AS APRECIAÇÕES AVALIATIVAS E SUAS DETERMINAÇÕES E CONTRADIÇÕES
AS APRECIAÇÕES AVALIATIVAS E SUAS DETERMINAÇÕES E CONTRADIÇÕES . Leandro Laba Faculdade Campo Limpo Paulista Rua Guatemala, 167, Jd. América 13231-230 Campo Limpo Paulista, SP, Brasil (11) 99457 0164 leandrolaba.com@ig.com.br RESUMO Este artigo busca questionar as supostas intenções no que tange as avaliações no ensino superior , seus propósitos e objetivos , suas metas e o atrelamento da instituição de ensino ao sistema político e orgãos educacionais , a liberdade da metodologia em sala do professor, educação . Este texto borda ainda , se de fato as avaliações em um contexto amplo geram respostas satisfatórias , toma a liberdade de citar algumas outras avaliações relacionadas a área educacional e sua efetiva contribuição para o meio acadêmico . Palavras chave Avaliação institucional . Avaliação universitária . Política de avaliação . Perspectiva . Dificuldade . Qualidade . Contradição . 1. INTRODUÇÃO O primeiro entendimento sobre a palavra avaliação é finalidade ,qual a utilidade de seus resultados , sendo assim , cria-se uma ligação entre o uso dos resultados e os procedimentos e modelos que serão adotados . Nesta linha de raciocíno avaliar é buscar uma orientação , é conceder a adesão a premissa, é portanto parte de uma intenção , de uma política , como destaca Dias Sobrinho ( 2002 ) Partindo deste pensamento , para que se possa avaliar uma instituição de ensino superior , é necessário estar a par de sua missão institucional , objetivos e finalidades ,é ainda ter conhecimento de sua política de avaliação , não deixando de lado as determinações dos orgãos governamentais e de seus critérios e regras de monitoração com relação ao ensino superior . Cria-se um embate e surge a difícil missão de harmonizar interesses políticos , ideologias pedagógicas , políticas de ensino , conceitos ,gestão e afins . Na busca em se estabelecer e demarcar posições antagônicas , perde-se o entendimento do conceito qualidade , ainda que para este não exista um consenso absoluto . " Procurar uma definição para qualidade é perda de tempo " ( Vroeijenstijin , 1996 ) No ensino superior muitos são os fatores que podem indicar , ou não a qualidade , oscila desde o número de alunos, o tempo de conclusão dos cursos, a relação entre planejamento e execução das atividades , pode-se ainda , remeter-se a qualificação do corpo docente a produção científica da instituição , taxas de reprovação e conclusão de cursos . Desta forma não há como relacionar qualidade unica e exclusivamente a resultados . " O papel Estado como avaliador da educação superior se consolidou com a utilização mais incisiva da qualidade na legislação e no discurso oficial sobre o ensino superior . A legislação da educação no artigo 206 da C. F e no artigo 4 da L.D.B determina : que a garantia de padrão de qualidade é um dos princípios da educação " ( Santana , 2007, p . 83 ) O fato é que pemaneçe a dúvida de que forma mede-se a qualidade ? se é que é possível fazê-lo, sendo assim , por que a avaliação tornou-se tão necessária e aceita? Quem sabe possa deduzir-se que a avaliação foi produto da capacidade de demonstração da utilidade dos seus resultados ; seja para (quem sabe) o conhecimento da realidade do sistema de ensino superior , seja para prestar contas a sociedade , ou ainda , subsidiar decisões políticas e administrativas nesta esfera , e assim manter o controle social . Ainda neste amplo e rico termo AVALIAÇÃO , que por si só é carregado de significados e significantes , parta-mos ao questionamento ; - que princípios devem direcionar a execução pedagógica de um professor universitário ? E sua forma de avaliar tendo à vista uma formação profissional de qualidade ? È possível ser efetivo e contínuo , usando da coêrencia em sala de aula? Como selecionar o específico e o adequado para o pedagógico no ensino superior ? 2. DISCORDÂNCIA SOBRE A APLICAÇÃO DA AVALIAÇÃO E A INFLUÊNCIA DO ESTADO Não há consenso sobre os critérios capazes de indicar níveis de qualidade ,e a respeito da importância de cada um deles , muitos estão relacionados a interesses subjetivos dos profissionais , como cita o trabalho realizado por Ribeiro ( 2008 ) .Apesar dos desafios e dificuldades , há um nítido reconhecimento da importância da avaliação na atualidade , seja qual for o modelo adotado , sejam quais forem os critérios , Jorge Luis Lordêlo de Sales (2010 ) . Apontam alguns autores que a forma centralizada de implementação do Exame Nacional de Cursos , mudaram a relação do Estado com a avaliação , citado por Gomes ( 2003 , p. 144 ) "o papel regulador do M.E.C que passa a exercer as funções do Estado avaliador " também descrito por Neave ( 1988 ) . As formas de avaliação adotadas a partir da década de 90 , com a ausênsia de participação da comunidade universitária indica uma política onde o Governo define e sacramenta os parâmetros de avaliação ; subjulgando as instituições . 3. DAS NORMATIZAÇÕES E CONTRADIÇÕES Na lei de Diretrizes e Bases de n . 9394/96 há uma fixação da obrigatoriedade da avaliação dos diferentes níveis do Sistema Educacional , esta carregada dos termos avaliar/avaliação, ao analisar esta lei Cury (1997 ,p. 8 ) atenta ao fato de que esats palavras apareçem em 13 artigos da L.D.B , e nestes é repetida por 23 vezes . Estes sistemas de avalição exigidos pelo Governo Federal tem como forte objetivo analisar a produção e o resultado de conhecimentos teóricos adquiridos pelos educandos , sondar o desempenho de seu cognitivo e transformar isto em respostas e resultados , esta política acaba por ignorar a complexidade epistemológica e cultural ,não levando em consideração a regionalização . 4. DAS INÚMERAS AVALIAÇÕES Concebido como o Exame Nacional dos Cursos ( E.N.C ) , e popularmente conhecido entre discentes como o " PROVÃO " , tinha por finalidade avaliar os cursos das Universidades Brasileiras , criado pela Lei 9.131/95 foi aplicado desde 1996. Na literatura especializada brasileira são frequentes estudos sobre assuntos como: avaliação de políticas públicas educacionais (SOUZA, VASCONCELOS, 2006; WERLE, 2006); avaliação de projetos sociais e educacionais (DÓRIA, TUBINO, 2006); avaliação do ambiente de aprendizagem da sala de aula (MATOS, 2006; MATOS CIRINO, LEITE, 2008); avaliação de docentes do ensino superior (BOCLIN, 2004); avaliação do desempenho cognitivo dos alunos (SOARES, ALVES, OLIVEIRA, 2001); avaliação de inovações educacionais (BORGES, GONÇALVES, CUNHA, 2003); avaliações sobre a qualidade do sistema educacional brasileiro por meio de exames, como o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes - Enade (VERHINE, 2006); entre outros. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS É possível que o sistema de avaliação sendo apresentado em forma de lei , tenha causado um movimento na Instituições de Ensino Superiores , desta forma , compuseram-se comissões próprias de avaliação , elaborações de projetos e de relatórios de avaliações , exigiu a elaboração de documentos institucionais norteadores da vida acadêmica ,cito : projeto pedagógico , missão institucional e projeto político pedagógico ,e todas estas ferramentas tem a sua importância .É notório também , que exista um interesse político- social ligado ao capitalismo, este inevitável no mundo comtemporâneo .Contudo , em hipótese alguma deve-se deixar de mencionar a extrema importância da auto - avaliação e a conscientização dos valores sociais por parte do educador , este usando como base o respeito e a humildade deve aperfeiçoar-se na forma de educar e agir , ter como objetivos viver e fazer com que os outros vivam dignamente , fazer o que se gosta e batalhar pelo que se quer . Defender o que , ou o quem necessita , " A grandeza de um homem não esta no quanto ele sabe , mas no quanto ele tem a consciência de que não sabe e esta disposto a aprender " ( Freire ) . "Estar no mundo sem fazer história , ou sem por ela ser feito , sem fazer cultura , sem tratar sua própria presença no mundo , sem sonhar , sem cantar , sem musicar , sem pintar , sem cuidar da terra , das águas , sem usar as mãos , sem esculpir , sem filosofar , sem pontos de vistas sobre o mundo , sem fazer ciência , ou teologia , sem assombro em face do mistério , sem aprender , sem ensinar , sem ideias de formação , sem politizar , não é possível . ( Freire , 1996 , p. 24 ) . O exercício da auto - avaliação trás a necessidade da reflexão , ação , reflexão , torna o homem capaz de avaliar e ser avaliado , de aceitar seus erros e de corrigí-los , e após isto, iniciar todo o processo novamente numa constante evolução , buscando eternamente atualizar-se . 6. REFERÊNCIAS ALMEIDA JÚNIOR, Vicente de Paula. O processo de implementação das Comissões Próprias de Avaliação (CPAs): ações desenvolvidas e perfil dos coordenadores. In: RISTOFF, Dilvo; ALMEIDA JUNIOR, Vicente de Paula (Orgs.). Avaliação participativa: perspectivas e desafios. Brasilia: INEP, 2005. p. 39-57. ASSIS, Lúcia M. de; OLIVEIRA, João F. Repercussões das políticas públicas para a avaliação das IES na prática pedagógica de professores em instituições privadas. Avaliação, Campinas, Sorocaba, v. 12, n. 1, p. 111- 131, mar. 2007. Avaliação, Campinas, Sorocaba, v. 13, n. 3, nov. 2008. Dispon Acesso em: 14 ago. 2010. CONAES - Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior. 70 Avaliação, Campinas; Sorocaba, SP, v. 16, n. 1, p. 57-71, mar. 2011 Jorge LuizDIAS SOBRINHO, José. Educação e avaliação: técnica e ética. In DIAS SOBRINHO, José; RISTOFF, Dilvo. (Orgs.). Avaliação democrática: para uma universidade cidadã. Florianópolis: Insular, 2002. DURHAN, Eunice Ribeiro. Autonomia, controle e avaliação. In MORHY, Lauro (Org.). Universidade em questão. Brasília: Ed. UnB, 2003. p. 275 - 300. GOMES, Alfredo Macedo. Exame nacional de cursos e política de regulação estatal do ensino superior. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, n. 120, p. 129- 149, 2003. IBGE. Resumo técnico: censo da educação superior 2008 - dados preliminares. Brasília, 2009. RIBEIRO, Jorge Luiz Lordêlo de Sales. Características da implementação do sistema de avaliação da educação superior (SINAES) em instituições de ensino superior. 2008. 266 p. Tese (Doutorado) - Universidade Federal da Bahia, 2008. SANTANA, Flavia Feitosa. A dinâmica da aplicação do termo qualidade na educação superior. SANTOS, Boaventura de Sousa. Pela mão de alice: o social e o político na pós-modernidade. São Paulo: Cortez, 2003. Avaliação, Campinas; Sorocaba, SP, v. 16, n. 1, p. 57-71, mar. 2011 71 AVALIAÇÃO DAS UNIVERSIDADES BRASILEIRAS AS POSSIBILIDADES DE AVALIAR E AS DIFICULDADES DE SER AVALIADO SILVA, Pedro Luiz Barros; MELO, Marcus André Barreto. O processo da avaliação as possibilidaes e dificuldades . Jorge Luís Lordêlo de Sales Ribeiro ( mestre em linguística e doutor em Educação ) .Cury ( 1997 , Pag. 8 ) SOUZA, D. B.; VASCONCELOS, M. C. C. Os Conselhos Municipais de Educação no Brasil: um balanço das referências nacionais (1996-2002). Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação, Rio de Janeiro, v. 14, n. 50, mar.2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid Pedagogia da autonomia , Paulo Freire 1996 .