Dia do Professor: Amor x Rancor
Hoje, dia 15 de outubro de 2013 comemora-se o meu e o dia de todos os professores.
Queria escrever poucas palavras, homenageando, destacando a importância do professor para a sociedade, mas... isto todos de uma forma ou outra já fizeram.Senti-me no direito e até na obrigação de escrever este artigo para fazer um alerta à sociedade brasileira: o professor está virando um "ser em extinção"!
Quem me lê neste momento poderá perguntar: mas o que seria este ser em extinção? Explicarei em ideias e constatações o que significa isto.
Todo o mundo fala em quatros ventos, da Rede Globo à mais simples emissora que para melhorar a Educação no país e a qualidade de vida do brasileiro é preciso valorizar o professor.
Segundo estatísticas, no Brasil temos uma falta de 170 mil professores de Educação Básica e, tomando como base o nosso Estado de São Paulo, 48% dos docentes da rede ainda não são titulares de cargo efetivo. E para complicar um pouquinho mais esta situação, temos as subdivisões da classe em categorias: F, O e etc.
Neste momento histórico da Educação Paulista, professores efetivos poderão acumular o seu cargo com outra carga horária com caráter temporário. Isto é, estão recontratando de forma mais precarizada o mesmo professor que já é efetivo.
Neste dia dedicado a nós fica explícito dois sentimentos opositores: o do Amor ( de parte dos alunos conscientes e sociedade) e o Rancor (por parte dos nossos governantes). Relembrando ainda que a categoria está se manifestando bravamente no Rio de Janeiro contra os desmandos do governo.
Vivemos um paradoxo sem fim: valorizar o professor ou enterrá-lo de vez? Se o valorizarmos de fato, estaremos fortalecendo o Mundo Intelegível (ou das Ideias), onde as pessoas terão sólida formação intelectual, o que de certa forma representa uma ameaça ao governo.
Se a opção for por enterrá-lo, assinarão de vez a falência da sociedade, pois, todas as carreiras e profissões dependem do professor. Relembro também um clássico do cinema: A Sociedade dos Poetas Mortos, onde o professor de Literatura causou uma enorme revolução ao abrir os olhos aos alunos que se rebelaram contra um sistema de ensino arcaico.
Fico muito angustiado ao ver as propagandas de bajulação e sentimentalismo piegas em relação aos professores. Precisamos de ações mais concretas de valorização: menos alunos por sala de aula, carga horária mais humana, pois, em muitos casos, professores não fazem nem uma hora de almoço, mais respeito por parte dos pais e da sociedade, salários mais dignos relacionados à sua formação e preparo, ao tempo de magistério, mais apoio dos gestores e do governo para que possam de fato ensinar e não a domesticar alunos desprovidos de valores e educação primária.
O professor precisa ser respeitado em todos os aspectos, basta de palavras e bajulações infundadas. Professor é o interlocutor entre o aluno e o conhecimento, o que passar disto , não é profissão para nenhum filho de Deus. E aí, você amigo leitor: aceita ser um professor?