Primeiro Estágio da Filosofia Positivista.

É fundamental entender o positivismo como nasceu e desenvolveu historicamente, como herdou a ideia de um modelo de análise substanciado em uma definição cientifica natural.

O positivismo surgiu basicamente no século XVIII, exatamente no momento que desenvolveu a filosofia das luzes o que se entende por enciclopedismo a luta política contra a ideologia dominante nessa época histórica, o clericalismo fundamento do poder absolutista feudal.

Nessa perspectiva de análise pode se dizer que o positivismo moderno é legitimamente filho da filosofia iluminista, naturalmente que sem o iluminismo não nasceria à filosofia positiva.

Com efeito, o positivismo da mesma forma que a filosofia das luzes, num primeiro momento teve um caráter utópico, uma visão de mundo, cuja natureza na sua essência, era transformativa, portanto, naturalmente revolucionária.

Condorcet foi o primeiro autor desse caminho epistemológico uma revolução histórica do positivismo, revolucionário, trata-se da figura exuberante do referido filósofo ligado ao aspecto da transformação.

Naturalmente que sua visão não era apenas crítica, mas também como sujeito de transformação, sonhava com um novo modelo de Estado político.

Condorcet refletiu que a ciência da sociedade em suas várias formas deve tomar o fundamento da matemática social, tendo como objeto numérico, com o mesmo rigor sendo preciso nas análises, dessa forma o comportamento das ciências do social.

Graças à matemática social, que poderá existir uma ciência social, sendo os estudos dos fatos sociais com o mesmo caráter de exatidão, análise naturalmente objetiva no entendimento dos fatos históricos.

Até aquele momento Condorcet entendia que havia uma teoria da compreensão da natureza social, submetida aos preconceitos de classes formulados em defesa dos interesses do Antigo Regime.

A análise não pode ser o resultado da defesa das classes poderosas, são palavras do próprio Condorcet.

Então se percebe o quanto a sua concepção era revolucionária a ideia da primeira formulação positivista.

O profundo interesse em modificar politicamente a sociedade produtiva, a superação do feudalismo em defesa de um novo modo de produção a sociedade capitalista.

Condorcet sempre foi contra o controle do conhecimento social pelas classes dominantes da época, isto é pela Igreja o poder feudal, principalmente o Estado Monárquico.

Esses setores sociais achavam que tinham o direito de controlar o conhecimento, sobretudo, a visão e análise dos conhecimentos históricos, o positivismo elaborado por Condorcet teve a finalidade de eliminar a perspectiva histórica das ideologias conservadoras.

A filosofia positivista tinha como função imitar as ciências físicas na compreensão dos fatos sem desenvolver a natureza das paixões que perturbam, do mesmo modo deve acontecer com a ciência do social.

Tratava-se, portanto, para ele de eliminar como ideologias os conhecimentos formulados pela teologia na justificativa divina dos fundamentos do poder.

Retirar os interesses de classes nas ideologias do poder feudal, a questão das autoridades eclesiásticas, superando, sobretudo, o modelo tomista, dogmas fossilizados que detinham controle do conhecimento social.

Condorcet foi o primeiro pensador que avança na construção de uma epistemologia do conhecimento social, usando a terminologia das ciências da natureza, com o mesmo espírito de objetividade e livre dos preconceitos de classes sociais.

Portanto, o positivismo filosófico foi uma das variáveis da filosofia das luzes, nasceu e desenvolveu com a finalidade pedagógica, tendo os mesmos objetivos políticos do iluminismo, a destruição do velho modelo político.

A necessidade de libertar o espírito de preconceitos que não ajudavam o ideal do desenvolvimento da própria filosofia das luzes, o seja o estabelecimento do Estado liberal e a implantação da sociedade produtiva capitalista em defesa da nova classe social a burguesia.

Edjar Dias de Vasconcelos.