GESTÃO ESCOLAR REFLEXIVA
FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Globalização supõe interação funcional de atividades econômicas e culturais dispersas, bens de serviços gerados por um sistema com muitos centros, no qual é mais importante a velocidade com que se percorre o mundo do que as posições geográficas a partir das quais está agindo.
CANCLINE, 1999¹
É evidente que J. G. Sacristán², tem razão ao afirmar de que "a gestão escolar constitui uma dimensão da instituição cuja prática põe em evidência o engajamento de intenções reguladoras e o exercício do controle por parte da administração educacional, as necessidades sentidas pelos professores de enfrentar seu próprio desenvolvimento profissional no âmbito mais imediato do seu desempenho e as legitimas demandas do cidadão de terem interlocutor próximo, que lhes dê razão e garantia de qualidade na prestação coletiva deste serviço educativo", desde que se leve em consideração em qualquer nível de governo: federal, estadual, municipal e da instituição escolar, campo das transformações necessárias com controle de qualidade e avaliação permanente, tendo em vista o pensamento de Maria do Pilar, ao enfatizar que "um projeto político pedagógico surge a partir do registro e das experiências e práticas de cada escola", pois, "ninguém (Presidente da República, Governador de Estado, Prefeito Municipal, Gestor ou Diretor Escolar, etc) muda por decreto, mas se a escola parte da reflexão do que foi transformador na sua vivência, ela passa a ressignificar o que, às vezes, fazia de maneira automática e superficial", e a referida autora enfatiza ainda que “a elaboração dos conhecimentos se faz num campo de batalhas, cheio de interesses de classe e de grupos”. Tudo porque “nenhuma escolha na história é ingênua ou desprovida de intenções”, e adianta ainda que “ao escrever o seu projeto pedagógico, a escola (pública e ou privada) e seus profissionais estarão escolhendo um tipo de escola, uma forma de educação. De modo que “estas opções, quando refletidas e estudadas, são formadoras”. Tudo porque “o professor precisa adquirir consciência de que deve continuamente estudar e construir sua autoformação para, através dessa postura, derrubar a crença nos modelos”. E copiar modelo pronto nunca deu certo em sistema e ou escola alguma, o Projeto Político Pedagógico tem que ser construído dentro da realidade de cada instituição educacional, uma vez que “estes só serão factíveis se construídos a partir da ansiedade do professor em resolver os problemas que enfrenta no cotidiano escolar”, ex-vi a autora antes citada.
Em síntese, dentro da luz do pensamento de Maria do Pilar³, onde ela enfatiza que “[...] escrever o projeto pedagógico é formador quando leva o grupo de educadores da escola ao estudo e busca de novos conhecimentos, ou de teorias que ajudem a explicar as opções que fizeram/fazem/farão”, tudo porque “um projeto de escola só será realmente inovador e transformador se não desconhecer a história e experiência de seus profissionais”. Assim sendo, a construção do PPP – Projeto Político Pedagógico é de responsabilidade de todos que fazem a instituição escolar (diretores, orientadores, supervisores, professores, técnicos, alunos, pais, comunidade, etc) individualmente falando. Uma escola sem Projeto Político Pedagógico construído por todos que a constitui estará fadada ao fracasso de gestores, professores, alunos e comunidade, sempre. Pense nisso!...
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¹ CANCLINE, N.G. Consumidores e cidadãos: conflitos multiculturais da globalização. Rio de Janeiro: UFRJ, 1999.
² SACRISTÁN, J.G. Poderes instáveis em educação. Porto Alegre: Artmed, 1999.
³ <http://www.forumregiaosorocaba.org.br/files/programacao/Maria_do_Pilar.pdf> . Página visitada em: 08/02/2014.