Mediação-agentes estressores.

Agentes estressores

Em cidades com percentual alto de desenvolvimento populacional estamos interligados totalmente aos meios tecnológicos. Sejam eles, comunicação e transporte. Acordamos com o som do despertador do celular, ligamos a tevê. Neste meio tempo, tomamos nosso café fazendo chamadas ou enviando torpedos SMS. Entramos no carro, ligamos o rádio, o ar-condicionado; recebemos chamadas; fazemos chamadas ou até em motocicletas, colocamos os fones de ouvidos e recebemos e fazemos chamadas. Ao chegar ao objetivo, por exemplo, no trabalho, fazemos ultimas ligações e SMS. Ao sentar-se para o trabalho ligamos o computador se conectamos nas mais variadas redes sociais. Em horário de almoço, comemos efetuando ligações e mandando SMS ou assistindo tevê, ouvindo rádio. Voltamos a trabalhar, se conectamos nas redes sociais. Tomamos o café da tarde conectados no mundo tecnológico-social. Fim de turno, fazemos ou recebemos ligações e torpedos; ligamos o carro; passamos no supermercado compramos os mais diversos produtos. Pesamos alguns produtos na balança, nesse turbilhão de afazeres recebemos e fazemos chamadas ou se conectamos a internet, até mesmo num dialogo no bate-papo nas redes sociais; colocamos o produto no carrinho; vemos as ofertas nas telas publicitárias do supermercado; seguimos até o caixa passamos os produtos no leitor de barras; passamos nosso cartão de credito ou débito na maquina de cartão. Colocamos no carro as coisas; ligamos o automóvel, o radio; ar-condicionado. Contudo, fazendo e interagindo com ligações e bate-papos. Chegamos a casa ligamos a tevê, o rádio. Fazemos a janta; jantamos; lavamos a louça; vamos ao banho, colocamos músicas no celular enquanto nos banhamos. Ao se deitar, desligamos a maioria dos aparelhos eletrônicos; ligamos a tevê do quarto. Sem esquecer-se do principal, DNA da insônia, o celular, totalmente conectado ao mundo das redes sociais. O tempo passa, acabamos entrar em coma, ou seja, apagamos como se apaga uma lâmpada. Dormimos nas altas horas da madrugada, nem tempo para sonhar sobram. Como corriqueiro, acordamos... Assim entramos num ciclo de segunda a segunda. Seus dias são assim? Você acha que conseguimos levar uma vida assim?

Nós conseguimos enfrentar e dar conta de qualquer obstáculo, inclusive até cuidamos de problemas que não são de nossa responsabilidade. Contudo sem contar da poluição sonora que nos acompanha neste meio de tempo. A buzina de carros, maquinas trabalhando, cadeira se arrastando, barulho de bips etc. Cada ambiente urbano há diferentes sons. Portanto, a poluição sonora é som da natureza urbana. Você já parou para pensar quantos sons diferentes nós ouvimos todos os dias, todo o momento?

Os seres humanos se diferenciam de outros animais pela enorme capacidade de lidar e pensar nas mais difíceis situações cotidianas. Mas com todo esse privilegio e capacidade, se privam do mais importante, a valorização do “EU”.

Segundo Augusto Cury 2013, não adianta sermos os melhores no mundo social, o melhor médico, o melhor educador, o melhor psicólogo, o melhor gerente, se não valorizamos o “EU”. No meio de tudo isso, esquecemos uma das ferramentas principais da qualidade da vida, sendo ela universal, contemplar o belo. Sendo uma ferramenta fundamental para uma mente livre, para quem vive em grandes metrópoles.

Contemplar o belo é treinar a capacidade de observar para fazer dos pequenos estímulos da rotina diária um espetáculo aos nossos olhos e, desse modo, enriquecer o prazer de viver e estabilizar a emoção. (Cury, 2013, pág.11).

A natureza urbana é cercada por estruturas de concreto, não há muito verde, ou seja, florestas, animais. Contudo, isso pode dizer que o ambiente urbano é um agente estressor muito bem conceituado. É acompanhado pela poluição atmosférica e sonora. Por isso, contemplar o belo fica difícil nesses ambientes urbanos. Segundo Cury, quem vive cercado de árvores, animais, todos os elementos naturais da natureza tem mais facilidade de comtemplar o belo de quem vive na selva urbana.

A arte de contemplar o belo é muito complexo do psíquico humano, poucos tem a capacidade de desenvolver, sendo que precisa ser trabalhada com cautela e paciência. Portanto, tem razão que há muitas pessoas ignorantes morando em castelos, eles não sabem a essência da vida, não sabem assimilar os estímulos estressantes que a natureza urbana desencadeia. Segundo FREEMIND 2014, para termos um controle do nosso psiquismo devemos proteger e administrar a emoção conseguindo ter uma mente livre e emoção saudável.

Com toda essa atmosférica urbana, a população está cada vez mais agitada, estressada. Eles não controlam seu “EU”, não contemplam o belo; não gerenciam seus pensamentos, sendo outra ferramenta fundamental de qualidade de vida, agem antes de pensar. Segundo Cury 2013, estamos suscetíveis a estímulos nocivos: coitadismo, timidez, o sentimento de incapacidade, impulsividade (bateu-levou), necessidade neurótica de poder e controlar os outros, de não reconhecer os erros, recompensa imediata (o prazer sem pensar nas consequências) etc.

Nós somos seres complexos, apesar de nossos defeitos e falhas, conflitos. Temos uma enorme capacidade de resolver equações matemáticas extremamente difíceis e lidar com situações no limite da razão. Mas tem um porém, não conseguimos lidar com nos mesmos, nosso “EU”. Isso dá espaço para angustia, humor triste que cada vez estão mais presentes em nossa sociedade. Cury 2013 diz que a indústria do lazer está se expandindo, que nunca tivemos um leque tão grande de estímulos para excitar a emoção na atualidade. Tais como: a internet, a televisão, os estilos musicais e a literatura, que explodiram nas ultimas décadas. Portanto, pensávamos que seria, essa geração, de intenso prazer e tranquilidade mental. Entretanto, não é isto que está acontecendo, estamos gradativamente mal-humorados e tristes. A solidão está se expandindo em nossa sociedade, como água descendo o rio, como geleiras descongelando. Atinge milhares de pessoas.

O percentual da população antigamente (sec. XX) aumentou gradativamente mais que o triplo no século XXI. Se pensarmos que a solidão só acontece quando a ausência de alguém, podemos considerar então, que atualmente não terá solidão por vivermos tão próximos. No entanto, nos enganamos, a solidão está presente em nossa sociedade como uma doença contagiosa. Com tantos afazeres as pessoas se distanciam das outras, ficam sós no escritório, nas ruas, cego no meio de tanta luz que nos fazem brilhar.

Um dos fatores mais importante para a interação humana é o dialogo, que vem se deteriorando cada vez mais. Sendo um fator fundamental para o equilíbrio psíquico, uma vez que deixa de ser usada frequentemente acabam entrando em solidão. Numa família quando não há meios de estabelecerem uma conversa, pois os problemas são enormes, resulta a ausência de reuniões familiares. O dialogo entre os familiares, principalmente dos pais para filhos, são de extrema importância, pois o pai é o exemplo e os conselhos e responsabilidades devem ser comunicados aos seus filhos para que possam ser um norte nos “Triângulos das Bermudas”. Na juventude os filhos precisam tantos de seus pais quanto renascidos quando precisavam de suas mães. Com ausência do responsável, eles acabam tomando decisões precipitadas, tomando um norte sem bussola, ou seja, acabam entrando situações difíceis na sociedade, até mesmo entrando e se perdendo no labirinto da mente. Quando alguém esta perdido no labirinto da mente os problemas sociais na adolescência se encaixam perfeitamente e podem ter varias formas de fixação como um brinquedo de LEGO.

Na puberdade o jovem começa ter o físico mais desenvolvido e uma mente mais autônoma. Podemos relacionar que uma mente autônoma é uma mente livre, mas não uma mente madura, portanto é neste meio de campo que os mediadores entram em campo. Os professores-mediadores não podem ficar como zagueiros, mas sim atacante do time, devemos golear a mente do adolescente nas mais diferentes formas: Gol de cabeça, carrinho, bicicleta, perna esquerda, pênalti etc. Entretanto o juiz, bandeirinhas, narradores, são os pais que na maioria, só agem quando há faltas ou impedimentos ou só assistem e comentam. Isso vem sendo um grande problema dessa geração, a ausência familiar. Portanto, muitos problemas são fruto da distancia dos pais. Alguns fatos problemáticos na adolescência, o uso de drogas licitas e ilícitas.

A qualidade de vida esta piorando abusivamente, os jovens serão a principal vitima da história. Sofrerá de problemas psíquicos como fobia, depressão, estresse, síndrome do pânico, estresse pós-traumático, psicose, alcoolismo etc. Enfim, tudo isso foi aberto por uma única chave, desvalorização do “EU”.

Podemos refletir vários aspectos desse campo no soneto de Luís Vaz de Camões, “Amor é fogo que arde sem se ver”.

Amor é fogo que arde sem se ver,

É ferida que dói e não se sente;

É um contentamento descontente,

É dor que desatina sem doer.

É um querer mais que bem querer;

É um andar solitário entre a gente;

É nunca contentar-se de contente;

É um cuidar que ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;

É servir a quem vence, o vencedor;

É ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor

Nos corações humanos amizade,

Se tão contrário a si é o mesmo amor?

Luiz Vaz de Camões viveu no século XVI. Teve uma vida boêmia, sofria de alcoolismo, solidão entre vários fatores acima citados. Em sua obra podemos focar a angústia, agentes estressores; falta de interação consigo mesmo; solidão e a deterioração da qualidade de vida. Notamos mesmo em séculos diferentes estes problemas já aconteciam, não é algo novo, mas a manchete é que o número de vítimas da sociedade-psíquica é enorme.

Professores-mediadores atacantes e artilheiros do time

Segundo Cury 2013, os professores são tão importantes quantos outros cargos na sociedade. A sociedade esta vivendo momentos repentinos, o país está em fervor, políticos não conseguem governar e cuidar do país como deveriam. O fato que ninguém mais valoriza o “EU”, ou seja, segundo Cury, ninguém faz o “EU” como autor da própria historia.

Os professores hoje em dia estão numa canoa à deriva no mar, não sabem onde pisar. O sistema educacional está falido tornando, também, um grande atormentador agente estressor diante de vários outros, tais como: salário, sistema de saúde, transporte etc.

Os docentes tem um papel importantíssimo e exclusivo na sociedade, formar e capacitar cidadãos responsáveis e atuantes na sociedade. Têm que ter uma mente sóbria, saudável; livre de radicais; valorizar e tornar o “EU” como autor da própria história.

Um professor com saúde-psíquica excelente consegue atuar em sala de aula sem entrelinhas, faz de seu conhecimento um show de hormônios; ativa, desperta o sono da mente dos mediandos. Na graduação de licenciaturas ou outras áreas de estudo não aprendemos a cuidar da saúde-psíquica. Portanto, só aprendemos realmente teorias, conhecemos nosso corpo por dentro e por fora, mas a mente é deixada de campo, considerado como um baú pesado e obscuro. No entanto, o professor discente aprende muitas técnicas como trabalhar com os jovens, mostra como agir em certas situações da situação. Há estratégias lúdicas e motivadoras em varias áreas sejam elas no campo de exatas ou humanas.

Por desenvolver um papel importante na sociedade, o professor-mediador tem que interagir; disciplinar; motivar e participar com os alunos-mediandos como um time de futebol. Num campeonato de futebol, sendo uma partida de decisão, o time que está disposto a dar o melhor; todos tem que trabalhar em equipe. Se 11 jogadores estiverem motivados e o outro não estiver, será motivado por seus companheiros e entrará no encantamento do jogo e dará tudo de si mesmo, mesmo sabendo que não terá vitória. O mesmo tem que acontecer com os profissionais e alunos. Primeiro os professores tem que preparar seus alunos, treinar; disciplinar; no meio desse tempo ser atacante principal além de técnico, goleando de varias formas sua mente, sendo um artilheiro e exemplo para o time. Depois desse treinamento motivador; montar a equipe e trabalhar junto. Portanto, até que um dia possam assumir sua própria partida; tornarem artilheiros de suas vidas; o caminho para a sociedade alienada.

Professor-prego e aluno concreto

Vimos que quando temos a saúde-psíquica em dia, tornamos artilheiros de nossas vidas. Uma vez que isso não há essa saúde, o professor começa a desenvolver uma mente agitada, que segundo Cury 2013, abre janela do psiquismo chamada Killer, que significa assassino, ou seja, correspondem a todas as áreas de memória que têm conteúdo emocional angustiante, tenso, depressivo, compulsivo etc. Essa janela bloqueia a liderança do “EU” presente. Cury aborda dois pensamentos: inquietante e acelerado

O pensamento inquietante, não conseguimos parar de pensar nenhum momento. O pensamento acelerada afeta a qualidade de vida, gerando e abrindo janelas killer e síndromes como SPA (síndrome do pensamento acelerado). Muitas pessoas sofrem dessa síndrome, seus sintomas são a falta de energia. Segundo Cury, uma pessoa estressada com síndrome SPA pode gastar mais energia que 10 homens trabalhando braçal.

O caso do pensamento acelerado pode conceber outra síndrome, síndrome de Burnout. Síndrome de Burnout está ligada aos agentes estressores do trabalho. Os sintomas causados estão ligados ao ambiente e direto com o público.

A Síndrome de Burnout é uma doença psicológica caracterizada pela manifestação inconsciente do esgotamento emocional. Tal esgotamento ocorre por causa de grandes esforços realizados no trabalho que fazem com que o profissional fique mais agressivo, irritado, desinteressado, desmotivado, frustrado, depressivo, angustiado e que se avalia negativamente. (Brasil escola, 2014).

Os sintomas da síndrome faz que tenhamos baixo rendimento profissional; pode ocorrer em varias áreas de profissão que trabalha direto com o publico. Os profissionais que acabam tendo esses sintomas ficam irritados com tudo em sua volta, se irritam com a porta, cadeira, janela etc. Na sala de aula, por exemplo, o professor acaba se estressando com tudo, tendo raiva dos alunos por quererem silêncio. A agitação dos alunos é por motivo que muitas vezes o professor não consegue abranger sua matéria, lembrando que, mesmo que seja um conhecedor bem conceituado de sua matéria e não tendo seu controle emocional, sofrendo com essas síndromes acarreta um desconforto do “EU”, prejudicando em seus conteúdos a serem dadas. Tudo isso corrobora com a “agitação” dos alunos, o mediador perde a motivação, a autoridade, seu controle mental e age por muitas vezes como um adolescente na fase de rebeldia.

Com essas síndromes e motivos estudados o professor-mediador se torna uma pessoa insignificante, ignorante, “chato”, no ponto de vista de seus alunos, ou seja, o professor se torna um prego, objeto metálico, frio e duro que ao tentar por a disciplina na sala acaba se entortando, pois os alunos são firmes, são concretos que precisam ser lapidados com outras ferramentas. Essas ferramentas são as mentes livres e emoções saudáveis.

Bibliografia:

Mente livre e emoção saudável, Augusto Cury; Rio de Janeiro: Sextante, 2013.

Webgrafia:

www.psicologiapravoce.com.br/textopsi.asp?nr=786

www.Brasilescola.com

Elias Willian
Enviado por Elias Willian em 30/04/2014
Reeditado em 30/04/2014
Código do texto: T4788738
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