QUALIDADE DA EDUCAÇÃO NO BRASIL E FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO ATRAVÉS DO ESTÁGIO UNIVERSITÁRIO

A melhoria na qualidade da educação no Brasil é gradual, porém tímida. Esse sentimento também é verificado nas pesquisas comparativas realizadas no Brasil e no exterior. Para perceber essa realidade, basta verificar, por exemplo, os níveis educacionais alcançados pela população brasileira em estudos realizados pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). Eles são inferiores à média alcançada pelos demais países da Organização. O Relatório Panorama da Educação 2013, estudo daquela instituição publicado em junho passado em Paris, na França, apresenta dados relativos a 2011 e indica progresso gradual na educação brasileira nos últimos anos. Nesse mesma direção, o relatório demonstra aumento do investimento nessa área. Porém, estamos abaixo da média alcançada pelos países membros daquela organização.

Apesar dos esforços do Governo Central na busca da melhoria da educação, principalmente naquela voltada para o mercado de trabalho, com a instalação de centenas de escolas técnicas em todo o país, assim como no financiamento de bolsas a estudantes nas universidades particulares e na abertura de novas vagas nas universidades federias, os resultados não são animadores, isso porque a preocupação do governo está voltada para a recuperação daqueles alunos que deixaram o ensino fundamental, em detrimento da educação de base, hoje de responsabilidade dos municípios. Isso se verifica no estudo publicado em 2012 pela Pearson Internacional, através do projeto que mede o nível educacional dos alunos do 5º ao 9º ano que colocou o Brasil em penúltimo lugar de uma lista de 40 países.

Diante da necessidade de se assegurar melhorias nas condições de um ensino de qualidade nas redes públicas e municipais, a formação de professores nas áreas específicas, dentre elas a de Biologia, Física, Química, Matemática, torna-se questão relevante no âmbito das políticas públicas educacionais.

Essa preocupação tem levado estudiosos a questionarem diversas propostas de cursos de formação oriundas, inclusive, das universidades públicas, que empreguem diferentes estratégias para efetivar seus processos formativos, provocando o envolvimento dos acadêmicos dos cursos de licenciaturas e os professores da Educação Básica em busca de uma parceria direta para implementação dessas estratégias nas salas de aula.

Portanto, uma das condições primordiais no estudo da formação de novos professores e na elevação da sua capacidade de observação é a postura crítica diante dos enormes desafios do futuro. O estágio talvez seja o primeiro passo para essa percepção e, em última análise, para a conquista de bons professores. As condições e dos seus efeitos devem ser observadas cuidadosamente, ao ponto de se identificar se realmente há contribuição mútua entre estagiário e aluno e o que se é possível se fazer para trazer essa importante noção de cidadania para todos aqueles dispostos a encarar uma profissão que é quase missionária.

Elaine Morais
Enviado por Elaine Morais em 28/03/2014
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