O DUELO ENTRE TEORIA GRAMATICAL X PRÁTICA TEXTUAL
Ensinar a gramática nas escolas não é uma tarefa muito fácil, o ensino ainda ocorre de maneira arcaica devido a aplicação de métodos totalmente teóricos, sem nenhuma significação na vida dos alunos, que por sua vez, não conseguem estabelecer relação entre teoria gramatical e a prática de texto.
Para a autora Irandé Antunes (2007), têm-se a falsa ideia de que língua e gramática são a mesma coisa, assim a escola ensina a gramática acreditando que está ensinando a língua.
A gramática é apenas uma parte integrante da língua sendo responsável pela regularização da mesma.
Sendo assim, “restringir-se, pois a sua gramática é limitar-se a um de seus componentes apenas, é perder de vista sua totalidade e, portanto, falsear a compreensão de suas múltiplas determinações” (Antunes, 2007, p.41).
Em vista deste e outros questionamentos a respeito do ensino de gramática nas aulas de Língua Portuguesa compete ao educador o ensino da gramática normativa para cumprimentos dos PCNS.
Irandé Antunes ainda afirma que não há dúvidas de que deve – se ensinar a gramática normativa nas aulas de Língua Portuguesa embora sabe-se perfeitamente que ela em si não ensina ninguém a falar ,ler e escrever com precisão(2007, p.53).
Está claro que a escola tem o dever de ensiná-la oferecendo condições ao aluno de adquirir competência para usá-la de acordo com a situação vivenciada.
Ademais, só a teoria gramatical não concretizará o seu objetivo, esta leva o aluno ao desinteresse pelo estudo da Língua por não ter condição de entender o conteúdo ministrado e por este não fazer sentido resultando para o educando frustrações, reprovações e recriminações que iniciam na própria escola com a disseminação do preconceito linguístico.
Mas como trabalhar a gramática e a produção textual ao mesmo tempo em sala na busca de resultados satisfatórios no ensino aprendizagem dos alunos? Como agradar Gregos e troianos nesta árdua tarefa?
O professor deve trabalhar a gramática aliada à prática para o professor Marcos Bagno (2000, p.87) a gramática não deve ser tida como uma verdade absoluta “Única e Acabada”. Propõe que esta deve conter uma boa quantidade de atividades de pesquisas que possibilitem ao aluno a produção de seu próprio conhecimento linguístico, a gramática em si não justifica seu papel de única fonte para o ensino da língua nas escolas.
Por fim, o professor deve deixar de lado a repetição da doutrina gramatical e ser mais dinâmico ministrando o conteúdo de forma reflexiva em atividades contextualizadas interdisciplinarmente de forma que o aluno possa conhecer as variedades da língua através de pesquisas que envolvam a leitura e a produção textual, constituindo o seu próprio conhecimento linguístico.
Referências:
ANTUNES, IRANDÉ. Muito além da gramática: por um ensino de línguas sem pedras no caminho. São Paulo: Parábola, 2007.
BAGNO, Marcos. Dramática da Língua Portuguesa. Tradição gramatical, mídia e exclusão social. S Paulo, Ed Loyola 2000 ( 327 p).