“NÃO SEI NADA DE INGLÊS”!
“NÃO SEI NADA DE INGLÊS”!
A cobrança em se saber um idioma é comum. Ela vem da escola, internet, filmes e seriados, e das músicas internacionais, que são muito difundidas e apreciadas. É normal que mesmo quem não se interesse em aprender inglês, se sinta pressionado a tal, devido a grande presença deste idioma em nossas vidas.
Devemos considerar a cobrança individual no aprendizado de idiomas. Muitos alunos são mais exigentes em relação ao aprendizado de um idioma do que o do próprio português. Eles usam parâmetros errados para medir o “não saber inglês”. Por exemplo, se o aluno não entende uma música, já diz: “não sei nada de inglês”. Se o aluno assiste a filmes ou seriados e não entende nada, ele tem certeza de que não sabe nada de inglês. Como disse antes, os parâmetros que medem o saber são muito exigentes, porque não é qualquer pessoa que consegue escutar músicas, assistir filmes, ou seriados e entender ao mesmo tempo. Muitas vezes, mesmo os mais avançados no estudo do idioma não entendem cem por cento do que é falado.
Aprender um idioma envolve várias habilidades. Entre as mais básicas temos: entender o que as pessoas falam, falar, ler e escrever. Geralmente, o aluno exige de si mesmo aprender todas as habilidades de uma única vez. Assim, quando não entende, fala, lê ou escreve, para ele significa que não sabe nada de inglês.
É muito difícil aprender todas as habilidades de uma só vez. Existem etapas naturais que se forem seguidas, facilitará o aprendizado do idioma. Como nós aprendemos português?
Aprendemos de forma natural, sem complicações. Em primeiro lugar, estamos aprendendo português até hoje e nunca paramos de aprendê-lo, porque a língua é viva e cresce com a gente. A primeira coisa que aprendemos no português é o entender do idioma. Nossos pais falavam com a gente deste o feto. Já dentro da barriga, começamos a nos familiarizar com o som das palavras. Nascemos ouvindo português e dentro de poucos meses, começamos a falar algumas palavras mais importantes e mais repetidas para nós. Lembre-se que não nascemos falando bem o português. De um “gugu” e “dada”, formamos nossa base para falar. Depois dessa primeira etapa de ouvir e falar, vamos para a escola aprender a ler e a escrever. Não pulamos etapas para aprender o nosso idioma e certamente, não devemos pular etapas na aprendizagem de um outro.
Basicamente, aprender um idioma é como acontece com o português. Aprendemos a ouvir, falar, ler e a escrever português porque usamos essas habilidades o tempo todo. Contudo, não precisamos saber todas essas habilidades de uma só vez para determinar que não saibamos nada de inglês.
Existem pessoas que conseguem ler perfeitamente em inglês, mas não conseguem entender o que as pessoas falam. Você vai dizer que essa pessoa não sabe nada de inglês? Existem pessoas que entendem os falantes, mas não conseguem falar, ler ou escrever. Essa pessoa não sabe nada de inglês?
Isso acontece pela naturalidade com que essas pessoas aprenderam e ainda aprendem um idioma. Quando alguém vai morar no exterior, é normal que aprenda primeiro a entender e a falar. Quando uma pessoa não vai para o exterior e só usa o inglês no Brasil para ler, é natural que aprenda somente a leitura e não entenda o que as pessoas falam.
Essa é uma dica valiosa no aprendizado de idiomas. As pessoas aprendem aquilo que precisam e usam. Então, se eu preciso ler em inglês e pratico, vou aprender a ler. Mas, isso faz de mim uma pessoa que não sabe nada de inglês? Claro que não. O idioma existe para se comunicar. Se eu consigo ler um texto e entendê-lo, estou me comunicando com o autor e suas ideias. Isso é comunicação na forma escrita, conhecida como uma abordagem comunicativa.
Não devemos ser exigentes ao extremo quando aprendemos um idioma. Devemos seguir etapas e aprender primeiro o que vamos usar. Aprender um idioma demanda prática constante, da mesma forma que praticamos o português. Se raramente escrevo em português, não vou escrever bem, porque não pratico essa habilidade. Portanto, se quero aprender inglês, vou pensar primeiro em termos de prioridade. Se for leitura, vou praticar a leitura para ler os textos que preciso. Se for fala, vou praticar a fala para poder me expressar em inglês.
O segredo é relaxar e aproveitar o aprendizado, porque saber um idioma traz muitos benefícios para todos.