Uma análise marxista do liberalismo econômico.
Uma análise marxista do liberalismo econômico.
Acepção básica marxista não é a consciência do homem que determina o ser, pelo contrário é o ser social que determina sua consciência.
O homem depende da sua condição de classe social, sendo determinada pela mesma, a existência do homem está condicionada ao modo de produção, a forma política em que a sociedade se organiza para produzir.
Todo homem é produto do seu tempo histórico, a consciência é em geral o próprio tempo, motivo pelo qual nenhum homem está acima da produção política do tempo, das ideologias do mesmo modo a consciência é o reflexo das situações generalizadas.
A vida humana realiza-se dentro da sua perspectiva política se formaliza historicamente por grandes mudanças, os homens organizam politicamente com finalidade de produzir bens.
O Estado é a forma política que possibilita a organização do modo de produção, a riqueza ou a pobreza resulta exatamente da forma em que Estado se organiza politicamente em defesa de certas classes sociais, motivo pelo qual o referido é a apropriação indevida das classes superiores.
Historicamente a sociedade passou por várias formas organizativas da produção, sendo a última a mais importante de todas as formas, o modo de produção capitalista.
Portanto, a necessidade de explicar em que consistente a essência do modo de produção capitalista que é a forma política em que o capitalismo se organiza para obter lucros por meio da propriedade privada.
O capital é o grande mecanismo produtivo da forma de organização política do Estado capitalista, parte significativa do lucro advém por meio do capital, sendo que por outro lado, também pela produção.
Em uma análise crítica a respeito da riqueza como resultado da produção explica-se Karl Marx não apenas como venda do produto, mas como resultado da mais-valia.
É fundamental entender o aspecto técnico do significado etimológico, o sentido do conceito em referência, exatamente pelo fato que nessa acepção realizam os aspectos de alienação da situação de classe da vida operária.
Então qual o verdadeiro sentido da etimologia mais-valia, resumidamente é a diferença entre o que o operário produz e o que lhe é pago em forma de salário pela produção.
Na verdade o capitalista não paga o real preço pela mão de obra, exatamente por essa razão que Marx considerava a mais-valia como roubo legalizado, o motivo essencialmente das diferenças das classes sociais.
Com efeito, numa visão marxista, o consumo desigual, devido às formas desiguais salariais e também por outro lado, os homens ocupam postos desiguais no mundo do trabalho, esses conjuntos são responsáveis pelo aparecimento das classes sociais.
Para Marx a base real da igualdade está na mudança do modo de produção e na forma do Estado, superando desse modo à relação entre o valor da produção pelo mecanismo da mais-valia e a mercadoria exposta comercialmente ao mercado.
Para que a mercadoria possa ser trocada justamente seria necessária uma relação de igualdade entre a produção e a comercialização o que não é possível por meio da sociedade capitalista.
Não existem condições de igualdade de troca devido a relação diferencial na relação de compra e venda entre os proprietários donos dos meios de produção e o comércio.
A sociedade capitalista funciona através do contrato, o que pressupõe capacidade jurídica, liberdade e igualdade o que é de certo modo uma ilusão, pois não existe liberdade muito menos igualdade para as regras do mercado capitalista.
O trabalhador para Marx vive apenas a ilusão da liberdade, do mesmo modo em relação a igualdade quando se efetiva a realização do contrato do trabalho.
O trabalhador não tem liberdade para vender ou não sua força de trabalho, ele vende pelo valor quanto o proprietário deseja pagar.
O contrato não permite decidir a respeito do que vai produzir como vai realizar a produção, as condições do trabalho etc. o trabalhador não escolhe nem mesmo o valor do seu salário.
Simplesmente é comandado por forças estranhas a ele mesmo, entrega a única coisa que ele tem a sua força de trabalho, retira, com efeito, a posse do produto feito por meio da sua elaboração.
Ao vender a força do trabalho, perde o próprio produto construído, desse modo diminui-se a si mesmo, despolitiza aliena e coisifica não é mais referência para sua própria pessoa.
Um alienado, não funciona a livre vontade, vive a própria condição de uma coação legalizada. A igualdade e a liberdade que do ponto de vista da institucionalidade parece existir é apenas uma ilusão criada pelo capitalismo de mercado.
Que manipula as leis, a política e a legalidade em defesa do sistema capitalista e do modo de modo de produção e do Estado como corpo jurídico que defende as formas das relações produtivas.
Karl Marx entende que tudo isso não poderá ser modificado na perspectiva do liberalismo e da sociedade fundamentada no liberalismo econômico.
Necessário, portanto, uma revolução de caráter socialista num primeiro momento e, posteriormente a eliminação da economia de mercado o estabelecimento do modo de produção comunista, para estabelecer a igualdade.
Edjar Dias de Vasconcelos.