em zona canavieira e destinado à moagem da cana para o fabrico de açúcar, aguardente, rapadura. Foram introduzidos no Brasil no início do século 16. A mão-de-obra utilizada era escrava e uma pequena parcela de assalariados subordinados aos donos das terras, os chamados senhores de engenho. Além da casa grande e da senzala, os engenhos eram constituídos pela casa da moenda, onde a cana-de-açúcar era espremida, a casa da fornalha, responsável pela transformação do caldo de cana em produto sólido, e a casa de purgar, onde o açúcar era seco e guardado em caixas para o comércio. Durante todo o século 17, os engenhos proporcionaram ao Brasil lugar de destaque na produção mundial de açúcar. No século 19, a atividade entrou em declínio e deu lugar as usinas açucareiras atuais. (Texto Adaptado - (Ricardo Santos é prof. de História)

SAIBA MAIS

Gilberto Freire (1900-1987): sociólogo e escritor brasileiro, que se dedicou a estudar e analisar a sociedade brasileira nos seus múltiplos aspectos: a decadência do patriarcado rural e o desenvolvimento urbano, bem como a influência da cana-de-açúcar sobre a vida e a paisagem do Nordeste brasileiro. Dono de um estilo original de escrever, ele revelou ser um brilhante e talentoso escritor. Foi também professor e se tornou conhecido mundialmente. Publicou inúmeras obras, entre elas: Casa-Grande e Senzala (1933) e Sobrados e Mocambos (1936).

O Tratado de Tordesilhas – assinado entre Portugal e Espanha, que teve como objetivo assegurar a posse das novas terras descobertas. Por esse acordo, foi traçada uma linha imaginária a 370 léguas das Ilhas de Cabo Verde, as terras a leste pertenciam a Portugal, enquanto as terras a oeste à Espanha. As cidades de Belém (PA) e Laguna (SC) correspondem respectivamente à trajetória do meridiano de Tordesilhas, no sentido norte-sul.

MARQUE UM X NAS QUESTÕES OBJETIVAS

1. (UFAL) A implantação em 1548, no Brasil, do sistema de Governo-Geral tinha objetivo:

a) legislar e executar as decisões das Câmaras Municipais;

b) iniciar o processo de colonização da costa brasileira;

c) promover e desenvolver atividades no mercado de consumo;

d) expandir a ocupação do interior do território nacional;

e) coordenar e centralizar a administração das Capitanias.

2. (FATEC) A única forma de ocupação do Brasil por Portugal era através da colonização. Era necessário colonizar simultaneamente todo o extenso litoral. Essa colonização dirigida pelo governo português se deu através da:

a) criação do sistema de governo geral;

b) criação e distribuição de sesmarias;

c) criação das capitanias hereditárias;

d) doação de terras a colonos;

e) sistema de parceria.

3. Em 1534, o governo português concluiu que a única forma de ocupação do Brasil seria através da colonização. Era necessário colonizar, simultaneamente, todo o extenso território brasileiro. Essa colonização dirigida pelo governo português se deu através da:

a) criação da Companhia Geral do Comércio do Estado do Brasil.

b) criação do sistema de governo-geral e câmaras municipais.

c) criação das capitanias hereditárias.

d) montagem do sistema colonial.

e) criação e distribuição das sesmarias.

4. A centralização político-administrativa do Brasil Colônia foi concretizada com a

a) criação do Estado do Brasil.

b) instituição do Governo Geral.

c) transferência da capital para o Rio de Janeiro.

d) instalação do Sistema das Capitanias Hereditárias.

e) política de descaso do governo português pela atuação predatória dos bandeirantes.

5. A principal atividade econômica desenvolvida no Brasil no

início do período colonial (1500-1530) foi:

(A) o plantio de cana-de-açúcar na região de São Vicente.

(B) a criação extensiva de gado no sertão do Nordeste.

(D) a extração de ouro na região de Minas Gerais.

(E) o plantio de cana-de-açúcar no litoral do Nordeste.

6.Sobre a estrutura administrativa do Brasil colonial, é correto

afirmar:

(A) A colônia, a exemplo das espanholas, era dividida em vice reinos, nos quais os vice-reis eram indicados diretamente pela Coroa portuguesa e possuíam autoridade política e religiosa.

(B) O sistema de capitanias hereditárias foi implantado logo após

a descoberta e perdurou até o século XIX, sendo a única responsável pela organização do território ao longo de todo o período colonial.

(C) O sistema de capitanias hereditárias foi uma forma transitória de garantir a colonização e poucas foram as que obtiveram sucesso no empreendimento.

(D) A instituição do Governo Geral em 1549, com Tomé de Souza, pôs fim ao sistema de capitanias hereditárias no Brasil.

(E) As câmaras municipais eram a autoridade máxima nos municípios coloniais, sendo seus membros sujeitos apenas à Coroa portuguesa.