UMA FONTE INESGOTÁVEL DE RECURSOS
 
    Uma das proposições da PNL sustenta que todas as pessoas têm, pelo menos potencialmente, todos  os recursos que precisam para serem eficientes na arte de viver.  Por outro lado, todas as doutrinas religiosas ensinam, de alguma forma, que a chama divina habita no interior de todas as pessoas e quando é acesa, conduz à iluminação. Isso porque o homem foi feito à imagem e semelhança de Deus, e portanto, possui em si mesmo o gene divino.[1] Por outro lado, os estudos realizados por cientistas modernos tem mostrado que o nosso cérebro tem uma capacidade infinita de habilidades e capacidades que podem ser desenvolvidas e que, no atual estágio em que estamos, apenas uma ínfima parcela desse imenso arsenal é utilisado.
     Seja qual for a concepção adotada – psicológica ou religiosa – isso quer dizer que o ser humano é muito superior ao que parece ser, pois ele possui recursos insuspeitados dentro de si. E, em qualquer caso, só precisamos encontrar a chave certa para abrir os caminhos para a iluminação (em se tratando de religião) ou para a máxima excelência em nossas performances ( em se tratando do nossos recursos psíquicos).  
      Na liturgia das religiões, são as preces, os jejuns, as cerimônias rituais, a recitação de mantras etc., que preparam a mente do fiel para a recepção do “programa” que vai ser instalado em sua mente. Esse “programa” é instalado através das crenças que estão nas mensagens embutidas nessas formulações linguísticas adotadas pelas religiões. Sim, pois toda cerimônia ritualística, na verdade, é uma forma de linguagem que embute uma mensagem visual, auditiva ou cinestésica, geralmente dirigida ao nosso inconsciente, pois é nele que as nossas crenças se instalam e passam a dirigir o nosso comportamento. Por isso é que quanto mais retumbante, mais impressionante, mais vistoso e emocionante for o ritual, mais profundamente ele impregnará a nossa mente e com mais força nos fará acreditar e trabalhar segundo a mensagem que ele sugere.
      Da mesma forma que os atos litúrgicos dos ofícios religiosos, os praticantes de PNL desenvolveram exercícios que funcionam como rituais destinados a proporcionar acesso à estrutura mais profunda da nossa mente. Isso é muito importante pois nessa estrutura mais profunda, que é o nosso inconsciente, estão depositadas a totalidade das informações que recebemos desde o primeiro momento em que fomos gerados. Ali está tudo de bom e de ruim que vimos, ouvimos e sentimos em toda a nossa história de vida. Estão ali depositadas sem a devida catalogação e sem nenhuma valoração.  É a nossa consciência, formada pelos valores que adquirimos na vida, que filtra essas informações, e trás para o nosso cérebro racional aquilo que ela acha importante na informação.
     Mas isso, como se pode ver, pode ser perigoso. Muitas vezes, a parte mais importante da informação é desprezada pela nossa consciência, que na sua valoração, omitiu, cancelou ou generalizou uma mensagem, perdendo parcelas importantes do seu conteúdo. E isso nos leva á falha de percepção, erro de abordagem, falsas idéias e conseqüentemente, respostas ineficientes e inadequadas. Exemplo: ás vezes você está conversando com uma pessoa e fica muito atento ao que ela diz, mas não percebe os movimentos dos olhos dela nem as expressões que ela mostra no rosto, ou a postura do corpo dela. Nessas expressões, que são mensagens não verbais, pode estar o verdadeiro conteúdo da informação que ela está lhe passando e não nas palavras que ela verbaliza. Ou, ás vezes, nas próprias palavras há mensagens que precisam ser decoficadas para ser entendidas. Essas mensagens são geralmente expressas em metáforas, analogias ou expressões simbólicas ou imagens que precisam ser analisadas de diversos pontos de vista. Exemplo de mensagens desse tipo é o famoso sofisma da composição, muito comum nas chamadas ciências humanas e as chamadas proposições tautológicas, que comumente aparecem nos raciocínios filosóficos.[2]


 
    Assim, os exercícios desenvolvidos pela PNL funcionam como ferramentas capazes de recuperar a maior parte possível da informação perdida e proporcionar ao seu praticante uma capacidade mais efetiva de responder aos desafios da vida.  Em outras palavras, proporcionam acesso a esse manancial inesgotável de recursos que Deus, ou a natureza, a cada instante, deposita em nosso inconsciente: a informação.

 
 


[1]Gênesis, 1:27.
[2]Sofisma da composição é uma falha de percepção que nos leva a focar num determinado aspecto da informação e desprezar o conjunto no qual ela está envolvida. Tautologia é uma formulação lingüística que permite ao emissor da linguagem expressar o mesmo conteúdo em formas lingüísticas diferentes, o que pode levar o receptor a pensar que se trata de informação diversa, mas no fundo, trata-se da mesma mensagem.
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 27/06/2013
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