A ludicidade no Contexto Pedagógico
O conceito práxis como corrobora Paulo Freire, é a dialética incessante ação-reflexão-ação, no âmbito em que as práticas de ensino e aprendizagem, são significativas, avaliadas, repensadas e reconstruídas com a busca constante de um desenvolvimento holístico entre os protagonistas do ensino, isto é, discente e docente a proporcionarem uma práxis dialógica a ser construída diariamente. Com isso, a sala de aula não pode ser enrijecida a ponto de limitar a criatividade, a experiência, o testar, propor, questionar e desafiar. Não obstante, limite também precisa ser dado às crianças, afinal, permitir tudo seria um equívoco.
Considerando a relevância da vivência estética na sala de aula, Feitosa sinaliza para o caráter filosófico da estética, que propõe “primeiramente estimular o indivíduo a vivenciar o seu fazer artístico, para que posteriormente a educação estética venha a dar conta do significado dessa produção, gerando assim estratégias de libertação dos sentimentos dos indivíduos”. Essa vivência precisa permear todas as fases da educação do discente, mas para que essa circunstância se efetive, o docente necessita estar aberto aos estudos e práticas reflexivas dentro e fora do espaço escolar.
Para Feitosa há um sentido político do ensino da Arte que “é o de produzir, em vez de espectadores, atores críticos”, posto que, é uma proposta ousada e complexa para o docente mediar junto ao aluno, que assume uma postura de protagonista de sua aprendizagem e com potencialidades de transformar sua realidade.
Na perspectiva abordada, Luckesi considera que, as atividades podem gerar no aluno ou professor, um estado lúdico ou não. Nesse contexto, ludicidade não decorre diretamente do mundo exterior a cada um de nós, mas sim do mundo interior, que se relaciona com o exterior. A forma se age e reage ao que acontece na vida estimula a ludicidade ou não.
Nesse prisma, acredita-se que a postura holística do professor, pode contribuir no desenvolvimento do lúdico no cotidiano escolar ou não. Talvez, seja essa postura flexível que necessite ser desenvolvida ou aprimorada nos profissionais da educação, a fim de que nas várias circunstâncias do contexto escolar sejam ressignificadas e se tornem menos traumatizantes em casos tradicionalmente específicos, isto é, uma ação lúdica requer uma visão ampla no que se refere à contextualização dos conteúdos coadunados à realidade do educando que poderão ser múltiplas e que dependerá exclusivamente da postura adotada pelo professor, de mudança ou não.
Coadunar prática lúdica, sensibilidade, criatividade e contextualização é observar os Fundamentos da Arte-educação, que propõe a formação por meio da arte, uma vez que há um árduo trabalho profissional que requererá uma demanda de energia emocional, intelectual por parte do docente que proporá as atividades, antes, durante e depois, ou seja, no planejar, vivenciar e avaliar, a experiência estética quando acontece.
Diante dos conceitos arrolados, há uma carência de profissionais da área educacional que em suas limitações teóricas e práticas, muitas vezes não coadunam os conteúdos em vivências artísticas e lúdicas ao qual, contribui em grande extensão no desenvolvimento crítico e histórico do discente.