CONSCIÊNCIA QUE DEVERIA VALER POR 365 DIAS. DEVERIA!
É impressionante como alguns cidadãos veem o Dia 20 de novembro, apenas como mais um do ano. Atropelam etnias, transbordam rancores, desrespeitam os seus ancestrais, camuflam mesquinharias e alimentam preconceitos. Muitos chefes de Estados também agem dessa maneira torpe, infelizmente. Será que não se consideram brasileiros ou moradores no Brasil?
Meditar sobre a Data não é questão de idolatria, tampouco de radicalidade ou propagação do bem-querer para um lado, em detrimento de outros; é o momento de enterrar mentalidades escravagistas. É chegada a hora de entender, de uma vez por várias, que o Vinte de novembro, significa muito mais que um dia ou lembrança de uma data, de um fato, de sofrimentos etc. Não é só falar sobre a Data, assim como na Páscoa, não é apenas para saborear ovos. Meditação que deveria ser estendida durante os 365 dias do ano, através da consciência natural, trabalhos escolares, atividades nos campos de trabalho, nos templos religiosos etc.
O Dia de novembro expressa, ou deveria expressar a fase de inserção do negro na sociedade, que homenageia Zumbi dos Palmares, que reivindica igualdade no tratamento e respeito, que faz lembrar com orgulho da luta que os escravos travaram contra o regime escravagista. O líder foi e continua sendo o Zumbi; o popular herói da resistência. Lembre-se que negros foram trazidos da África por volta de 1530. Durante mais de 350 anos, a maior parte do trabalho no Brasil foi realizada por essa mão-de-obra escrava. Além de sustentar a economia, ajudaram a enriquecer a nossa cultura. Hoje, os afro-brasileiros representam mais que a metade da população; e sua influência está presente na música, na dança, na língua, na culinária, no folclore etc.
Parte do povo brasileiro é naturalmente acolhedora, ao mesmo tempo em que uma outra se sente acima de todos, porque julgam e nunca são julgados; e em nome da cor da pele, se sentem melhores, mais preparados, bastante aceitos pela sociedade, cultivadores e modelos de bons comportamentos para muitos. Sabem que multidões compactuam com suas reações reacionárias regadas de ambições usurpadoras, deslumbrantes e irresponsáveis. Usurpadores, sim, porque muitos endinheirados, só os são, porque nos tempos antepassados, tomaram conta de terras que não eram deles, foram passadas para suas próprias gerações. São "ricos", por um lado, graças aos desvios antigos, em nome da justiça sem lei. Por outro, são pobres, porque nada conquistaram por talento ou merecimento ou competência; e sim, através de roubos e opressões.
Outro tipo de opressão bem atual começa nos estados e nas cidades em que governadores e prefeitos com mentalidades escravagistas, antibrasil, simplesmente cancelam leis, passam por cima do clamor popular, em nome da
ganância e dos compromissos capitalistas, que servirão de escape para eles, em torno de campanhas eleitoreiras. Preferem o comércio aberto e faturamentos, do que o investimento na educação local. Mesmo sabendo que é a partir dela, que os verdadeiros indivíduos farão parte de uma população que prosperá e não daquela que retrocederá. Para esses políticos, boas aulas sobre cidadania não seria mal, uma vez que não sabem que o dinheiro
nem sempre pode comprar o pensamento humano e crítico. Ah, pode ser que estejam pensando em evitar pagar horas extras, que trabalhassem no feriado.
Engana-se quem imagina que a escravidão acabou em 1888; está redondamente desinformado os que confundem fuga com o vocábulo covardia ( a fuga dos escravos para os quilombos); continuam de "olhos fechados" todos aqueles que desacreditam da riqueza antiga que se faz presente em todos os lares até hoje, e vai continuar por muito tempo, talvez até o infinito!
O racismo ainda é a forma mais clara de discriminação no Brasil, basta verificar o cargo ou função de cada funcionário nos estabelecimentos comerciais, por exemplo. Aproveite e veja também qual é a etnia dos donos das escolas particulares, observe o número de atores nas novelas e suas designações, note a etnia de cada criança que é adotada, faça mais um esforcinho e procure nos partidos políticos em quais os negros são aceitos, e se existe algum eleito em um ou em outro partido, quantos.
É momento de repensar certos conceitos, de mudar alguns pontos de vista, de lutar para conquistar, de compartilhar ao invés de difamar, de aprender, ao invés de oprimir, durante os 365 dias do ano, e não apenas em uma Data.
SALVE OS 365 DIAS DE COSNCIÊNCIA!
Prof. Nilceu