Terceiro momento da história da evolução construtivo do historicismo.
Terceiro momento da história da evolução construtivo do historicismo.
No segundo artigo escrito fundamento que para Dilthey como todo conhecimento é relativo e preso ao seu tempo histórico, fruto das relações culturais, a grande questão como encontrar o mínimo de objetividade em qualquer fato em análise, particularmente nas ciências do espírito.
A hipótese levantada é tão complexa que não é possível encontrar em toda história da filosofia, um filósofo exatamente igual ao outro. Dilthey sabiamente não quis resolver essa questão pelo caminho mais fácil da solução, já que todo mundo tem apenas uma parte da verdade, seria o caso de juntar essas partes e formar um grande todo como instrumento de análise.
Uma espécie de salada eclética o uso de todos os elementos, mas não procedeu desse modo por entender uma solução sem consistência, mas Dilthey percebeu o perigo do relativismo total porque leva ao ceticismo absoluto, desse modo não ajuda em nada a questão da elaboração da verdade, como chegar a verdade quando a mesma exige objetividade, sendo impossível tal proposição.
Dilthey recusa o caminho do ceticismo, mas não consegue encontrar resposta para desenvolver um método verdadeiramente objetivo para uma análise real dos fatos. A questão da finitude de todos os conhecimentos históricos, em consequência a relatividade da interpretação humana.
Na verdade como refletiu Heráclito tudo flui nada é estável, como encontrar os meios para superar as anarquias das convicções pessoais, Dilthey percebeu muito bem a problemática e formulou com sapiência a sua pergunta, mas não conseguiu dar uma resposta eficiente para a questão levantada.
A pergunta formulada consiste do seguinte modo: Como pode ser o conhecimento da história ou da sociedade ao mesmo tempo historicamente limitado, parcial, relativo, quando sua finalidade deveria ser objetivo e universalmente válido, como acontece com a outra ciência especificamente dos fatos naturais.
Dilthey saiu do campo científico com sua morte sem dar solução a sua formulação, entrando em ação um dos seus mais brilhantes alunos, o sociólogo alemão Simmel, retoma a questão e tenta avançar desenvolvendo uma crítica muito interessante ao positivismo lógico.
Ele entende que a ciência da história é um produto cultural humano carregado de valores e ideologias de interesses particulares, isso significa ser uma tarefa muito dura, porque a ciência do social ou do espírito é sempre carregada de pressuposições ou interesses que não possibilitam ao conhecimento concreto.
Qual a solução dada por Simmel em resposta ao relativismo de Dilthey, a solução encontrada por ele foi exatamente o caminho negado pelo seu mestre, ao entender que todos os pontos de vista são unilaterais por natureza parciais, resolveu então unir todas as parcialidades das verdades desenvolvendo uma grande síntese pelo caminho da complementaridade recíproca.
Na prática o caminho usado unindo todos os aspectos particulares epistemologicamente para chegar a uma verdade possivelmente objetiva pelo caminho da reflexão cultural.
Procurou seguir a morfologia do ecletismo, aquele que usa um pouco de cada visão do mundo, de toda teoria, unindo os aspectos parciais e unilaterais, com isso deseja chegar a um método universal objetivamente válido.
Em primeiro lugar soluções intermediarias não são nada objetivas e não teriam como ser, com o tempo desenvolve tendências e ganham o mesmo caráter de particularidades, transformam se em sínteses particulares unilaterais tão parciais com as anteriores.
Como exemplo pode citar sínteses infinitas em relação ao positivismo, ao marxismo e por último ao próprio historicismo.
Existe uma quantidade de sínteses possíveis entre diversos pontos de vistas, várias visões de mundo, complexidades de teorias, ter mais algumas não seria o caminho para a construção de uma epistemologia com fundamento objetivo, foi de fato uma ilusão de Simmel.
Observação: Escreverei outro artigo procurando mostrar novos caminhos propostos a essa questão por outros autores defensores do historicismo.
Edjar Dias de Vasconcelos.