A EDUCAÇAO E O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DA CONSCIÊNCIA AMBIENTAL

A EDUCAÇAO E O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DA CONSCIÊNCIA AMBIENTAL

SELMA IRAIDES DOS SANTOS SILVA*

RESUMO

Partindo-se do pressuposto de que a preocupação com o meio ambiente deve perpassar os âmbitos da Ciência e ser entendido e conhecido por aqueles que deste faz parte, a escola deve inserir os seus alunos neste processo de sensibilização tão necessário ao desenvolvimento do senso crítico e rever sua postura mediante os problemas que atingem a população. È preciso por parte da escola que se forme uma concepção clara sobre o perigo que os rodeia possibilitando a escolha do como fazer e o que fazer para tentar amenizar as condições de caos encontradas nos diversos setores ambientais, e também, a localidade onde moram. Pensando em contribuir de forma mais direta no processo de aprendizagem foi desenvolvido este trabalho, no qual foram tratadas duas questões: uma referente à forma como as escolas trabalham as questões relacionadas ao meio ambiente, a outra a forma como os alunos e professores veem essa questão tão delicada. O resultado desta pesquisa poderá auxiliar as escolas a lidarem com esses problemas de um jeito mais sensível, contribuindo para uma reflexão a respeito da formação e o processo de desenvolvimento de uma sensibilização centrada nas relações entre o homem e o meio.

PALAVRAS-CHAVE: Sociedade. Escola. Educação Ambiental.

ABSTRACT

On the assumption that the concern with the environment must perpassar the areas of science and be understood and know by those who in this part, the school must enter their students in the process of raising much needed development of critical sense and revise is stance on the problems afflicting the population. Is required by the school to form a clear conception about the danger that surrounds them making the choice so how to do and what to do to try ameliorate the conditions of chaos found in several environment sectors, and also the locality where they live. Thinking of contributing more directly in the learning process was developed this job, in which were dealt with two issues: one relating to how the school works the environmental issue, and the other, how students and teachers see this delicate issue. The research of subjective impressions, are related to the cultural, historical, and social issues involved. The results of this survey will assist to deal with these problems more sensitive, contributing to a reflection on the training and the process so developing awareness focused on the relationships between man and the environment.

KEY – WORDS: Society. School. Environment Education.

INTRODUÇÃO

É inquestionável a grande necessidade que a escola tem em despertar nos alunos e em toda a comunidade o senso de cidadania. Para isso, torna-se imprescindível que esta busque alternativa e pressupostos capazes de mobilizá-los para a questão da conservação e preservação do meio.

Tende-se a não valorizar a questão ambiental como algo essencial nas discussões escolares, ainda não se despertou para um problema tão sério e que atinge não apenas o espaço ao qual está inserido, mas a todo o meio. É necessário reeducar esta juventude para as questões que perpassam os muros da escola principalmente esta geração que não se importa com os impactos ambientais que produzem lixo e problemas de saúde pública.

Despertar nos jovens o interesse por temas ligados à sua vida cidadã é também de fundamental importância, pois o fará refletir sobre suas ações dentro e fora da escola e na localidade a qual pertence.

Acredita-se que educação e preservação ambiental devam andar juntas, por isso é inerente à escola proporcionar essa interação entre ambiente e aprendizagem possibilitando uma visão mais crítica e observadora dos alunos em relação à localidade a qual estão inseridos e o todo que o cerca. Perceber que a educação está intimamente ligada a sua postura frente ao meio e a todos que os cercam.

O termo ecologia se expande nas escolas como mais um tema a ser trabalhado e não se percebe a importância de se compreender a diferença entre ecologia e educação Ambiental, sentia-se a necessidade de sensibilizar as pessoas sobre o assunto, mas o Brasil ainda vivia uma situação de mero desenvolvimento e aprendizagem perante outros países.

“... havia uma grande confusão sobre o que seria realmente “Educação ambiental. Defendiam-se conceitos e abordagens bem diferenciadas, em função das diversas visões, condicionadas aos interesses de cada país ou bloco de países, os ricos não apoiavam abordagens que pudessem expor as mazelas ambientais socioeconômicas, políticas, ecológicas, culturais e éticas – produzidas pelos seus modelos de “desenvolvimento” econômico, praticados durante décadas e impostos a muitos países pobres.” (Genebaldo Freire Dias, 1990, p.19)

A escola vê-se pressionada a inserir em seus currículos o termo Ecologia ou Educação Ambiental, mas os professores sentiam-se despreparados para esta tarefa e acabam fazendo uma grande confusão com todos os conceitos e termos até, então, desconhecidos.

Mudar a concepção de desenvolvimento e relacionamento com a natureza é o grande desafio da escola. Por isso, é importante um maior envolvimento mútuo entre escola/comunidade, que possibilite o imbricamento dessas relações, e assim, mediar o conhecimento de forma interdisciplinar.

Faz-se urgente que a escola se coloque como parceria deste processo de transformação e retomada de consciência no que diz respeito à relação dos alunos e da comunidade com o meio ambiente ao qual estão inseridos, percebendo que as suas ações refletirão, não apenas em sua comunidade, mas no espaço comum a todos que é o solo, a água, o ar e os recursos existentes e importantes a nação.

Percebe-se que o engajamento de algumas instituições educacionais está bem avançado nas questões ambientais, outras ainda engatinham rumo a este novo e desafiador problema. Há escolas que buscam alternativas para amenizar o problema; como hortas orgânicas, reciclagem, contando com parcerias importantes como compromisso da equipe da escola, órgãos comprometidos com a questão sócio-ecológica.

Preocupada com esta nova postura das escolas algumas nutricionistas falam do grande benefício das hortas orgânicas. Assim,

“Esta horta além de despertar este interesse das crianças (para o meio ambiente), também fornece uma verdura livre de agrotóxicos (pesticidas e herbicidas). Com isto, os nutrientes nos alimentos são mais bem aproveitados. O sabor é melhor e a criança como com mais prazer”. (Virginia Weffort, 2010 apud Negócios e Sustentabilidade, p.33)

Constata-se, portanto, que algumas escolas têm uma grande dificuldade em trabalhar esta sensibilização, visto que, não encontrou ainda um apoio dos órgãos competentes ou do próprio grupo escolar. Quando há no espaço da escola uma equipe preocupada com este problema torna-se mais eficaz o trabalho, uma vez que há um esforço coletivo.

A criança quando percebe sentido no que é feito ela torna-se parte deste processo, o exemplo da horta orgânica é uma forma de engajar a todos e envolvê-los em algo também muito importante que é o uso de produtos saudáveis na alimentação, possibilitando que em casa seus pais possam ser sensibilizados fazendo com que a educação perpasse os muros da escola e envolverá também a comunidade que é fundamental na execução de um trabalho de pesquisa como este. Desta forma o trabalho desenvolvido em sala de aula provoque uma mudança de postura dos jovens quanto ao uso consciente dos recursos naturais e cuidados com a saúde.

A escola pode e deve ser parceria dos seus alunos na descoberta de novas posturas e tomadas de decisões importantes, todas as disciplinas poderão ser engajadas em um trabalho interdisciplinar capaz de dar conta da complexidade do meio ambiente. Sendo responsabilidade de todos, o trabalho se desenvolver de forma prazerosa e multidisciplinar, pois buscará o envolvimento desde o funcionário que cuida do portão ao gestor maior que direcionará o trabalho da escola.

1.Sociedade versus Meio Ambiente

A priori, o homem sempre se sentiu proprietário/explorador da natureza de tudo que o cerca e de todos os seus recursos, sejam eles renováveis ou não - renováveis. Toda a sua vida está inserida no contexto ambiental mesmo que ele não tenha essa sensibilidade, ou o senso de responsabilidade, todavia este deveria ver neste espaço uma relação de interdependência.

Precisa-se perceber a necessidade de uma reflexão mais profunda sobre a questão a relação homem/ambiente, isso de maneira incontestável deve ser feita pela via educacional que terá muito mais possibilidade de abranger temas direcionados a todos os aspectos que impactam diretamente a natureza, além de poder abarcar uma gama muito maior de pessoas. A escola, assim como outras entidades ligadas ao âmbito educacional poderá de uma forma mais ampla transformar a realidade e contribuir na formação de pessoas responsáveis com os resultados de suas ações. Levando-se em consideração também, estará lidando com pessoas de varias etnias e faixa etária.

Nesta perspectiva de mudanças de visão ecológica os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) atentam para questões relevantes à sobrevivência humana quanto aos recursos naturais.

“[...] A questão ambiental representa quase uma síntese dos impasses que o atual modelo de civilização acarreta, pois consideram o que se assiste no final do século XX, não só como crise ambiental, mas civilizatória, e que a superação dos problemas exigirá mudanças profundas na concepção de mundo, de natureza, de poder, de bem-estar, tendo por base novos valores.” (PCNs, 1998, p.179)

Assim, será notória a todos a mudança de comportamento, de valores, principalmente a retomada de uma discussão referente à questão ambiental, possibilitando uma postura mais consciente, pois talvez a melhor maneira de resolver os problemas ambientais seja primeiramente estabelecer novas regras de civilidade. É necessária a compreensão de que poderá haver progresso sem que haja uma degradação irreversível.

A escola pode de uma forma clara e objetiva inserir em seus projetos educativos uma proposta que proporcione uma discussão acerca desta problemática e se constituir uma unidade com maior grau de autonomia e que aqueles que dela fazem parte possam estar comprometidos em atingir as metas a que se propuseram.

Alguns acreditam que os recursos naturais estão a mercê dos homens, cabe, portanto as entidades educacionais desvendar esses equívocos e possibilitar um trabalho que explicite a correlação entre o homem e os diversos recursos dos quais tem a sua disposição para uma nova percepção de paradigmas, possibilitando, dessa forma uma mudança de postura.

Espera-se que o homem não se perceba como centro dessa discussão, mas como parte dela, e resgatar a noção de sua sacralidade, respeitada e celebrada por diversas culturas e povos. Manter uma relação não de mero explorador, mas daquele que cuida, protege, pois necessita de conservá-la para a retirada permanente de seus recursos com maior e sabedoria.

Se a escola pode ser uma parceira no que diz respeito à sensibilização, por outro lado ela defende interesses de uma classe também elitizada, o que é uma dualidade, por esse motivo os educadores devem estar atentos quanto à forma que utilizará para abranger temas tão polêmicos e contraditórios.

Com essa preocupação em viabilizar a possibilidade de engajar a escola num trabalho direcionado à questão ambiental é inerente que esta se perceba como parte do processo:

Ao longo dos tempos, o homem passou a adotar um comportamento predatório em relação à natureza, legando-nos o mundo em que vivemos hoje, caótico, desarmônico, desequilibrado e ambientalmente doente. (Ana Lúcia Tostes, 2001, p. 17)

Ao deparar-se com situações tão caóticas, ocasionadas pelo desequilíbrio rural/urbano, provocado por falta de interesse das políticas públicas, o êxodo rural tornou-se o vilão, pois ele proporcionou o inchaço das cidades, o aumento da miséria, a proliferação de doenças, porque as casas eram construídas em lugares sem o mínimo de estrutura familiar e conhecimento das questões sustentáveis, saneamento básico e vulnerável a enchentes. E isso obviamente é refletido na escola, uma vez que esses alunos chegam muitas vezes de estrutura familiar desregrada e sem o mínimo de sensibilidade para os problemas que atingem o espaço e o meio, tornando-se adultos novamente inconsequentes e têm-se um ciclo que se perpetua caso não haja uma mudança de mentalidade.

Sempre houve um grande desrespeito aos recursos naturais quando se fala em ocupação do espaço pelo homem, este não se limita a área de moradia, acaba retirando árvores, provocando o assoreamento dos rios, mau uso do solo, construindo em encostas provocando uma deterioração do meio e dos ecossistemas locais. Isso acarreta outros problemas lamentáveis como o crescente acúmulo do lixo urbano, poluição do solo, da água, dos mananciais, desertificação, perda de fertilidade e erosão dos solos devido o mau uso do espaço urbano.

É preciso pensar na questão que tanto aflige a população consumista, quanto mais às pessoas consomem mais se sentem propícias ao consumo. Assim, inevitavelmente acaba interferindo na questão ambiental, pois quanto mais às pessoas consomem mais escravos se tornam do consumo. Assim, inevitavelmente, acabam interferindo no espaço e no ecossistema, pois quanto mais se consome, mais lixo e poluição são produzidos.

Novamente a escola estaria sendo útil, pois cabe a ela a inesgotável missão de educar os estudantes em todos os aspectos, tanto sociais, quanto morais, religiosos, além da construção de uma consciência crítica em relação ao consumo, reavaliar valores e perceber que nossas atitudes podem se não estiverem acompanhadas de criticidade e responsabilidade.

2.2 A Educação Ambiental no Contexto Escolar

Pensar em sensibilização é antes de tudo educar-se para a utilização dos recursos naturais dispostos para o uso racional e sustentável, perceber-se como parte integrante neste processo. O homem neste cenário de desenvolvimento deve sentir-se um todo de seu espaço e não apenas parte dela.

É relevante o papel da escola nesta longa caminhada que enfrentará muitos obstáculos, mas deve estar preparada para superá-los. Um deles é a resistência de alguns estudantes em compreender a dimensão deste, segundo reeducá-los para a percepção de que o consumo exagerado é o grande inimigo das futuras gerações.

Neste trabalho desenvolvido na escola Estadual Livino Ferrari procurou-se não apenas demonstrar aos alunos e a comunidade escolar que ele é co-autor na relação homem/recursos naturais, mas é diretamente responsável pelo uso destes e também por sua preservação.

Assim, alguns alunos perceberam que a questão que envolve o ambiente é muito mais séria que alguns acreditam, outros se perceberam como responsáveis pelas questões que atingem direta ou indiretamente o meio.

Quanto aos profissionais puderam repensar sobre algumas atitudes suas dentro e fora do contexto escolar. Para a elaboração deste trabalho foram utilizados questionários e entrevistas a fim de que o público entrevistado pudesse discutir e refletir a respeito do tema.

Ao questionar o papel do jovem no processo de sensibilização e retomada de novos hábitos e posturas, o trabalho proporcionou uma reflexão no sentido de como isso deve ser feito e de que forma as atitudes do cotidiano podem modificar este cenário de degradação e uso indiscriminado dos recursos renováveis ou não renováveis.

Os questionários aplicados constavam de questões abertas, tanto para os alunos quanto para os professores e funcionários, possibilitando uma ampla avaliação da escola e de seu comprometimento com as questões relacionadas ao meio ambiente.

Neste espaço de múltiplos saberes e de grandes transformações, deverá ser integrado um novo desafio, educar jovens para essas questões que envolvem a escola, a comunidade: tanto escolar, quanto as famílias. Assim, os PCNs advertem:

Para a execução da pesquisa foram elaborados questionários que constavam de questões abertas, tanto para os alunos quanto para os professores e funcionários, possibilitando uma ampla avaliação da escola e de seu comprometimento com as questões relacionadas ao meio

Neste espaço de múltiplos saberes e de grandes transformações, deverá ser integrado um novo desafio, educar jovens para as questões ambientais. Assim os PCNs advertem: “Como conteúdo escolar, a temática ambiental permite apontar para as relações recíprocas entre sociedade e ambiente, marcadas pelas necessidades humanas, seus conhecimentos e valores”. (PCNs 1998– Ciências Naturais, p. 45)

Compreender a relação de interdependência que há entre o individuo e a natureza é essencial para que haja um equilíbrio nesta convivência. Cabe a escola a grande missão de educar as gerações presentes e as futuras quanto ao uso sustentável dos recursos naturais disponíveis, deixando claro a estas que a reciprocidade verdadeira entre homem/ambiente é essencial à espécie humana.

Cabe a escola a grande missão de educar as gerações presentes e as futuras quanto ao uso sustentável dos recursos que a natureza nos dispõe, deixando claro a estas que a reciprocidade verdadeira entre homem/ambiente é essencial à espécie humana.

Desde a Eco–92, vem-se discutindo a grande importância de se repensar o modelo de desenvolvimento imposto pelos países mais ricos do mundo, pois o consumismo visa um grande acumulo de lixo, produtos que são descartados ainda em boa condição de uso.

Neste esquema de desenvolvimento fica evidente que uma parte da população sofre com os grandes desperdícios gerados pelo consumismo. O quanto o ambiente é degradado, falta conscientização e, principalmente, sensibilização em relação ao uso sustentável dos recursos naturais renováveis e não renováveis.

A escola tem papel fundamental na transformação deste modelo injusto e inviável para os padrões de vida atual. Propor projetos e discussões que vislumbrem uma nova postura e possibilidade na relação do homem com o seu espaço, adequar as regras do progresso à sustentabilidade através de ações produzidas pela própria escola. Inserir os jovens em simulações de consumo e de relacionamento desordenado com os recursos naturais, educar os jovens e a comunidade a qual estão inseridos para que tenham uma postura de zelo, respeito e cuidado.

Pensar estratégias em nível local é uma meta a ser atingida por todas as instituições de aprendizagem antes que não se tenha mais tempo para evitar as grandes catástrofes tão anunciadas pelos especialistas e ambientalistas.

Este modelo é apresentado por Genebaldo Freire Dias (Breve Histórico da Educação Ambiental p. 32):

Modelo de desenvolvimento

Produz produz

Exclusão social consumismo

Miséria opulência - desperdício

Degradação ambiental

Perda da qualidade

de vida

Perda da qualidade da

experiência humana

Neste modelo há uma grande preocupação de Genebaldo com a produção e o desperdício que se faz dos produtos, que geram degradação do meio, enquanto uma parte é excluída e marginalizada, é necessário que se repense este modelo de sociedade. Que se proponha uma proponha uma nova postura para a igualdade de benefícios e menos exploração dos recursos proporcionando, assim mais qualidade de vida e menos exclusão social.

Há que se compreender que quanto mais pessoas consomem mais se produz, menos se economiza e menos se preserva. Sensibilizar a sociedade civil para essa problemática é um dos grandes desafios da Educação Ambiental.

2. Desafios da Educação Ambiental

Falar da questão ambiental no âmbito escolar é tão complexo quanto falar da conjuntura política do país. Isso acontece porque muitas vezes o discurso não está diretamente ligado às ações de quem discursa.

O processo de sensibilização está diretamente ligado a toda uma possibilidade de atitudes e ações. De modo que devem acontecer mudanças efetivas nesses espaços.

O espaço que deve e pode ser utilizado para esta mudança de postura é a escola como afirma:

“A escola é um dos espaços mais nobres que a humanidade conseguiu produzir em toda a sua historia, onde o cidadão é despertado, adquire valores morais, desenvolve potencialidades, apropria-se e constrói conhecimento e, sobretudo, é o lugar em que se começa a perceber que o espaço geográfico e a historia são construídos gradativamente, através do trabalho cotidiano”. (André B. Sandes 2010, p.61)

Se a humanidade se percebe e se descobre na escola é nela também que serão geradas as diversas ações que salvarão, ou pelo menos amenizarão o problema ambiental, de modo a mobilizar uma maior quantidade de pessoas pelo menos mais preocupada em gerar ações que possibilitem um planeta mais limpo, um ambiente mais saudável.

Paredes manchadas, lixo por toda parte, livros rasgados, educadores que chupam a bala e ainda por desrespeito ou descuido jogam o papel no chão, são situações ainda vividas nas diversas escolas de um país que precisa urgentemente amadurecer rumo a um novo olhar para a questão ambiental.

Estes que são pegos em situações constrangedoras muitas vezes usam um subterfúgio dos hipócritas e irresponsáveis: “faça o que eu falo e não o que faço”, se não se consegue educar pelo exemplo, ensinar e/ou educar aqueles que permeiam o âmbito escolar, não será aceitável ou ate mesmo concebível que se use a palavra que é lançada ao vento e não se afirma no ar. O que se espera é que a educação aconteça do exemplo à palavra e não vice-versa.

Faz-se urgente um novo começo, mas cabe a escola, este espaço nobre, perceber que ela será responsável por educar as próximas gerações, esta principalmente, a fazer um novo fim.

Inevitavelmente, se faz necessária uma nova postura daqueles que estão diretamente ligados à questão educacional promover essa nova retomada de discussão sobre o quanto é notória e inerente a conservação do planeta e de todos os recursos naturais fundamentais à vida de todo e qualquer ser.

Nesta perspectiva nos afirma:

“A Educação Ambiental é aceita, cada vez mais, como sinônimo de educação para o desenvolvimento sustentável ou de educação para a sustentabilidade e, por esse motivo, é imprescindível a inserção de um projeto de Educação Ambiental no currículo escolar de maneira interdisciplinar em todas as práticas cotidianas da escola buscando a formação de uma sociedade consciente em face de um desenvolvimento sustentável.” (Ana Paula da Silva Pestana, 2007)

Nessa perspectiva é urgente à escola preparar o seu corpo docente e discente para discutir de forma cidadã a questão ambiental e sustentável do planeta, o currículo escolar deve abranger mais do que simples diálogos sobre meio ambiente, mas formular projetos e discussões que viabilizem uma retomada mais drástica e uma mudança de postura mais atuante não só com os alunos que compartilham de um espaço apenas escolar, também da comunidade.

É urgente essa discussão para que de forma crítica e cidadã seja possível reverter esse quadro lamentável de destruição, consumismo exagerado, uso desenfreado dos recursos hídricos e fósseis e acima de tudo compreender que a mudança se faz necessária.

Assim, a escola deve buscar alternativas que viabilizem o ensino da questão ambiental de forma consciente e planejada.

CONSIDERAÇOES FINAIS

Trabalhar nas escolas assuntos de interesse coletivo é proporcionar um ambiente de discussão mais profunda e poder sensibilizá-los para que haja uma mudança de postura dos envolvidos no processo educacional.

É necessário que a escola como mediadora ela defina e redefina continuamente o modo como as pessoas alteram a qualidade do meio e como se distribuem os custos e os benefícios decorrentes da ação destas no processo social.

A escola deve está preocupada em formar cidadãos que se preocupem com as suas ações. Sensibilizar as pessoas para essas questões pode amenizar os grandes problemas de falta de informação e promover uma discussão sobre o quanto se faz necessária uma mudança de postura por não ser apenas uma questão social, mas política, ideológica e ocorre em determinado contexto social, espacial e temporal.

Uma proposta de Educação Ambiental pressupõe escolhas, nessa perspectiva não se deve dizer que ela seja neutra. A sua pratica não deixa alternativa ao educador, este precisa comprometer-se com todas as questões relacionadas à natureza para passar-se do discurso para a ação.

A educação é indispensável no processo de desenvolvimento do conceito ambiental e a escola, sobretudo os educadores, tem grande responsabilidade e importância, ma vez que trabalham com crianças e jovens que serão os professores do futuro. E se bem instruídos serão sensibilizados e cuidarão melhor do ambiente.

Sendo assim, a escola é o ponto de partida para a sensibilização dos envolvidos no processo de educar-se pelo diálogo de forma igualitária e civilizatória do ponto de vista educativo e social. Permite que a comunidade também seja inserida de forma mais participativa nas atividades e adquira habilidades e desenvolvimento de atitudes visando à participação individual e coletiva.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

EDUCAÇÃO ambiental: curso básico a distancia: documentos e legislação da educação ambiental. Coordenação-Geral: Ana Lúcia Tostes de Aquino Leite e Naná Mininni-Medina. Brasília: MMA, 2001. 5ª v., 2ª edição ampliada.

EDUCAÇÃO ambiental: curso básico a distancia: Questões Ambientais, Conceitos, História, Problemas e Alternativas. Coordenação-Geral: Ana Lúcia Tostes de Aquino Leite e Naná Mininni-Medina. Brasília: MMA, 2001. 5ª v., 2ª edição ampliada

DIAS, Genebaldo Freire, (1980) Universidade de Brasília Educação ambiental: breve histórico da educação Ambiental:

SANDES, André Barreto, 1978 – Contribuição da pesquisa geográfica para a gestão educacional: estudo etnográfico no Colégio Estadual Ruy José de Almeida – Laje – BA.

ORGANICOS EM REVISTA – Negócios & Sustentabilidade – Ed. Minuano, 2011.

Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos: apresentação dos temas transversais/ secretaria de Educação fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 1998. P.

GUIMARÃES, Mauro. A dimensão da Educação Ambiental na Educação. Rio de Janeiro Papirus, 2000. 107p.

SITES

http://www.cenedcursos.com.br/educacao-ambiental-e-a-escola.html

http://www.unisc.br/deptos/cpardo/artigos/art_dionei.htm

http://planeta.terra.com.br/educacao/politikon/artigos.htm

SELMA IRAIDES
Enviado por SELMA IRAIDES em 26/09/2013
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