Os 51 anos do Golpe Militar de 1964
Recordar é o mesmo que rememorar e fazer voltar à memória. Em sendo assim, neste 31 de março, de 2015, completa-se os 51 anos do golpe civil-militar no Brasil. Ou seja, de um a outro momento, mergulhamos numa terrível e implacável ditadura militar. Assim, faz-se necessário entender o que aconteceu de fato e a conjuntura histórica que levaram aos terríveis acontecimentos de outrora. É preciso, também, que ao resgatar a nossa memória histórica, social, política e cultural..., estamos compartilhando o nosso legado com as novas gerações. Mais, é necessário que a sociedade civil fique vigilante para que essa triste e terrível página de nossa história recente não volte acontecer.
Para o professor Caio Navarro de Toledo, ''O governo João Goulart nasceu, conviveu e morreu sob o signo do golpe de Estado''. Na verdade, com a renúncia do presidente Jânio Quadros, em 25 de agosto de 1961, o vice-presidente João Goulart, ou Jango, do PTB, assumiu o governo. Era acusado de ser simpatizante da esquerda e sua posse era questionada por alguns segmentos da sociedade.
O que levou à destituição de Jango? A revolta dos marinheiros e sargentos da Aeronáutica, o discurso no Automóvel Clube do Brasil (RJ) e o comício na Central do Brasil, em 13 de março de 1964. Por outro lado, o historiador Daniel Aarão Reis diz que é inútil esconder a participação de amplos seguimentos da população que levou à instauração da ditadura em 1964. É como tapar o sol com a peneira. As Marchas da Família com Deus pela Liberdade mobilizaram dezenas de pessoas, de todas as classes sociais, contra o governo João Goulart.
A 31 de março de 1964, Goulart é deposto pelos militares. O deputado Ranieri Mazzili assumiu interinamente o governo. Começou o golpe militar liderado por oficiais golpistas de alta patente ligados a Castelo Branco, que comandava o IV Exército sediado em Recife. Ele foi o líder do golpe militar. No imaginário dos militares e das elites, a tomada do poder acabaria com a corrupção, libertaria o país do comunismo e restituiria a democracia e a ordem. Em 15 de abril, de 1964, o general Castelo Branco é nomeado presidente da República pelo Congresso Nacional.
Outra coisa, os EUA tiveram participação fundamental no golpe contra Goulart. O cenário era o seguinte: vivíamos num mundo bipolar dividido entre EUA e União Soviética (URSS). Ou melhor, uma disputa ideológica entre os dois maiores vencedores da 2ª Guerra (1939-45), cujo objetivo era se estabelecer hegemonicamente em termos mundiais. Era o auge da Guerra Fria. Assim, o presidente estadunidense Lyndon Jhonson temia que Jango se aproximasse da URSS e transformasse o Brasil em Cuba, que havia sito tomada pelo revolucionário Fidel Castro em 1959. Para isso articulou o golpe com os militares brasileiros, por meio do embaixador Lincoln Gordon, e enviou o seu porta-aviões USS Forrestal como suporte ante algum eventual problema. Conforme o jornalista Elio Gaspari, autor de ''A Ditadura Envergonhada'', o seu destino era o porto de Santos.
TERROR E AUTORITARISMO
Como é sabido, cinco generais governaram o país durante 21 anos: Castelo Branco (1964-67), Costa e Silva (1967-69), Garrastazu Médici (1969-74), Ernesto Geisel (1974-79) e João Figueiredo (1979-85). Eles governaram utilizando os Atos Institucionais (AI). A dura verdade é que o novo regime assumiu sua face autoritária, ou seja, houve cerceamento da justiça e dos direitos dos cidadãos.
No poder, os militares adotaram um modelo de gestão do Estado baseado no terror, no autoritarismo, no banho de sangue e nas prisões arbitrárias. Foram cometidos inúmeros abusos e crimes em nome da Lei de Segurança Nacional. As liberdades e os direitos, que eram asseguradas pela Constituição de 1946, deixaram de existir por meio do AI-4 (1966). Por exemplo, o AI-5, de 1968, decretado por Costa e Silva, promoveu uma ampla concentração de poderes. E tem mais: fechou o Congresso Nacional, cassou políticos, suspendeu o Habeas Corpus e promoveu censura à imprensa. Houve, também, supressão das garantias individuais, violações, agressões, torturas, assassinatos, desaparecimento de pessoas e o fim do Estado de direito.
Desse modo, a nação mergulhou num enorme retrocesso constitucional no que se refere às liberdades e os direitos individuais. Apesar de toda a situação, a população não se calou... Goulart foi para o exílio no Uruguai. Assim, é fato incontestável que a ditadura promoveu, também, a maior concentração de riqueza em toda a história deste país. Os ricos ficaram mais ricos e os pobres mais miseráveis. Lamentavelmente, declinamos na educação... Prova disso é que a qualidade da educação pública degringolou. Enfim, com a ditadura, o Brasil avançou rumo a um abissal retrocesso político, democrático e histórico....
IMPRENSA APOIA O GOLPE
Qualquer pessoa associa jornalismo com democracia. Dificilmente com ditadura. ''Com mais ou menos intensidade, a grande imprensa brasileira apoiou o golpe de 64'', diz o jornalista Oscar Pilagallo.
Entre os apoiadores do regime, boa parte da grande mídia - jornais ''O Globo'', ''Folha de S. Paulo'', ''Estado de Minas'' e ''O Estado de S. Paulo'' - empresariado, seguimentos das igrejas católica e evangélicas, membros da classe média e da elite, os governadores de São Paulo, da Guanabara e de Minas Gerais. Também é verdade que alguns jornais não apoiaram os militares. Alguns militares contrários ao golpismo tiveram suas carreiras destruídas. Mais ainda: camponeses, índios e quilombolas foram perseguidos, avidamente, pelo regime.
Oscar revela, ainda, que depois de um período de entusiasmo com o novo governo, os jornais –uns cedo, outros tarde- passaram a criticar a ditadura e tiveram papel importante na sua queda e na redemocratização do país.
O MILAGRE ECONÔMICO
Na gestão Médici, temos o chamado milagre econômico (1969-73). Foi um período de construção de grandes ''obras faraônicas''. Duas delas: a Ponte Rio-Niterói e a Usina Hidrelétrica de Itaipu. Essas obras permitiram enormes desfalques de dinheiro público e o aumento considerável da dívida externa. Devemos lembrar que ao tempo dos militares não havia prestação de contas à sociedade. O que se sabe ao certo é que tivemos incontáveis abusos e mal uso de dinheiro dos cofres públicos.
De outro lado, Médici manteve o AI-5 e perseguiu ferozmente os sindicatos... Ele usou e abusou da propaganda oficial – slogans como: ''Brasil – ame-o ou deixe-o'', ''Ninguém segura esse País'' e ''Esse é um país que vai pra frente'' - com uma dupla finalidade: ocultar a repressão e conquistar o apoio da população para a ditadura. Mais: em 1970, no México, o Brasil foi tricampeão mundial de futebol. Dessa forma, Médici usou a conquista como uma forma de minimizar opiniões contrárias ao sistema político vigente.
Para a psicanalista Maria Rita Kehl, o milagre econômico além de enriquecer ainda mais a burguesia, propiciou a expansão da classe média e elevou os padrões de consumo de muitas famílias: eletrodomésticos, um carro, o segundo carro, financiamentos da casa própria pelo Banco Nacional da Habitação. Mas, principalmente, o começo dos anos 70 marca o início da era da televisão no Brasil.
Não se pode esquecer, portanto, que o milagre econômico ocorreu ante a situação econômica internacional favorável. No entanto, quando chegou ao fim e a inflação veio, os militares perderam apoio. Segundo o cientista social José Murilo de Carvalho, o milagre econômico deixara a classe média satisfeita, disposta a fechar os olhos à perda dos direitos políticos. Os operários urbanos não perderam seus direitos sociais e ganharam alguns. Mas, uma vez desaparecido o milagre, quando a taxa de crescimento começou a decrescer, por volta de 1975, o crédito do regime esgotou-se rapidamente.
É verdade que o milagre promoveu o crescimento econômico, contudo beneficiou apenas uma minoria. A verdade veio à tona: Médici reconheceu o aumento da pobreza, apesar do crescimento econômico. O que parece certo é que neste período houve aumento escorchante da miséria e pobreza nos quatro cantos do país.
Pois bem, no governo de João Figueiredo, último da ditadura, o país mergulhou numa grave crise econômica. A inflação atingiu 223% ao ano e a dívida externa ultrapassou os US$ 100 bilhões. Diante da pressão popular, promoveu a reabertura política e a criação de vários partidos políticos.
A COMISSÃO DA VERDADE
Enfim, a ditadura terminou sem que os militares e os agentes torturadores fossem julgados pelos crimes cometidos durante o seu reinado. Isso se deu pela Lei da Anistia, que os perdoou. É preciso que fique claro: os delitos cometidos pelos militares, durante os ''Anos de Chumbo'', são crimes contra a humanidade. No livro, ''Governos Militares na América Latina'', o historiador Osvaldo Coggiola, esclarece em linhas gerais: É fundamental para qualquer cidadão latino-americano conhecer esses Anos de Chumbo, quando os estados ditatoriais procuraram suprimir as vozes destoantes ao regime por meio da intimidação, do terror e das armas e cujas consequências - como a eliminação de boa parte das lideranças progressistas e intelectuais, a fragilidade das instituições ou as perdas pessoais, carreiras interrompidas, exílios forçados, parentes e amigos perdidos - são sentidas até hoje.
A exemplo de países da América Latina e África, que tiveram ditaduras militares, a presidente Dilma Rousseff instituiu, em 2011, a Comissão Nacional da Verdade. Sua importância para a sociedade brasileira é apurar transgressões aos direitos humanos ocorridos entre 1946 e 1988. Por outro lado, é preciso que os documentos secretos da ditadura sejam abertos sem restrições e passem ao domínio público.
REMEMORAR 1964
Qual é o sentido de rememorarmos o meio século do golpe de Estado, militar ou, como o evento de 1964 vem sendo qualificado, civil-militar?
Em primeiro lugar, é preciso rememorar 1964 como ruptura histórica. Um dos objetivos mais claros do golpe era neutralizar uma elite política reformista que então se gestava. Com isso, os novos donos do poder isolaram por décadas o coração do Estado de uma pauta política de esquerda que tentava, apesar de seus eventuais erros políticos, corrigir os efeitos de uma exclusão social secular na sociedade.
Ademais, reprimiram duramente um conjunto incipiente de movimentos sociais e sindicais que se afirmavam como protagonistas da história. O golpe, portanto, destruiu uma frágil, porém inédita, experiência democrática entre nós, a "República de 46". Foi demais para a nossa tradição conservadora e autoritária.
Por outro lado, paradoxalmente, é preciso rememorar 1964 enquanto continuidade histórica. A heterogênea coalizão civil-militar conservadora que saiu vencedora convergia no anticomunismo visceral, o fantasma ameaçador da Guerra Fria. Também queria aprofundar o desenvolvimento capitalista dentro de um dado modelo associado ao grande capital internacional, modelo que, a rigor, foi consolidado por Juscelino Kubitschek.
O golpe, nesse sentido, reforçou tendências ideológicas, políticas de desenvolvimento e posições geopolíticas do Brasil que eram anteriores à tomada de poder pelos militares.
Finalmente, é preciso rememorar 1964 de maneira autorreflexiva, como marco de memória. Todo evento histórico, ainda mais com essa magnitude, conecta-se a outros eventos, anteriores e posteriores, produzindo várias memórias sociais, algumas dominantes e hegemônicas, outras marginalizadas. Nesse processo, grupos sociais veem sentidos diferentes para o mesmo evento.
As formas dominantes da memória social são sempre mutáveis. Lembrar 1964 hoje pode ter um sentido diferente de lembrar o golpe em 1974, em 1984, em 1994, ou em 2004.
O Brasil de 2014 experimenta uma situação paradoxal. A democracia institucional parece consolidada, apesar das fragilidades políticas de sempre, das histerias conservadoras em relação ao "projeto de poder" da esquerda e da incompetência das autoridades para superar problemas sociais graves.
Já os valores democráticos parecem cada vez mais ameaçados por uma opinião pública difusa, porém crescente, ganhando até expressão em setores da mídia. As vozes contra a extensão de direitos sociais e civis, sem falar na crítica pueril aos direitos humanos, estão agressivas e disseminadas mesmo entre a classe média escolarizada, ao contrário de outros aniversários do golpe.
O fantasma da ditadura, ao que parece, mudou de casa, cresceu e continua nos assombrando. Por isso é preciso rememorar, lembrar criticamente como 1964 começou. Nunca esquecer que palavras de ordem que parecem defender a coletividade como "segurança", "liberdade", "moralidade pública" e "família" podem estar preparando uma nova catástrofe se não forem acompanhadas de profunda reflexão do que significa a democracia: direito de manifestação crítica e discordância, igualdade perante a lei e dignidade da pessoa humana. (MARCOS NAPOLITANO)
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LEIA MAIS
''O governo Goulart e o golpe de 64''
Caio Navarro de Toledo.
Brasiliense.
''A Ditadura Envergonhada''
Elio Gaspari.
Companhia da Letras.
Filmes sobre a ditadura
1.AÇÃO ENTRE AMIGOS (1998)
2.CABRA CEGA (2005)
3.O ANO EM QUE MEUS PAIS SAÍRAM DE FÉRIAS (2006)
4.HOJE (2011)
5.TATUAGEM (2013)
6.MANHÃ CINZENTA (1968)
7.PRA FRENTE, BRASIL (1982)
8.NUNCA FOMOS TÃO FELIZES (1984)
9.CABRA MARCADO PARA MORRER (1984)
10.O QUE É ISSO, COMPANHEIRO? (1997)
ATENÇÃO! NÃO DEIXE DE LER!!!
Entregue as respostas numa folha de caderno universitário (Folha Grande). Faça como o exemplo: 1A . Use letras MAIÚSCULAS. Dê uma resposta a outra resposta, deixe espaço de DUAS (2) LINHAS. Você pode colocar as respostas no mesmo lado da folha. Identifique o tema de seu trabalho: ''Revolta da Vacina''. Não esqueça o seu nome, o número e a série. Lembre-se: cada pergunta tem apenas uma resposta. Não esqueça do prazo de entrega. Não descuide da ESTÉTICA de seu trabalho (apresentação). Um detalhe importante: trabalho sem nome será desconsiderado. Evite rasuras. Por fim, esses são os critérios de avaliação.
ATIVIDADES
MARQUE UM X ABAIXO
1.Sobre a política econômica brasileira, pode-se afirmar:
I. O Governo João Goulart (1961-64) formulou o Plano Trienal como um pacto para viabilizar as “Reformas de Base” e um desenvolvimento econômico capitalista desconcentrador de renda.
II. O Governo JK corporificou-se no arrojado Plano de Metas, com o objetivo otimista de recuperar o atraso histórico e modernizar o país.
III. A política econômica brasileira no governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) baseou-se no ideário keynesiano e na defesa de uma participação mais expressiva do Estado, com a criação do Programa de Aceleração do Crescimento.
IV.Os governos militares (1964-85) enfatizaram a associação entre desenvolvimento e segurança nacional. O desenvolvimento econômico esteve ligado diretamente aos grandes capitais internacionais.
Estão CORRETAS as proposições
(A) I, II, III e IV.
(B) I, II e IV.
(C) II, III e IV.
(D) I, II e III.
2.Segundo Maurice Crouzet: Desde o fim das operações militares na Europa e na Ásia, as desconfianças se agravam, os mal-entendidos, as suspeitas, as acusações se acumulam de parte a parte, as oposições entre os aliados se aprofundaram e culminaram, em alguns anos, em um conflito que, em todos os domínios salvo o das armas assumiu caráter de uma verdadeira guerra, é a Guerra Fria, acompanhada de uma espetacular dissolução de alianças que caracteriza o segundo pós-guerra.
Sobre a Guerra Fria, é correto afirmar:
a) ocorreu entre 1947 e 1991 e foi caracterizada pela divisão do mundo em dois blocos políticos ideológicos antagônicos. De um lado, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas; de outro, os Estados Unidos.
b) ocorreu entre 1945 e 1968 e foi caracterizada pela divisão do mundo em dois blocos políticos ideológicos antagônicos. De um lado, os países do Primeiro Mundo; de outro, os países em desenvolvimento.
c) ocorreu após a derrota dos EUA no Vietnã, dividindo a Ásia em dois blocos: um apoiando os EUA e o outro apoiando a República Popular da China.
d) ocorreu entre 1945 e 1991 e foi caracterizada pela divisão do mundo em dois blocos políticos ideológicos antagônicos. De um lado, os EUA e seus aliados; de outro, as forças do terrorismo internacional que lutam contra os norte-americanos.
e) existe desde o fim da Segunda Guerra Mundial e opõe a Doutrina Truman ao Plano Marshall.
3.Com a renúncia de Jânio Quadros, em 1961, o Brasil mergulhou em grave crise política, na qual se fez presente a perspectiva de guerra civil. O vice-presidente João Goulart, acusado de esquerdista e de comprometido com o radicalismo sindical, teve sua posse contestada pelos adversários do getulismo. A crise somente foi contornada por meio da aprovação de um Ato Adicional à Constituição de 1946. Esse Ato Adicional estabelecia:
a) A instalação do sistema parlamentarista de governo no Brasil.
b) A convocação imediata de novas eleições, ato que não agradou a setores mais conservadores do exército.
c) A criação de um governo de exceção, comandado conjuntamente pelos presidentes da Câmara e do Senado, até que retornasse ao Brasil o vice-presidente João Goulart, à época da renúncia em visita oficial
à China.
d) A criação de um gabinete civil-militar para governar o país até a realização de novas eleições, mas que terminou por precipitar o Golpe Militar, em 1964, antes da efetivação das eleições.
e) A concessão de amplos poderes à Cadeia da Legalidade, liderada pelos setores nacionalistas e pelo PTB.
4.O jingle “Varre, varre, vassourinha...”, embalou a campanha e a posse de Jânio da Silva Quadros, que ficou sete meses no governo. Após uma renúncia até hoje misteriosa, assumiu em seu lugar o vice-presidente João Goulart, que ficou conhecido como Jango. Foi o último presidente civil, que antecedeu o golpe militar de 1964, e não terminou seu mandato em virtude de uma série de razões políticas, sociais e econômicas. A respeito do governo de João Goulart, é correto afirmar que
a) o Parlamentarismo foi uma de suas principais conquistas, contando com o apoio da UDN e do MDB. Esse regime de governo vigorou durante todo seu mandato.
b) o sucesso do Plano Trienal foi motivado pelo êxito governamental em encampar as refinarias particulares e desapropriar a maior parte dos latifúndios improdutivos.
c) as Reformas de Base acirraram os ânimos das elites dominantes pelo fato de objetivarem a
Reforma Agrária, além de contrariar os interesses estrangeiros no Brasil.
d) perseguiu os comunistas, pelo fato de mobilizarem a população do campo, denunciando a falta de legislação e as precárias condições de vida.
e) a Constituição de 1946, promulgada durante o mandato de Eurico Gaspar Dutra, sofreu uma emenda, estendendo o voto para os analfabetos.
5.Em 06 de janeiro de 1963, realizou-se o plebiscito que reuniu os votos de mais de 12 milhões de cidadãos. Após o resultado do plebiscito, João Goulart assumiu plenamente o poder presidencial. Que questão foi discutida no plebiscito citado?
a) A validade da eleição de João Goulart.
b) A implementação das reformas de base pretendidas por João Goulart.
c) Para contornar o imbróglio com os militares, o Congresso Nacional criou, em caráter emergencial, o parlamentarismo. Vigorou de setembro de 1961 a janeiro de 1963. Tancredo Neves, do PDS, foi eleito primeiro-ministro.
d) A renúncia do presidente Jânio Quadros.
e) TSV.
6.A moderna democracia brasileira foi construída entre saltos e sobressaltos. Em 1954, a crise culminou no suicídio do presidente Vargas. No ano seguinte, outra crise quase impediu a posse do presidente eleito, Juscelino Kubitschek. Em 1961, o Brasil quase chegou à guerra civil depois da inesperada renúncia do presidente Jânio Quadros. Três anos mais tarde, um golpe militar depôs o presidente João Goulart, e o país viveu durante vinte anos em regime autoritário.
A partir dessas informações, relativas à história republicana brasileira, assinale a opção correta.
A) Ao término do governo João Goulart, Juscelino Kubitschek foi eleito presidente da República.
B) A renúncia de Jânio Quadros representou a primeira grande crise do regime republicano brasileiro.
C) Após duas décadas de governos militares, Getúlio Vargas foi eleito presidente em eleições diretas.
D) A trágica morte de Vargas determinou o fim da carreira política de João Goulart.
E) No período republicano citado, sucessivamente, um presidente morreu, um teve sua posse contestada, um renunciou e outro foi deposto.
7.Em relação ao Golpe Militar de 1964 no Brasil, pode-se dizer:
I. Foi fruto de uma conspiração civil-militar alarmada com os rumos nacionalistas do governo João Goulart.
II. Foi à forma encontrada pelos comandos militares para garantir a posse do novo presidente.
III. Representou a repulsa de setores da sociedade brasileira à tentativa de João Goulart de aumentar a presença do
capital estrangeiro no país.
IV. Evitou a tentativa do Partido Comunista Brasileiro, de sindicatos de trabalhadores e de setores do Partido
Trabalhista Brasileiro de exigir do presidente, a implementação imediata das “reformas de base”.
Analisando as afirmações acima podemos concluir que estão corretas somente em:
a) III e IV.
b) III e V.
c) I, II e III.
d) I, IV.
8.Em 1964 os militares brasileiros chegam ao poder após a derrubada do presidente João Goulart e nele permanecem por aproximadamente duas décadas. Iniciava-se um período de exceção na história brasileira e isto se identifica através da (s):
a) Decretação dos Atos Institucionais pelo poder executivo nacional, o que destituía a soberania do Congresso Nacional, seguida de prisões, cassações e medidas que limitavam os direitos e as liberdades asseguradas, até então, pela Constituição brasileira.
b) Criação de medidas nacionalistas que iam de encontro às orientações dos órgãos internacionais que defendiam o desenvolvimento do processo de globalização, daí porque, mesmo sendo um regime autoritário, tinha o apoio da maioria da população brasileira que se sentia atendida pelas medidas econômicas que a beneficiava.
c) Eleições indiretas para todos os cargos elegíveis, fossem eles da esfera do executivo ou do legislativo, o que provocou reações de vários segmentos da população brasileira, principalmente dos estudantes e da igreja Católica, que resolvem ir para o confronto armado com os militares
d) Inexistência de partidos de oposição ao regime militar, visto que, o MDB (Movimento Democrático Brasileiro) tinha entre seus participantes diversos políticos que faziam parte do governo como ministros, o que dificultava a sua atuação no congresso como crítico do modelo político e econômico implantado no país.
9.“Durante a curta existência do governo João Goulart (setembro de 1961 a março de 1964), um novo contexto político-social emergiu no país. Suas características básicas foram: uma intensa crise econômico-financeira; constantes crises político-institucionais; crise do sistema partidário; ampla mobilização política das classes populares paralelamente a uma organização e ofensiva política dos setores militares e empresariais (a partir de meados de 1963, as classes médias também entram em cena); ampliação do movimento sindical operário e dos trabalhadores do campo e um inédito acirramento da luta ideológica de classes.” TOLEDO, Caio Navarro de. 1964: o golpe contra as reformas e a democracia. Rev. Bras. Hist.[online]. 2004, vol.24, n.47, p. 13-28.
Sobre o Golpe de Estado no Brasil em 1964, é correto afirmar:
A) A União Democrática Nacional (UDN) e o Partido Social Democrático (PSD) eram aliados políticos de João Goulart.
B) A “Marcha pela Família”, passeata popular organizada pela igreja católica para pedir a volta de João Goulart ao poder.
C) Mesmo governando em um curto período João Goulart conseguiu realizar várias reformas, dentre elas a reforma agrária.
D) A grande crise econômica vivenciada no período foi combatida através da industrialização do país que beneficiou todas as classes sociais.
E) Os militares temiam as ideias inovadoras de João Goulart e logo depois de sua posse iniciaram o
plano que culminaria como o Golpe de 1964.
10.Com os militares, durante 21 anos, foi adotado um modelo de governo autoritário banhado a sangue e terror. Situação inimaginável até para o mais pessimista com o regime Republicano em toda nossa História. Assim, o dia-a-dia do cidadão passou a ser: convivência com abusos, violações, agressões, ausência do Estado de Direito, torturas e silêncio político. Tudo isso em nome da Segurança Nacional. Em frangalhos, a Lei Maior e os direitos dos cidadãos foram jogados no lixo. Coube ao presidente Jango o exílio no Uruguai. Finalmente, vale lembrar que o fim da ditadura militar no Brasil não resultou em conflitos entre os militares e partidos políticos. Na verdade, prevaleceu à vontade do Exército comandado pelo general Figueiredo, que, aliás, foi o último dos generais a ocupar o cargo mais importante do País. Esse trecho diz respeito a:
(a) Lei Maior.
(b) João Goulart.
(c) coronel Carlos Castillo Armas
(d) Ditadura Militar.
(e) TSF.
11.Com a renúncia de Jânio Quadros, em 1961, o Brasil mergulhou em grave crise política, na qual se fez presente a perspectiva de guerra civil. O vice-presidente João Goulart, acusado de esquerdista e de comprometido com o radicalismo sindical, teve sua posse contestada pelos adversários do getulismo. A crise somente foi contornada por meio da aprovação de um Ato Adicional à Constituição de 1946. Esse Ato Adicional estabelecia:
a) A instalação do sistema parlamentarista de governo no Brasil.
b) A convocação imediata de novas eleições, ato que não agradou a setores mais conservadores do exército.
c) A criação de um governo de exceção, comandado conjuntamente pelos presidentes da Câmara e do Senado, até que retornasse ao Brasil o vice-presidente João Goulart, à época da renúncia em visita oficial
à China.
d) A criação de um gabinete civil-militar para governar o país até a realização de novas eleições, mas que terminou por precipitar o Golpe Militar, em 1964, antes da efetivação das eleições.
e) A concessão de amplos poderes à Cadeia da Legalidade, liderada pelos setores nacionalistas e pelo PTB.
12.Considerando-se os fatores que contribuíram para a longevidade do regime militar no Brasil, é CORRETO afirmar que foi de grande relevância
A) a combinação entre a ordem constitucional, amparada pela Constituição de 1967, e a arbitrariedade, expressa em sucessivos Atos Institucionais.
B) a manutenção de um sistema político representativo, com eleições indiretas em todos os níveis, exceto para a Presidência da República.
C) o desenvolvimento econômico-social do País, acompanhado de um constante crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).
D) o rodízio de lideranças políticas entre as Forças Armadas, por meio de eleições indiretas no âmbito do Comando Supremo da Revolução.
13.A renúncia não chegou a ser esclarecida. O próprio Jânio negou-se a dar uma versão clara dos fatos, aludindo sempre às “forças terríveis” que o levaram ao ato. A hipótese explicativa mais provável combina os dados de uma personalidade instável com um cálculo político equivocado. Segundo essa hipótese, Jânio esperava obter com uma espécie de “tentativa de renúncia” maior soma de poderes para governar, livrando-se até certo ponto do Congresso e dos partidos. Ele se considerava imprescindível para os partidos na campanha presidencial e se julgava imprescindível para o Brasil como presidente. (Boris Fausto. História do Brasil). De acordo com a análise desse historiador, a renúncia de Jânio Quadros foi
(A) fruto, principalmente, de seu desequilíbrio pessoal e emocional.
(B) uma estratégia para tentar voltar à presidência com amplos poderes.
(C) consequência da pressão tanto de progressistas quanto de conservadores.
(D) uma tentativa de golpe de Estado apoiada pelos militares reacionários.
(E) provocada pelos norte-americanos, que estariam por trás das “forças terríveis”.
14.Presidente brasileiro acusado de “abrir a porta para o comunismo internacional”, com um rápido crescimento político, discursava em defesa da moralidade e em nome do combate a corrupção.
a) Getúlio Vargas.
b) João Goulart.
c) Juscelino Kubitschek.
d) Costa e Silva.
e) Jânio Quadros.
15.As mudanças políticas e institucionais realizadas pelo movimento civil militar de 31 de março de 1964 incluem
A) a extinção dos partidos políticos existentes e substituição do sistema multipartidário por sistema com dois partidos.
B) a cassação de mandatos políticos a partir do endurecimento do regime, com o AI-5, o Ato Institucional n.º 5.
C) o fim das eleições indiretas para presidente e vice-presidente da República, previstas pela Constituição de 1946.
D) o fechamento do Congresso, suspensão das eleições para os governos estaduais e estabelecimento de legislação exclusivamente por meio de decreto-lei.
E) a outorga imediata de nova constituição, em substituição à de 1946.
16.De acordo com Boris Fausto, quando do golpe militar de 1964 no Brasil, seus protagonistas e simpatizantes difundiram que seus objetivos eram livrar o País da corrupção, do comunismo e restaurar a Democracia. Contudo, o novo regime começou a mudar as instituições brasileiras através de decretos, os chamados Atos Institucionais (AI).
A partir dessas considerações, é correto afirmar que
(A) o período militar brasileiro inaugurado em 1964 serviu de referencial político para os países vizinhos, como Chile
e Argentina, ao adotar as bandeiras de luta da Revolução Cubana.
(B) os governos militares no Brasil, na Argentina e no Chile estabeleceram canais de diálogo com a oposição, uma
vez que defendiam a pulverização do poder como a única possibilidade de superação das desigualdades sociais.
(C) o período militar no Brasil e em outros países latino-americanos, como Chile e Argentina, foi inegavelmente autoritário em função das medidas de exceção adotadas e das arbitrariedades cometidas.
(D) o crescimento dos movimentos de esquerda no Brasil, na Argentina e no Chile enfraqueceu o funcionamento dos
órgãos de informação e repressão nesses países.
(E) os governos militares instalados no Brasil, na Argentina e no Chile foram coordenados entre si e duraram alguns
meses, isto é, tempo suficiente para a realização de eleições democráticas naqueles países.
17.Durante o governo de João Batista Figueiredo, último presidente do regime militar, foi sancionada a Lei da Anistia. Sobre essa lei, é correto afirmar:
A) Autorizou a concessão de indenização aos familiares dos mortos e desaparecidos durante a Ditadura Militar.
B) Determinou a abertura para o público de todos os arquivos militares, acumulados durante o regime.
C) Foi o marco inicial do processo de redemocratização do país, que seria concluído com a eleição direta para presidente da república.
D) Considerou culpados os militares que cometeram violências durante o período de repressão aos atos contra o regime, dando início ao processo de julgamento e condenação dos envolvidos.
E) Anistiou o então metalúrgico Luis Inácio da Silva, em exílio na França, que voltou ao Brasil e se elegeu o deputado mais votado nas primeiras eleições diretas para o Congresso.
18.O regime militar somente permitiu a existência de duas associações políticas nacionais, nenhuma delas podendo usar a palavra “partido”. Criou-se então a ARENA (Aliança Renovadora Nacional), base de sustentação civil do regime militar, formada majoritariamente pela UDN e egressos do PSD, e o MDB (Movimento Democrático Brasileiro), com a função de fazer uma oposição bem-comportada que fosse tolerável ao regime. Esses dois partidos foram criados durante o governo presidencial de:
A) Ernesto Geisel
B) Castello Branco
C) José Sarney
D) Garrastazu Médici
E) João Figueiredo
19.A intervenção do Estado se fez presente em vários momentos da história recente do Brasil. Na segunda metade da década de 1950, o Estado incentivou a expansão da atividade industrial com vistas à substituição das importações, modelo que se caracterizou
(A) instalação da SUDENE responsável pelo crescimento das atividades industriais pelas sub-regiões nordestinas.
(B) ocupação de terras virgens no norte do Paraná e oeste de Santa Catarina para a produção de trigo e café.
(C) criação do Proálcool e a rápida expansão dos canaviais por áreas antes ocupadas pela policultura.
(D) a implantação da primeiras hidrovias destinadas ao transporte de grãos na região Centro-Sul do país.
(E) colonização de Roraima e do Amapá por meio de distribuição de terras para pequenos proprietários.
20."O Brasil merece a verdade, as novas gerações merecem a verdade, e, sobretudo, merecem a verdade factual aqueles que perderam amigos e parentes e que continuam sofrendo como se eles morressem de novo e sempre a cada dia. [...] Ao instalar a Comissão da Verdade não nos move o revanchismo, o ódio ou o desejo de reescrever a história de uma forma diferente do que aconteceu. Nos move a necessidade imperiosa de conhecer a verdade em sua plenitude, sem ocultamento".
Por meio da Lei nº 12.528, de 18/11/2011, a Presidenta da República, Dilma Roussef, criou a Comissão Nacional da Verdade, com a finalidade de examinar e esclarecer as graves violações de direitos humanos praticados no período de 1946 a 1988.
Assinale a alternativa que NÃO apresenta um dos objetivos da Comissão Nacional da Verdade.
A) Promover o esclarecimento circunstanciado dos casos de torturas, mortes, desaparecimentos forçados, ocultação de cadáveres e sua autoria, ainda que ocorridos no exterior.
B) Identificar e tornar públicos as estruturas, os locais, as instituições e as circunstâncias relacionados à prática de violações de direitos humanos e suas eventuais ramificações nos diversos aparelhos estatais e na sociedade.
C) Recomendar a adoção de medidas e políticas públicas para prevenir violação de direitos humanos, assegurar sua não repetição e promover a efetiva reconciliação nacional.
D) Investigar os crimes e punir os responsáveis pelas violações de direitos humanos durante a ditadura militar brasileira.
21.A Comissão da Verdade, sancionada pela Presidente Dilma Rousseff em 18 de novembro de 2011, tem como objetivo principal apurar violações aos direitos humanos praticados entre 1946 e 1988, “a fim de efetivar o direito à memória e à verdade histórica e promover a reconciliação nacional”.
Sobre esse período histórico e sua relação com os objetivos da Comissão, é CORRETO afirmar que:
a) entre 1946 e 1964, o Brasil viveu sob uma ditadura de políticos civis que censuravam quaisquer manifestações da oposição política.
b) entre 1964 e 1985, durante os governos militares, ocorreram violações aos direitos humanos.
c) a tortura, os desaparecimentos forçados e a ocultação de cadáveres de inimigos políticos foi prática corriqueira entre 1946 e 1988.
d) entre 1946 e 1964, o desenvolvimento econômico acelerado agravou as desigualdades sociais e regionais.
e) entre 1964 e 1985, os governos ditatoriais da Argentina, do Chile, do Brasil e do Uruguai criaram atritos políticos entre si e romperam relações diplomáticas.
22.A Comissão Nacional da Verdade insere-se no âmbito do que se denomina justiça de transição, que diz respeito aos modos como, na passagem de regimes autoritários para a democracia, uma sociedade lida com um passado de repressão e violência. A Comissão Nacional da Verdade instituída pelo governo brasileiro, em maio:
a) é composta pelos juízes do Supremo Tribunal Federal (STF);
b) é integrada por membros do Ministério Público.
c) é formada por membros indicados pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB);
d) reúne todos os ministros da justiça que serviram aos presidentes do Brasil;
(e) é formada por sete integrantes, escolhidos pela presidente da república, com reconhecida idoneidade e conduta ética.
23.“Partindo-se do pressuposto de que os povos têm o ‘direito inalienável de conhecer a verdade a respeito de crimes do passado, o que inclui as circunstâncias e os motivos envolvendo tais atos de violência, independentemente de processos que possam mover na Justiça, uma comissão da verdade pode ser definida como órgão estabelecido para investigar determinada história de violações de Direitos Humanos. Isso significa que, naturalmente, seu foco está no passado. Com mandatos previamente estabelecidos, que costumam variar entre seis meses e dois anos, tais estruturas geralmente são constituídas a partir de decisões oficiais. (...) Entre os objetivos de uma comissão da verdade está descobrir, esclarecer e formalmente reconhecer abusos do passado; restaurar a dignidade e facilitar o direito das vítimas à
verdade; contribuir para justiça e accountability; acentuar a responsabilidade do Estado e recomendar reformas; promover a reconciliação, reduzir conflitos e estabelecer a legitimidade de um novo regime.” Mezarobba, Glenda. “Afinal, o que é uma comissão da verdade?” In: Revista Direitos Humanos, n.5, abril 2010
Assinale a alternativa correta:
a) A instituição da Comissão da Verdade permitirá investigar, também no contexto atual, a violação dos Direitos Humanos no país.
b) A Comissão da Verdade foi instituída no Brasil, de forma pioneira em relação ao Cone Sul, servindo como meio de reparação dos crimes cometidos ao longo da Ditadura Militar.
c) Ao dizer que o foco da Comissão estaria no passado, a autora afirma que o instrumento não tem eficácia na promoção dos Direitos Humanos.
d) A instituição da Comissão da Verdade é uma iniciativa da sociedade civil, não encontrando amparo no Estado, já que é este ou algumas de suas instituições que serão objeto de investigação.
e) A Comissão da Verdade não é movida pelo “espírito de vingança e punição”, mas sim pelo anseio de promover uma “prestação de contas do passado” com vistas à diminuição dos conflitos na sociedade.
24.O governo do General Figueiredo, último do ciclo militar, foi marcado pelo (a):
a. privatização de várias empresas estatais.
b. recessão na área econômica e abertura política com a aprovação do projeto de anistia pelo Congresso Nacional.
c. economia equilibrada, acentuado desemprego e pagamento de parte da dívida externa.
d. definição de prioridades que buscou primeiro o completo desenvolvimento das atividades agrícolas.
e. política de crescimento econômico acelerado pelo incentivo à poupança do assalariado.
25.Durante o período militar, em especial no governo Médici (1969 1974), o regime utilizou uma forte campanha de divulgação de seus grandes feitos, procurando atrair o apoio da população. Um dos veiculados na mídia nesse período foi:
A) “O petróleo é nosso”.
B) “Tudo pelo social”.
C) “50 anos em 5”.
D) “Ninguém segura esse País”.
E) “Brasil um País de todos”.
26.De 1964 a 1985, o comando das Forças Armadas controlou o poder político no Brasil. Muitos classificam o regime que marcou o período como ditadura. Assinale a alternativa que apresenta uma característica do período ditatorial:
A) O fortalecimento do Congresso Nacional.
B) A independência do Poder Judiciário.
C) A autonomia dos estados-membros.
D) A importância decisória do Poder Executivo.
E) O atendimento das reivindicações em massa.
27.Presidente brasileiro acusado de “abrir a porta para o comunismo internacional”, com um rápido crescimento político, discursava em defesa da moralidade e em nome do combate a corrupção.
a) Getúlio Vargas.
b) João Goulart.
c) Juscelino Kubitschek.
d) Costa e Silva.
e) Jânio Quadros.
28.''Democratas do Brasil, não desconfiem das gloriosas Forças Armadas de nossa pátria'', dizia Auro de Moura Andrade, presidente do Senado, para a multidão que marchava em São Paulo ''com Deus pela Liberdade'' dias antes do fadado golpe. Naquele 1º de abril de 1964, quando militares e seus tanques avançaram sobre as principais cidades do Brasil, foram saudados por muitos como verdadeiros defensores da ordem nacional frente à ameaça comunista. E como o criador batiza sua criatura como bem entende, chamaram de Revolução Democrática a deposição sumária do presidente eleito. REVISTA DE HISTÓRIA DA BIBLIOTECA NACIONAL. Rio de Janeiro: SABIN, ano 7, n. 83, p. 17, ago. 2012.
De acordo com o texto acima, o que aconteceu em 1º de abril de 1964 somente foi possível devido a uma conjunção de interesses que inclui, em primeiro plano,
(A) as forças econômicas do campo e os governos estaduais
(B) as forças econômicas da elite urbana e os trabalhadores das indústrias
(C) as forças políticas progressistas e a igreja
(D) as forças políticas conservadoras e os sindicatos
(E) as forças armadas e parcelas importantes da sociedade
29. Na América Latina, durante o século XX, vários países tiveram um regime de governo autoritário e repressivo, entre eles: a Argentina, o Chile, o Paraguai e o Brasil. No Brasil esse período ficou conhecido como Ditadura Militar (1964-1985). Os direitos individuais foram eliminados e a liberdade de expressão foi intensamente combatida pelo governo. A imprensa foi censurada e houve perseguições a estudantes, intelectuais, políticos de esquerda, entre outros. Sobre o fim do período militar no Brasil, pode-se afirmar que ocorreu de maneira:
A. lenta e gradual, como desejavam setores das Forças Armadas.
B. abrupta e inesperada.
C. sigilosa, entre o Presidente Geisel e Tancredo Neves, à revelia do exército e dos partidos.
D. negociada com o Chile, entre o ditador e os partidos na ilegalidade.
E. abrupta e inesperada, como na Argentina do general Galtieri.
30. Vivemos hoje tempos de violência. Seriam, porém, mais violentos do que em outros períodos da história ou em outras civilizações? Hegel já definira a história como um "imenso matadouro". Além disso, o que cada um entende por violência seria igual para todos? Por exemplo, o que se passa em sua mente ou na de seu vizinho, quando pensam em um ato de violência? Marque a alternativa correta sobre o que seja então violência e em que situações se manifesta?
a) O seu caráter de disputa, de luta, de conflito que envolve pessoas ou grupos com interesses divergentes e em que a solução apresentada é o recurso abusivo da força. O racismo extremado da doutrina nazista contra ciganos, deficientes físicos e mentais, homossexuais, resultando no genocídio de milhões de seres humanos, e em especial, os judeus.
b) A intencionalidade de um autor e, de outro, uma vítima. A violência é movida por um desejo de destruição do outro, que se configura a partir de diversos tipos de intenção: ferir, matar, prender, ameaçar, impedir de agir, humilhar, roubar ou destruir os bens. O genocídio praticado por espanhóis e portugueses, por ocasião da conquista da América.
c) As agressões tiram a vida, atingem a integridade do corpo, a liberdade, o direito à propriedade ou ainda perturbam o espírito das pessoas. No Brasil, pós-64, quando os militares assumiram o poder e tornoram a tortura uma prática cotidiana nos "porões" da Ditadura Militar. Um exemplo atual é a prisão de Guantánamo, na ilha de Cuba, base militar norte-americana, onde pessoas de diversas nacionalidades, principalmente muçulmanos, estão presos sem direito a um julgamento justo e cotidianamente são torturados e humilhados.
d) Outros tipos de violência podem ser destacados, tais como a violência estrutural. É o caso de bebês que nascem em locais sem saneamento básico e recebem alimentação insuficiente ou inadequada, provocando desnutrição, além da falta de higiene, prejudicando seu desenvolvimento físico e intelectual, além de expô-los a doenças e até ao risco de morte.
e) Todas as assertivas anteriores estão corretas.
31. Sobre o AI – 5 (Ato Institucional nº 5), é correto afirmar que:
(A) foi instituído no início do regime militar e estabelecia o bipartidarismo por decreto, com a criação da ARENA e do MDB.
(B) não tinha prazo de vigência e estabeleceu, entre outras medidas, o poder do Presidente da República de fechar temporariamente o Congresso Nacional.
(C) decretava a suspensão de todas as liberdades civis e suspendia, por tempo indeterminado, todas as eleições.
(D) possibilitou a pacificação do país, por meio da repressão à luta armada.
(E) restabeleceu as eleições para os governos dos estados e prefeituras municipais.
32. Os governos militares, pós-64, conseguiram impor um sistema atuante e inibidor de rebeldias contra os excessos de violência. Na época do general Médici, houve:
A) lutas democráticas importantes, com o fim da censura e a abertura do Congresso Nacional.
B) a exploração acentuada pelas propagandas oficiais de eventos sociais, como a vitória do Brasil na Copa do Mundo de futebol, em 1970.
C) o fim da censura aos jornais, mas a extinção de partidos socialistas ainda atuantes.
D) a reformulação da Constituição, garantindo o autoritarismo e a prevalência dos governos militares.
E) o início da formação de grupos ligados à luta contra a ditadura, com grandes passeatas em cidades do Sudeste.
33. A tensão política, conhecida por Guerra Fria, entre os EUA, liderando o bloco Capitalista, e a então URSS, à frente do bloco socialista, refletiu-se em outros países. No Brasil, o movimento militar de 1964 deveu-se, entre outras questões:
A) ao descontentamento das elites políticas de direita com as reformas de base propostas por João Goulart.
B) à marcha da Família com Deus pela liberdade realizada em defesa das reformas pela universalização da educação.
C) ao rompimento do Brasil com os EUA, em razão dos interesses da classe média de nacionalização dos bens privados.
D) a um levante popular, ocorrido, em Recife, na madrugada de 31 de março, com apoio do governador Miguel Arraes.
E) à insatisfação geral de toda a sociedade com o governo eleito, incluindo-se o grupo estudantil ligado à UNE.
34. Texto 1
Propaganda na Era Vargas
O programa “Hora do Brasil” era irradiado por todas as emissoras de rádio do Brasil entre 19 e 20 horas. O aproveitamento sistemático desse programa foi determinado pelo DIP, Departamento de Imprensa
e Propaganda, um órgão criado em 1939 pelo governo Vargas. (...)
(Campos, Flávio de. A escrita da história. Volume único. Ensino médio. Flávio Campos; Regina Claro. 2ª Ed. São Paulo: Escala Educacional, 2009. p. 553.)
Texto II
Propaganda no Regime Militar
O apelo ao consumo era o “milagre econômico” alcançando a população. Enceradeiras, ventiladores, ferros elétricos, geladeiras, batedeiras, torradeiras, aspiradores de pó etc. A julgar pela enxurrada de
eletrodomésticos que invadia as casas da classe média e os sonhos de consumo da sociedade brasileira, o país não deixava nada a dever aos ricos e invejados primos norte-americanos.
(Campos, Flávio de. A escrita da história. Volume único. Ensino médio. Flávio Campos, Regina Claro 2ª Ed. São Paulo:
Escala Educacional, 2009. p. 678.)
Com base no papel desempenhado pela propaganda nos momentos expressos nos textos e nos dias atuais, é correto afirmar que
A) tendo em vista a clara distinção entre “propaganda” e “notícia”, justifica-se a liberdade da propaganda em ser sempre fictícia ou metafórica.
B) a propaganda, independente do tempo ou do espaço em que é utilizada, mantém sua integridade e seu compromisso inalienável com a verdade dos fatos.
C) tanto no período da Ditadura Vargas (1937-1945), quanto no Regime Militar (1964-1985), a propaganda, por sua ligação com a arte, foi poupada da censura.
D) ao longo do tempo e da história, muitas vezes de acordo com interesses políticos e/ou pessoais, a propaganda pode ser (e é) utilizada como meio de manipulação ideológica.
35. (Adaptada) Sobre o Ato Institucional n.º 5, de dezembro de 1968, análise as alternativas abaixo e marque a correta
(A) uma forma de estimular o aumento dos protestos da classe
média contra o regime militar.
(B) uma medida dura, mas necessária para o restabelecimento
da ordem e da tranquilidade no país.
(C) um instrumento de coerção, que limitava os direitos e a
capacidade de defesa dos cidadãos.
(D) uma tentativa de frear o avanço dos militares, que haviam
assumido o controle do governo federal.
(E) um esforço de democratização e reformas sociais, num
momento de crise e instabilidade econômica.
36. João Goulart governou o Brasil de 1961 a 1964, após a renúncia de Jânio Quadros. Desde sua posse Jango enfrentou resistências, caracterizando desta forma um governo permeado por crises políticas. Acerca desse período, é correto apontar que:
a. Após seu retorno da China, Jango passou a governar o Brasil sob um regime parlamentarista;
b. A reforma de base instituída pelo governo valorizava a moeda brasileira possibilitando desta forma um aquecimento econômico que favorecia a classe média;
c. As Forças Armadas desconfiavam das posições políticas de Jango, mas mesmo assim não criaram dificuldades para seu governo, alinhando-se ao governador Leonel Brizola;
d. Em 1964, João Goulart foi deposto pelos segmentos representados por nacionalistas e líderes sindicais urbanos.
37. Em 1984, no dia 25 de abril, o Congresso Nacional Brasileiro votou a Emenda Constitucional Dante de Oliveira. Nem mesmo a pressão popular, traduzida por movimentos urbanos, foi suficiente para que a lei fosse aprovada. Henfil, cartunista brasileiro e militante político, traduziu em diversas imagens esse descontentamento popular, como na charge a seguir, cuja análise nos leva a concluir que a emenda Dante de Oliveira tinha por objetivo:
a. Acabar com a Ditadura Militar, que já durava mais de duas décadas.
b. Restabelecer o voto direto no Brasil para a presidência da República.
c. Obter a anistia a todos os presos políticos e perseguidos pelo regime militar.
d. Promover a volta de artistas e intelectuais que se encontravam exilados.
e. Instigar a mobilização urbana de estudantes contra o regime.
38. Aristides Lobo, ministro do Interior do nosso primeiro governo republicano escreveu que o povo assistiu à fundação da República brasileira bestializado, atônito, surpreso, sem conhecer o que significava (...) por ora, a cor do governo é puramente militar e deverá ser assim. O fato foi deles, deles só, porque a colaboração do elemento civil foi quase nula. Neste ano de 2014, o Golpe de 1964 faz 50 anos. Assinale a alternativa que apresenta apenas semelhanças entre os dois golpes:
a) tanto o Golpe de 1964, quanto o de 1889 contaram com a presença
decisiva da população, que saiu às ruas em manifestações pedindo
a queda do governo.
b) foram antecedidos por grave crise econômica, caracterizada por
desabastecimento de alimentos essenciais e inflação que diminuía
o poder de compra da população.
c) foram motivados por crise política e rápida expansão do comunismo
entre estudantes e sindicatos.
d) tiveram participação importante do Exército na derrubada do
governo, sem qualquer apoio de civis no processo.
e) foram antecedidos por conspiração entre civis e militares, tendo
os segundos deflagrado o golpe.
39. A reportagem a seguir aborda a instalação da Comissão da Verdade. Leia-a atentamente. Dilma instala Comissão da Verdade e garante apoio A presidente Dilma Rousseff instalou na manhã desta quarta-feira a Comissão da Verdade, quase seis meses depois de sancionar a lei que a criou. Dilma destacou, em seu discurso, que garantirá toda a liberdade e apoio aos membros do colegiado e fez questão de mencionar que, para chegar a esse momento, foi fundamental a ajuda de todos os governos que a antecederam. Participaram da cerimônia os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva, José Sarney e Fernando Collor.
“Não nos move o revanchismo, o ódio nem o desejo de reescrever a história, mas mostrar o que aconteceu, sem camuflagem, sem vetos”, disse a presidente, que foi ovacionada.
(Adaptado)http://oglobo.globo.com/pais/dilma-instala-comissao-daverdade-garante-apoio-4912264. Acesso em 27/05/2012
Sobre a Comissão da Verdade, é correto afirmar que:
a) Trata-se de uma tentativa de trazer à luz crimes cometidos por militares contra militantes de esquerda durante a Ditadura Militar.
b) Trata-se de uma tentativa de punir os militares envolvidos nas mortes de militantes de esquerda durante a Ditadura Militar.
c) Trata-se de uma tentativa de punir os militantes de esquerda envolvidos em assassinatos durante a Ditadura Militar.
d) Trata-se de uma tentativa de punir os militares e militantes de esquerda envolvidos em crimes durante a Ditadura Militar.
e) Trata-se de uma comissão composta por antigos militantes de esquerda para investigar crimes durante a Ditadura Militar.
ATENÇÃO! AS QUESTÕES ACIMA SÃO DE IMPORTANTES UNIVERSIDADES BRASILEIRAS, ENEM, ETEC E CONCURSOS PÚBLICOS.