Violência nas escolas
A onda de violência que assombra as instituições de ensino, docentes, funcionários e alunos mostra a ineficiência de gerir políticas voltadas à segurança pública que é falha, omissa e vulnerável. Os fatores que desencadeiam motins, brigas e agressões nas escolas são diversos – desde o uso de drogas, falta de estrutura e apoio familiar, bem como o descrédito dos alunos em meio a uma educação medíocre e frágil, além, é claro, da proteção desses menores por pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.
Docentes são os principais alvos da violência nas escolas, seja pelo fato de representarem uma autoridade nas salas de aula, seja pela aversão que muitos alunos têm por determinada disciplina, levando tal descontentamento para o lado pessoal. Contudo outros provocam conflitos entre eles mesmos, por uma série de motivos: rivalidade, vingança, intolerância (bullying) e também porque carecem de bons exemplos, esboçando o mesmo comportamento adotado nas ruas.
Em tempos remotos o professor era uma autoridade e tinha autonomia para punir alunos que não tivessem um bom comportamento. Mas a realidade mudou – hoje ele mal pode advertir verbalmente que já é alvo de chacota, desprezo e intimidação. A impressão que se tem é que a escola é uma extensão das ruas, onde não há hierarquia – falta respeito e reconhecimento por parte dos estudantes de que o professor está a serviço do estado e não para ser submisso a eles.
Estamos num período em que a escola não é a única fonte de conhecimento, embora o ensino básico e fundamental públicos, em tese, sejam obrigatórios. Descrente de um ensino em que falta recursos, infra-estrutura, profissionais qualificados, o jovem, não enxerga perspectivas a médio prazo e vê os estudos como uma obrigação e não necessariamente como uma chave que pode abrir portas para um futuro promissor.
O jovem precisa ser compreendido: quais são suas deficiências? Ele quer mostrar o que para quem agredindo os outros? Faltam valores familiares/culturais? Ele é tratado com indiferença pelos outros? Não adianta justificar seus comportamentos nas drogas, na ausência da figura paterna/materna. Ele quer ser reconhecido enquanto pessoa, ter seus méritos e merecimentos; ter oportunidade e não piedade. Em suma, os jovens necessitam de apoio, seja familiar, escolar, social, além de condições para se educarem enquanto cidadãos e não como marginais.