Epistemologia do mundo fenomenológico de Edmundo Husserl.
Epistemologia do mundo fenomenológico de Edmundo Husserl.
A fundamental preocupação de Edmundo Husserl no final do século XIX era exatamente com a psicologia dado certo consenso a seu respeito como eixo para explicação das formas fenomenológicas em relação a fundamentação da teoria do conhecimento e consequentemente da lógica aplicada.
Para tal proposição Husserl elabora o seu próprio método fenomenológico com a finalidade de desafiar as teses da psicologia como fundamento da teoria do conhecimento.
Na verdade o seu trabalho exuberantemente bem formulado estava muito perto da tese elaborada por outro grande pensador senhor Hermann Cohen, na defesa coerente que a lógica deve ser o fundamento sistematizado pela Filosofia como instrumento fenomenológico e não a psicologia.
Desse modo em sua reflexão o ideal de sustentação exata no ideal lógico da pureza do fenômeno, deve se sustentar em uma postulação filosófica, como teoria epistemológica do conhecimento da matemática ou das ciências da natureza em seus aspectos globais. Tese a qual poderia também encontrar nas ideias de Cohen.
A preocupação fundamental de Cohen 1842-1918, ele procura encontrar o grande axioma através do mesmo pudesse identificar o pensamento que fosse derivado e explicado ao próprio objeto fenomenal.
Tal fundamento viesse coincidir com os princípios da filosofia de Heráclito, ou seja, a lógica do vir a ser, porque a forma do objeto fenomenal é uma constante mudança no tempo histórico.
Cohen exerce papel fundamental nessa definição que serviu como base a construção de Husserl, objetivando restaurar a filosofia como fundamento da grande teoria universal a serviço das ciências.
No entanto, a teoria do conhecimento de Cohen tem uma epistemologia específica, pois procura por um lado, buscar uma lógica cujo fundamento é a priori irredutível no sentido praxiológico, separar a teoria do conhecimento da experiência pura propriamente.
Situando o aspecto do ato absoluto no pensamento elaborado, por outro lado, tenta conciliar de forma dialética o mundo da lógica exata com a filosofia de Heráclito, isso na perspectiva da mudança, com a diferença indispensável entender as modificações dentro dos aspectos culturais históricos.
A questão exatamente do devir como fundamento do movimento.
Seu valor inestimável ao ato do entendimento da pureza enquanto objeto fenomenológico, não compreende desse modo, o mecanismo na perspectiva do seu isolamento, como algo separado da essencialidade do pensamento, a aplicação prática de sua análise.
Isso significa que a filosofia funciona continuamente ao processo epistemológico infinitesimal conexo ao próprio mecanismo em elaboração.
O que entende Cohen que os procedimentos científicos aplicados às ciências relacionadas são perfeitamente reconstruíveis pela lógica da análise do pensamento lógico por meio da filosofia e não da psicologia.
Qual a diferença fundamental entre Cohen e Husserl, enquanto o primeiro entende o pensamento com uma lógica própria, do seu fim em si mesmo, Husserl procura superar a velha aporia do neokantismo.
O que significaria o ser racionalmente no puro pensamento, fundado ao ideal da lógica pura justificável na empiria, que resultou exatamente da epistemologia de Branz Brentano 1838-1917.
Husserl via os conceitos necessários da matemática em uma psicologia meramente descritiva, isso fica evidenciado na sua fabulosa obra em referência ao Conceito de Número, publicada no ano de 1887.
No entanto, Husserl desde o princípio tem como objetivo separar a dicotomia entre o objetivismo e o subjetivismo, naquele tempo ainda funcionava o desejo da idealidade do conhecimento das ciências da natureza.
Qual é o grande objetivo de Husserl satisfazer a objetividade do conhecimento na perspectiva da idealidade ou da realidade, para tal era fundamental eliminar na teoria do conhecimento o aspecto da subjetividade cognoscente.
No seu livro ensaio da Filosofia da Aritmética de 1891, elabora seu grande objetivo, entretanto, deixa levar ingenuamente pela lógica do psicologismo, o que foi verificado posteriormente.
Ao defender a tese, que em questão de lógica aplicativa as leis da razão valem para todas as formas de pensamento, de certo modo, o que aplica a engenharia, vale também para as demais ciências, como por exemplo, a física.
A lógica se sustenta ao psicologismo, o mesmo mal padecente ao positivismo lógico da escola de Viena.
Na tentativa de rejeitar o psicologismo, Husserl começa defender que as proposições lógicas contêm verdades necessárias puramente ideais nesse aspecto aproxima-se de Cohen.
A diferença fundamental a psicologia pressupõe a priori a existência de seus objetos, a não lógica psicológica, contrariamente, isso significa que pela crítica ao psicologismo, à sustentação empírica da filosofia, Husserl poderia pensar a propriedade dos atos, como ação da percepção a partir exatamente do conteúdo percebido pela razão, ou seja, pensado como objeto perceptível a própria lógica racional.
Com essa modificação fundamental Husserl procura elaborar seu fundamento nas seguintes questões: como entender o mundo real em sua temporalidade, que significa historicidade em sua consistência intersubjetiva na sua objetividade.
O que constitui o fenômeno da consciência propriamente dita relaciona se com a lógica perceptível do objeto, desse modo funcionaria o mundo da fenomenalidade.
No seu livro das Investigações Lógicas 1900, reflete a respeito de uma possível lógica pura, procura mostrar a priori uma teoria técnica da ciência.
Nesse momento procura evidenciar que a lógica normativa de uma teoria do conhecimento não se encontra mais na psicologia.
Do mesmo modo não aceita a consequência empírica do psicologismo, voltando essencialmente para a filosofia, defende que o pensamento sejam quais forem as razões da leis naturais, só se produz por um princípio lógico aplicado a filosofia na perspectiva da racionalidade lógica.
Rejeita com efeito o psicologismo na lógica o que é muito comum nessas proposições ao conduzir a um relativismo cético.
Diante disso Husserl procura as condições que possibilitam ao desenvolvimento da ciência no caminho de uma teoria geral, formulam dois campos, o primeiro da lógica pura, por outro lado, a categoria das significações perceptíveis, como conceito, proposição e conclusão concomitante a categoria dos pressupostos objetivos, como objeto e conteúdo, unidade e pluralidade etc.
Dentro da esfera do mundo essencial distingue um sistema de categorias semióticas e ao mesmo tempo o mundo objetivo da linguagem para o qual primeiro formula o próprio fundamento epistemológico.
Sendo que nessa relação complexa os dois mundos funcionam em termos da lógica empírica por um lado, por outro, a lógica da ontologia formal definindo a relação perceptível do mundo fenomenológico na construção da objetividade do objeto pelo sujeito cognoscente.
Edjar Dias de Vasconcelos.