EDUCAÇÃO MORAL NAS ESCOLAS - APELO

Educar é despertar as aptidões naturais do indivíduo e orientá-las segundo os padrões e ideais de determinada sociedade, aprimorando-lhe as faculdades intelectuais, físicas e morais. (dicionário inFormal)

Ocorre que na prática as escolas deixam a questão moral para os pais, alegando abertamente que essa é obrigação dos mesmos. Eu concordo que isso faz sentido, eu juro que concordo. No entanto, imploro que o Estado exerça o seu papel de lado consciente e passe a colaborar ativamente nessa missão. Explico.

Ao longo das últimas décadas os nossos pais não foram devidamente disciplinados. As velhas chineladas praticamente sumiram e nem todos têm o que tirar dos filhos como castigo por alguma falta cometida. Resta partir para um diálogo orientador, já que espancar é brega e crime. Mas, dizer o quê? Nada lhes foi dito! O que têm para passar aos filhos? Na época das surras os porquês eram de menos, bastava o filho saber que se repetisse o condenado ato voltaria a apanhar. Além disso, essa tal de educação psicológica pede muito dos pais e eles nem fizeram faculdade para isso. Muitos preferem fechar-se aos problemas pessoais e deixar os filhos educarem-se sozinhos, no máximo dizendo aos rebentos para não serem otários e não apanharem na rua. O modo como interferem tendem a criar meros oportunistas, talvez por acharem que assim sobreviverão melhor neste mundo cão. Os valores foram invertidos: quem quer ter um filho “Mané” (honesto, decente), que, por exemplo, acha uma carteira com dinheiro e se dá ao trabalho de devolver? Eu mesmo teria vergonha de dizer que fiz isso, sinto-me mais à vontade para comentar que estou pegando uma mulher casada. Os nossos jovens e os já adultos aplaudem o que é errado e debocham do que é certo, manifestam felicidade rindo das infelicidades alheias, são desconhecedores da Palavra e despidos do sentimento de respeito ao próximo. Talvez a maior das razões de fecharem os olhos para a corrupção política é a identidade com os corruptos, que os faz referirem-se ao problema com a frase “Se fosse eu faria o mesmo”.

Outro item eu considero dos mais importantes, ligado ao fato de permanecer até hoje o modelo de família em que o pai sai ao trabalho e a mãe fica com a tarefa de educar as crias na maior parte do tempo. Eu reconheço que o amor de mãe é comparável ao amor de Deus, mas, infelizmente, a mãe é imperfeita demais para lidar com tão grande sentimento. Na prática estimo que 90% das mulheres são muito boas para educar os filhos uma das outras, mas chegam a ser a pior das influências para os seus próprios. É provável que o amor mal conduzido atrapalhe mais do que ajude, pois nos coloca nas mãos daqueles que amamos. Aqueles, por outro lado, por não terem a compreensão que lhe capacite a valorizar tão preciosa dádiva, desta fazem abuso, pois assim são as relações homem/mulher e mãe/filho. Conclusão: os filhos é que botam as mães nas rédeas, fazendo delas empregadas, cobrando e até castigando com insultos. E as mães, por sua vez, complacentes, cúmplices, sempre a postos para defendê-los, talvez pensem que a partir de uma certa idade os filhos tomem consciência das coisas automaticamente. Triste engano.

Eu só gostaria, por exemplo, que as escolas voltassem com a disciplina de educação moral e cívica e dessem mais ênfase à de religião (estudo bíblico não tendencioso), pelas quais e por meio de profissionais como assistentes sociais, psicólogos, pedagogos e teólogos, abraçadores de uma causa, assumissem de uma vez o papel de colaboradores da educação moral de nossos filhos, buscando inserir valores éticos e cristãos, no intuito de resgatar mentes de ideias distorcidas e aparentemente enraizadas, pois acreditar que isso não tem mais jeito é admitir que estamos indo de mal a pior, a caminho da Sodoma e das pedras de fogo, e que Estado e sociedade são indiferentes ou incapazes de evitar.

Enviado ao Ministério da Educação