Amor de Mãe, um Amor que Dói


Um dia conversando com uma amiga a respeito do amor de uma mãe pelo seu filho.
Perguntei: Como será esse amor?
E ela me respondeu:
_ É um amor tão grande que chega a doer.
Mas em que momento esse amor dói tanto?
Será no momento dos enjôos, da dor na coluna por causa do peso da barriga, dos desejos de comer comidas estranhas....?
Será no momento em que ela ouve aquele choro, quando ele vem da pátria espiritual anunciando a
sua chegada no mundo material e ela chora junto pensando....Meu filho chegou! Meu Deus como essa criaturinha minúscula
vai encarar essa nova morada? Que responsabilidade Deus está me confiando. Será que vou conseguir dar conta do recado?... Nem se dá conta de que antes de ser seu filho , ele é filho de Deus, e que já passou por aqui várias vezes, trazendo experiências, virtudes e defeitos conquistados ao longo dessas existencias.
Um empréstimo que Deus te concedeu, nos lembrando que não somos donos de ninguém, e que esse filho é instrumento para seu próprio progresso espiritual, onde sua paciência, responsabilidade, abnegação, dedicação e renúncia vão ser colocados à prova.
E que prova!!
Será no momento em que passa noites sem dormir por causa de uma dor de barriga, ou simplesmente desejo de colo?
Será no momento em que nos seus primeiros passos leva um tombo e você corre para ampará-los, e ai você pensa.... Tomara que cresça logo... Na ilusão de que o trabalho diminui depois que cresce.
Naquele momento em que você tem de ingressá-los no seu primeiro contato social, que é a escola. Onde ele vai começar a conviver com outras pessoas. E enquanto ele chora você vai soltando sua mãozinha devagarinho, com um aperto no peito, mas sabe que é preciso. Sabendo que a cada fase da vida seu cordão umbilical vai se cortando sem diminuir o seu amor por ele.
No momento em que você dá umas palmadas corrigindo-o de um erro, da mesma forma que aprendeu com seus pais, correndo o risco de ser chamada pelo conselho tutelar. Onde você indignada fala quase aos gritos, que se não ensinar ele agora, mais tarde o mundo vai ensinar de uma maneira bem mais cruel.
No momento em que você vê seu filho dar mais atenção ao coleguinha da classe e descobre que seu colo já ficou esquecido achando que já não serve mais. E nesse momento você acha que os amigos dele são mais importantes do que você.
Quando você descobre que as amizades que ele escolheu, não combinam muito com a educação e os valores que lhe foram passados. E esta é a fase do contestar, do reclamar e do ser do contra.
No momento em que passa noites em claro sem saber onde e com quem está. E nas suas orações pede a Deus que o proteja, só dormindo depois que ele chega.
Naquele momento em que você descobre que seu filho se tornou um homem, mas que seu amor continua igualzinho de quando era ainda bebê, e ai bate aquela saudade, saudade de quando você brincava com ele no berço, saudade de quando ele te chamou de mãe pela primeira vez.
Naquele momento em que ele cria asas e fala que vai embora, e você fica ali parada tentando dizer : _ Filho, não vá! Mas sabe que criou filho para ser livre e consegue dizer: _ Filho, cuidado! O mundo não ensina com o mesmo amor que tentei te ensinar.
E quando ele retorna ao lar você descobre que ele precisa mais de seu colo do que quando era bebê. E ai você o abraça de uma forma tão doída que se pudesse colocaria ele dentro de você outra vez e pensaria... Agora filho, você está protegido de novo, ninguém mais vai te maltratar... Seria bom se fosse assim, não é mesmo mães?
Conheci uma mãe que teve de entregar seu filho pra polícia pra não vê-lo morto. Será esse o amor mais doído?
No momento em que ele faz suas escolhas e você não pode mais interferir, por que ele já não é mais aquela criança que você pegava pela mão.
Cada fase é uma perda e ganho para os dois lados , mãe e filho, mesmo sabendo que o amor de mãe é permanente e que elas estão lá firmes, pra recebê-los nas horas difíceis.
Mãe nenhuma veio com manual de instrução para educar seus filhos. Elas usam a intuição, o amor espontâneo, numa constante troca de experências. Maria a Mãe de Jesus também não veio com manual de instrução, simplesmente foi escolhida porque ela era especial, educou o maior Mestre pela intuição e amor, se tornando a maior educadora de todos os tempos. E essa intuição aparece quando nos permitimos compreender aquele ser que está ao nosso lado. E olha que Ela era muito jovem hein! Mas de uma grande sabedoria. Ela enxergava com os olhos do coração, sem se dar conta da dor que viria pela frente.
E quando de repente seu filho retorna à pátria espiritual, aí a dor é como um punhal trespassando seu peito. Parece a maior de todas as dores. Na verdade ele passou uma temporada com você, e essa separação vai ser temporária também. Mais cedo ou mais tarde estarão todos juntos outra vez.
Com certeza Deus não nos criaria para depois nos perdermos uns dos outros.
E nesse momento fica só a saudade. E a saudade é o amor que fica.
De todas as formas de amor na terra, o amor materno é o mais sublime!
Mesmo doendo, a maternidade é um presente de Deus à mulher transformando ela em mãe.
E toda mulher que se permite ser mãe descobre que é o melhor presente que Deus lhe deu.
E quando Ele deu esse presente reforçou seus ombros de uma forma que pudesse carregar o mundo inteiro neles.
Mães, pra mim vocês são umas HEROÍNAS!
Ainda não conheço esse amor que dói. Quem sabe um dia.... Numa próxima vinda....
Como disse Dalai Lama:¨ Dê a quem você ama, asas para voar, raízes para voltar e motivos para ficar¨.
Pois o maior desafio de uma mãe é criar filhos para serem livres.

Elia Macedo
Élia Couto Macêdo
Enviado por Élia Couto Macêdo em 26/08/2013
Reeditado em 23/03/2015
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