O significado das culpas.
O significado das culpas.
A velha expressão.
Completamente inválida.
Mais um dia de vida.
Um dia a mais é uma ilusão.
A vida caracteriza pela diminuição.
Menos um dia se efetiva.
Desse modo realiza a existência.
Peremptoriamente.
Concretiza-se o deixar de ser.
Loquela o paradigma.
Estamos sendo pelo o não ser.
O homem apenas deixa de ser.
Inexaurivelmente.
Todos os dias.
A existência é o seu tempo.
Presente a cada instante.
Não existe o antes.
Muito menos a posteridade.
O antes ninguém poderá ser.
Do meu mesmo modo o futuro.
A vida é a recordação eterna do instante.
De uma grande metábole.
Quem não for agora.
Jamais poderá ser em outro tempo.
Podemos ser.
Do nascimento a morte.
Na realização do momento.
O que está sendo.
Indelevelmente deixa de ser.
Continuamente não poderá ser.
Nada se repetirá.
Nem mesmo os sonhos da imaginação.
A vida quando acaba.
Transforma-se em pêndulo da percussão.
Representa o silêncio de um imenso vazio.
Pernície.
Sem a pervicácia da significação.
Perolando a fala sem destinação.
O mundo é uma ilusão ideológica.
Sustentado numa fantasia metafísica.
Na suposição que a mentira.
Fosse à realização da verdade.
Tudo isso aqui.
É apenas o término.
De algo que não deveria ter iniciado.
Se existe o céu.
Propositada inverdade.
Se existe o inferno.
Confabulação divina.
Mas se fosse verdade.
Do ponto de vista prático.
Exegético.
Deus é completamente inútil.
Por dois motivos essenciais.
Com a morte.
Não se pune a materialidade do corpo.
Por sua natureza ser destrutiva.
Muda se de estado o corpo.
Também a alma.
Sendo ela
quimicamente um fluído.
Inatingível.
Então punir quem?
A linguagem.
Mas ela é as proposições dos signos.
O homem poderá ser vivo.
Livrando-se das ideologias interpretativas.
No uso cognitivo das propagandas.
Dos Significados das culpas.
Edjar Dias de Vasconcelos.