Conhecimentos gerais fundamentais
Quando as escolas foram idealizadas, sabiamente, escolheram-se certas disciplinas básicas para seu conteúdo. Assim, na escola estuda-se a língua materna, usada no ensino das demais disciplinas; a matemática, necessária para o conhecimento de outras; e disciplinas como a física, de âmbito muito geral e aplicável a todas as coisas. A generalidade foi, sem dúvida, um sábio atrativo para a escolha do conteúdo ensinado nas escolas.
Paradoxalmente, hoje, no entanto, após a universalização da escola, as disciplinas básicas parecem ter perdido seus atrativos. Em concursos para a admissão de funcionários em cargos públicos, por exemplo, poucos conhecimentos adquiridos na escola costumam ser cobrados, excetuado o de português, e eventualmente matemática e língua estrangeira. Os conhecimentos de física, ou de química, por exemplo, ficam esquecidos, e nunca são cobrados em concursos públicos, exceto, em provas específicas para os profissionais dessas áreas.
Creio que tais disciplinas podem e devem ser cobradas em concursos públicos, tanto nos de nível médio, quanto nos de nível superior. Seriam cobradas em uma prova de conhecimentos gerais básicos. Atualmente, provas de “atualidades” vêm sendo equivocadamente aplicadas sob o rótulo “conhecimentos gerais”.
Avaliações do conhecimento das pessoas, como as efetuadas na escolha de funcionários públicos, deveriam, incluir as bases do conhecimento contemporâneo, exatamente os ensinados na escola, pela simples razão de serem básicas e gerais.
Cabe notar que, devido ao desconhecimento geral sobre tais temas, o conteúdo da escola secundária encontra-se hoje, no Brasil, relegado a plano inferior, como se não tivesse nenhuma importância. Não conseguimos perceber a importância daquilo que desconhecemos.