A HORA DE COMBATER O PRECONCEITO É AGORA

Certa feita, lembro-me de ter entrado em debate com um amigo, sobre a possibilidade de discussão, em sala de aula, a respeito do preconceito, qualquer espécie de preconceito, especialmente o racismo. Isso, devido á polêmica questão em debate, mediada pelo Mec em 2011/2012 sobre os livros de Monteiro Lobato. Tinha-se pretensão de retirar das escolas, o livro “Caçadas de Pedrinho”, sob a alegação de que a obra incitava o racismo. Eu questionava que uma obra dessa envergadura, não deveria perder-se, devido ao radicalismo de uma medida extremista como essa, já que deve-se levar em consideração o contexto histórico em que tal obra foi criada. Se há ou não traço de racismo no livro ou no autor, com o devido preparo, professores e mestres, podem utilizar isso de forma favorável, como pretexto para abordar e democratizar o assunto, direcionando-o para um viés muito produtivo, contribuindo para a formação de jovens e adultos, mais solidários e equilibrados. Um passo importantíssimo para desenvolver o senso crítico dos alunos e direcioná-los a instituir valores e princípios éticos e morais, rumo á conscientização do respeito ás diferenças. Como formador de opinião, o líder educacional tem, não somente a necessidade, mas o dever de trabalhar em seus alunos o aspecto social, enquanto ser humano. Um papel que não cabe única e exclusivamente á escola, claro, os pais têm essa responsabilidade primeira; contudo, formar cidadãos dignos e que saibam se relacionar e interagir na sociedade de forma construtiva, também é obrigação das instituições educacionais. Fui advertida de que a ideia, apesar de interessante, trazia uma interrogação: “será que o efetivo de orientadores educacionais tem o devido preparo para exercer delicada tarefa, tendo em vista o caos em que se encontra o ensino Brasileiro?” Eu respondi, na época, que era um caso a se pensar. Agora lendo esta reportagem do Jornal O Dia: “Teatro em sala de aula contra conflitos”, vejo que a pareceria, a boa-vontade, as pessoas e as instituições certas, fazem o que é certo, na hora certa. Quero dizer, a hora de combater o preconceito é agora, esses são os momentos mais oportunos! Não podemos esperar e enxergar as dificuldades, como um impeditivo, cruzarmos os braços e tomarmos medidas que muitas vezes beiram o radicalismo. O mesmo radicalismo de que são vítimas os negros, os homossexuais, os nordestinos. Basta ter vontade, criatividade, conhecimento adequado, e um planejamento prévio, um consenso entre os educadores, instituições de ensino, em parceria com os pais e a comunidade, para saber a forma adequada de abordar o assunto e desenvolver a discussão. Sempre há pessoas com formação e preparo condizente e que desejam ajudar. Aí está um belo exemplo, que incentiva a cultura de forma democrática, estimulando os alunos a escolherem o desfecho das peças teatrais, com a abertura para discussões através de fóruns, onde o principal tema é o preconceito. Quero parabenizar a Prefeitura de Maricá e o Centro de Teatro do Oprimido do Rio de Janeiro (CTO), pela iniciativa, em pareceria com a Secretaria Municipal da Educação, Secretaria Municipal da Cultura, Secretaria Municipal de Assistência Social e de Saúde. Para quem deseja ler a matéria, e saber a que estou me referindo, acesse o link: http://odia.ig.com.br/portal/rio/o-dia-no-estado/teatro-em-sala-de-aula-contra-conflitos-1.513175

Cris Sozza
Enviado por Cris Sozza em 26/01/2014
Reeditado em 30/09/2016
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