Quarto Momento da Evolução da Filosofia Historicista por Karl Mannheim.

Quarto Momento da Evolução da Filosofia Historicista.

O quarto Momento da evolução da filosofia historicista, parte do entendimento da formulação de Simmel, no uso das sínteses intermediarias para o desenvolvimento das análises.

Em primeiro lugar a crítica elaborada por Max Weber, as soluções intermediarias propostas por Simmel, não são em nada mais objetivas que as soluções extremas.

Isso devido à quantidade de soluções infinitas entre os mecanismos dos processos de sínteses desenvolvidos, com efeito, ninguém conseguiu até ao presente momento desmistificar as posições ao seu entendimento positivo.

Exatamente quando surge a figura de Karl Mannheim, a última forma de historicismo como teoria da sociologia do conhecimento.

Mannheim um pensador húngaro que foi influenciado por Lukács e por outro lado, aluno de Simmel, ele escreveu alguns artigos famosos avançando dois conceitos fundamentais.

Sendo o primeiro deles o uso da etimologia em alemão Standortsgebundenheit, o segundo conceito Seinsgebundenheit, os dois traduzidos para o português tem a seguinte significação.

Uma situação existencial para análise do fato social, o que significa dependência em relação a uma situação social ou dependência de vínculo ao ser social.

O que Karl Mannheim quis dizer é que toda forma de conhecimento ou de pensamento está vinculado ou depende essencialmente da posição social, essa tese é do relativismo, encontra-se de certa forma em Dilthey, Simmel e em Troeltsch.

A grande importância de Mannheim é que ele direciona ao caminho do pensamento marxista, ao relacionar os conhecimentos as doutrinas ideológicas, as utopias com posições sociais determinadas o que se pode ser entendidas como posicionamentos de classes sociais.

Com esse procedimento Karl Mannheim provoca um imenso avanço à doutrina do historicismo que até então falava apenas em períodos históricos, culturas nacionais, o conceito de classe social não aparecia, ele coloca uma boa dosagem de materialismo histórico no historicismo.

Seu posicionamento levou Mannheim aproximar do relativismo, pois cada teoria resulta naturalmente de uma posição social, com efeito, são tantas teorias como são as posições sociais, desse modo onde está a objetividade?

Mannheim insiste no relativismo, como metodologia fundamental para chegar a teoria do conhecimento, nesse aspecto o historicismo quanto mais perto estiver da sua relatividade, estará mais perto da solução objetiva do conhecimento.

A sua formulação aproxima da dependência da teoria em relação à classe social, ele elabora o conceito de ideologia total, o que chama de certa estrutura de consciência, estilo de pensamento o modo de pensar socialmente condicionado.

Mas quando Mannheim vai fazer uma nova apresentação do seu livro Ideologia e Utopia, escreve um grande artigo denominado Sociologia do Conhecimento, mudando a terminologia.

Abandona o conceito de ideologia total e propõe por uma perspectiva socialmente condicionada, com uma vertente ideológica e outra utópica.

Posto essa situação ele faz a seguinte pergunta qual a posição que tem maiores possibilidades de chegar a verdade?

Ele descarta qualquer possibilidade de dar como resposta a perspectiva burguesa, pois a mesma tem necessidade de esconder a situação real da vida do proletário, também não atribuiu diretamente tal privilégio aos trabalhadores.

Nesse aspecto ele volta novamente aproximar de Simmel, do historicismo eclético, porque para ele a solução é uma síntese dinâmica dos extremos.

A diferença básica da sua síntese é que Mannheim procura uma posição social determinada, um grupo capaz de elaborar a compreensão da verdade epistemológica.

O grupo ao qual ele vai atribuir o privilégio epistemológico cognitivo é o que ele chama de Intelligens, o que denomina de intelectuais flutuantes desvinculados dos interesses ideológicos.

Ele esquece que os intelectuais pertencem às diversas classes sociais e que, portanto, essa categoria da forma que entendida por Mannheim não existe.

Tudo o que foi dito até agora pertence ao Mannheim de 1929 e 1931, da primeira parte do livro Ideologia e Utopia.

Em 1936 ele escreve um novo prefácio, quando abandona tudo o que tinha dito antes, sobretudo, a respeito dos intelectuais como responsáveis pela construção da análise objetiva.

Propõe uma nova tese para a solução da questão da objetividade científica.

Colocando a critica numa perspectiva positivista, a solução que ele apresenta ao público inglês é da natureza da sociologia do conhecimento.

Mostra o caráter limitado e socialmente condicionado da teoria do conhecimento desenvolvendo uma autocrítica das motivações coletivas inconscientes.

Propõe como autocontrole e autocorreção, o desenvolvimento do conhecimento científico objetivo.

A sua grande contribuição foi permitir a tomada de consciência do cientista do seu limite do saber, das próprias limitações ideológicas e suas motivações para formulação de certos conhecimentos elaborados pela ciência do social ou como diz Dilthey da ciência do espírito.

Edjar Dias de Vasconcelos.

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Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 19/02/2014
Reeditado em 20/02/2014
Código do texto: T4697889
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