FILOSOFIA: UM INSTRUMENTO QUE EXPANDE OS HORIZONTES

1. Dados de Identificação

Título: FILOSOFIA: UM INSTRUMENTO QUE EXPANDE OS HORIZONTES

Tema: Utilização da disciplina Filosofia para o aperfeiçoamento de técnicas de estudo.

Área: Filosofia, Letras e Artes

Subárea: Língua Portuguesa

2. Resumo

A filosofia como material que auxilia o desenvolvimento de ideias e faz surgir formulações de modo espontâneo de questões cabíveis que determinam o pensamento reflexivo analítico do estudante como ser humano. Enxertado nesse contexto, tem-se o intuito, entretanto, de questionar o valor de tal estudo no processo de investigação cientifica e se a sua atuação é adequada e suficiente nos dados segmentos teóricos concernentes aos cursos da área de humanas, nos quais os conceitos se expandem para além de definições.

Palavras-chave: Filosofia. Conceitos. Pensamento Reflexivo Analítico. Área de Humanas.

3. Justificativa

Não tendo papel predominantemente acadêmico, a filosofia, em muitos casos, passa por um processo de “secundariedade” que elimina a seqüência organizacional do pensamento, dando prioridade ao essencial quando os outros elementos são tão relevantes quanto o produto deles. Desta forma, é de suma importância a reafirmação da utilização constante das descrições e análises dos pormenores que caracterizam a quase sub-disciplina em questão, pois permite a gravação da ordenação da ideia como um todo, não se fixando apenas no resultado final do conjunto das etapas. Tal estratégia de alinhamento permite a transferência desse uso para outros fins, não apenas acadêmicos, mas também sócio-culturais, historiológicos e econômicos.

Portanto, com este trabalho, pretende-se estimular uma conscientização a respeito do uso da linguagem e critérios filosóficos dentro dos parâmetros científicos; com observação de conceitos de pesquisadores filósofos que margeiem o pensamento passado e moderno, para que, com a absorção desses mesmos conceitos, possa-se distinguir a filosofia central da investigação cientifica e a relação que há entre as duas; Bem como o alargamento do ensino de Metodologia do Trabalho Científico nas Universidades, como material indispensável ao aprendizado metódico que necessita de aprofundamento freqüente, não de apenas um semestre, por exemplo.

Devido à aplicação efetiva da real compreensão adquirida no meio estudantil, será possível divisar os efeitos no recorrente desenvolvimento mental a partir de trabalhos criativos que garantem soluções para problemas corriqueiros, que inicialmente se mostram em um nível de complexidade maior do que nossa visa possa assimilar.

4. Revisão Bibliográfica

A filosofia é um rol de níveis de busca por conhecimento e não se sabe a sua verdadeira idade ou conceito, porém foi definida pela primeira vez como “amor a sabedoria” por Pitágoras, o filósofo de Mileto no período pré-socrático. Ao longo dos séculos, diversos pensadores ocuparam um setor social e marcaram o seu período com ideias similares, que caracterizaram dadas correntes filosóficas. Dentre elas, podemos destacar os pensadores de Mileto, que tinham uma visão filósofa centrada na procura pelo princípio de todas as coisas no meio natural, como forma para explicar os fenômenos que os deslumbravam, e os pós-platonicos, que se curvaram ao homem como centro de tudo, colocando-o numa posição superior ao que realmente é; daí parou em Nietzsche, que freou esta ideia com o pensamento antiniilista, no período da contemporaneidade. (Filosofia; autoria de Denílson Santos de Souza; Pgs. 4, 5, 8, 10 e 57) Tais questões do ser e do existir dizem respeito ao surgimento dos conceitos que hoje temos de filosofia e ciência.

É interessante frisar que a ciência e a filosofia andam juntas, pois é através de uma que se chega à outra, e ambas possuem uma interdependência singular e inquebrantável. Para Joaquim M. P. César,

“a Filosofia foi a primeira forma do chamado

“conhecimento racional”, representando a Ciência – as ciências –

a segunda forma desse mesmo conhecimento.

No sentido em que, à medida que ia aumentando o conhecimento,

foi surgindo a necessidade de especialização em determinados

campos problemáticos – os números, o movimento, os seres vivos,

etc. –, o que foi levando ao surgimento das diversas ciências a

partir da Filosofia.”

ou seja, a Filosofia, antes de se tornar uma disciplina, tratava-se de um modo de pensar, era uma ciência que, diante das necessidades de especificações, delimitou-se em ambientes restritos ao seu próprio interesse. Isso prova que todos os conhecimentos que se possui são advindos da filosofia, que o pesquisador Joaquim M. P. César viria a chamar de “mãe das ciências”.

Para ele, até o século XIX, as ciências se subordinavam a Filosofia, em termos de fundamentos, de métodos e de objetivos, pois o termo “filosofo” ainda estava em jogo nas classes abastadas da sociedade. Como exemplo, temos Platão, que tinha a matemática como um dos principais objetos de sua Academia; Aristóteles foi botânico, biólogo, astrônomo, físico e psicólogo; Descartes foi físico e matemático; Kant foi um dos inventores de uma célebre teoria cosmológica.

Dois outros casos muito ilustrativos são o de Galileu que, invariavelmente, se refere ao estudo matemático-experimental da natureza com o termo “filosofia”, e o de Newton que, em 1687, faz publicar a sua obra fundamental sob o título: Princípios Matemáticos de Filosofia Natural. (Filosofia e Ciência; pags. 4 e 5)

A ideia do positivismo veio em meados do século XIX; sua intenção, por outro lado, era colocar a ciência como predominante e anunciar a extinção da filosofia, da forma como era praticada e entendida, diante do caráter tomado pelas experiências. Enquanto o modo de pensar filosófico não deixar de estar presente, Globot o chamaria de “resíduo”.

A filosofia seria então “substituída por um novo tipo de Filosofia que, no essencial se constituirá como um instrumento ou saber auxiliar da própria Ciência – visando quer a síntese coordenadora e sistematizadora dos resultados das diversas ciências (Comte) quer a construção de uma “visão do mundo” (“historicismo” ou, mais perto de nós, também Piaget), quer a “psicanálise do conhecimento científico” (Bachelard)”.

Assim, nota-se as grandes mudanças pelas quais passaram as ciências e a filosofia, através de questionamentos sobre sua miscigenação e especificação, uns concluindo que as primeiras tendiam a dominar e a outra extinguir, tal qual opiniões contrárias determinando a filosofia sobre a ciência e ambas vistas de formas separadas e unidas, com divergências de pensamentos com argumentos dignos de nota. Num texto de 1890, Antero de Quental afirmava que “a ciência é a irmã da filosofia, não sua serva”. Sua intenção era aliá-las numa “irmandade”, em que ambas possuem funções diferentes, porém complementares. Questiona-se esta aliança de fenômenos psíquico-mentais inserida nas universidades, não a sua superficialidade atualmente formulada nas instituições, mas o princípio básico de seu funcionamento: Cabe à filosofia a especulação sobre a origem das coisas e as ideais fundamentais; já a ciência se encarrega da observação e da experiência sobre o variado mundo dos fatos; em seguida a hipótese surge a partir da especulação, oriunda dos fenômenos anteriores (Tendências Gerais da Filosofia na Segunda Metade do Século XIX, Lisboa, Gulbenkian, 1991. p. 69).

Ainda segundo Antero, a incumbência da Ciência é criar o quadro do universo na sua compleição geral e complexidade interacional para que o desafio da Filosofia seja descobrir a significação do enigma desse quadro com uma interpretação superior.

5. Delimitação do Problema

5.1 Objetivo Geral

Conceituar a ligação existente entre a filosofia e a ciência e a localizar seus papeis entre elas na aplicação de um estudo acadêmico e na realização de uma pesquisa profissional tal qual a sua inquebrável interdependência no contexto histórico e epistemológico.

6. Procedimentos

A metodologia utilizada no projeto consistiu na busca bibliográfica, assim como pesquisa de campo, envolvendo seis turmas da faculdade de Letras Habilitação em Língua Portuguesa localizadas em dois campus universitários; dessas turmas, três eram do final do primeiro período e início do segundo período da Universidade A e as outras três do segundo período da Universidade B, também seguindo à mesma ordem. A pesquisa se acercou de mais de 120 estudantes.

8. Referências

SOUZA, Denílson Santos. Filosofia. Paraná: Opet, 2009

SERRA, Joaquim Mateus Paulo. Filosofia e Ciência. Universidade da Beira Interior. Cavilhã, 2008.

MURCHO, Desidério. King’s College London: http://criticanarede.com/ens_filuniv.html.

QUENTAL, Antero de. Tendências Gerais da Filosofia na Segunda Metade do Século XIX Lisboa, Gulbenkian, 1991.

T Alves
Enviado por T Alves em 27/12/2013
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