Estudos Sociais para jovens brasileiros - Crise na sala de aula - Parte 2

O ensino de História em nosso país enfrenta graves problemas e a luta para qualificá-lo está longe de alcançar resultados desejáveis. O principal deles é o nível e o conteúdo no qual a Universidade o inseriu. O ensino universitário faz grandes males ao ensino de História nas escolas básicas. A universidade trabalha apenas com bacharelados, pauta-se pela pesquisa acadêmica temática e setorial e não pela docência da escola fundamental. O ensino superior então, é a porta de entrada dos mestrados e doutorados em área específica de História e jamais para seu tratamento como parte fundamental da educação brasileira do ensino pré-universitário. Por isso, o professor produzido pela Universidade na área de História não corresponde ao perfil que alunos, comunidade, famílias, estudantes dos anos iniciais carecem. Sem mencionar que é possível graduar-se em História com a maior facilidade, sem estudar os clássicos da historiografia e sem despender esforços na leituras de referenciais teóricos da Filosofia da Educação, indispensáveis para quem deseja ser professor de História. O país carece, então, de Institutos de Educação que formem professores de História, se não na graduação, na pós-graduação.

Em segundo lugar, o professor se forma sem apego à leitura. O que lhe chega à vista é, meramente, para corresponder às avaliações desusadas que a Universidade pratica nos quatro anos das pseudo-licenciaturas. Ao receber a diplomação o futuro professor nunca mais comprará um livro, ou porque apenas queria um curso superior ou como professor repetirá fórmulas decoradas durante a sua vida acadêmica nos corredores da Universidade. Falta então, empenho do professor na compra de livros, nas pesquisas relevantes para a educação básica de conteúdos de História antiga, medieval e contemporânea. O professor para parecer moderno, pauta-se por um método de negação dos conteúdos confundindo com o espírito crítico que a Filosofia recomenda. Voce entra na casa ou no apartamento de um professor de História e não há livros, nem os didáticos. Responsabilizar os baixos salários não explica. Apesar dos parcos aumentos que os governos concedem, não raro, dentro do previsto pelos sindicatos de classe, o nível de exposição das aulas e da aquisição de livros e investimento no preparo continua doentia.

Terceiro, as próprias condições de existência dos nossos tempos, a concorrência com a tecnologia alienante, o despreparo e a falta de educação e preparo dos pais ou responsáveis, a hegemonia da televisão, dos jogos, dos celulares e tantos atrativos, a questão da violência moral, física e intelectual no qual se inserem nossos jovens, uma onda de crise de valores, impedem um ensino de História nas escolas brasileiras.