POR UMA EDUCAÇÃO DE QUALIDADE

Quem terá a paciência de ler?

O mundo só será melhor para todos quando cada pessoa fizer a sua parte. Os governantes não podem, sozinhos, melhorar a nossa realidade social. Os pais – sozinhos – não podem. A escola, sozinha, não pode. Cada cidadão brasileiro tem a responsabilidade de ajudar a melhorar a vida da sociedade em que vive. Se cada pessoa reconhecer que pode ajudar, o Brasil se tornará muito melhor para todos.

Não estou defendendo os governantes, nem a escola, nem os pais. Estou apenas reconhecendo a importância de cada pessoa na construção de uma nova sociedade. Quero ver a realidade sob os mais variados aspectos. Quero ser uma pessoa justa. Tenho as minhas convicções filosóficas, religiosas, políticas, poéticas, ideias e posições. Quem me conhece sabe que não voto no PT. Não voto na família Sarney. Não voto em outras pessoas cujos nomes não quero mencionar.

Sou sincero e verdadeiro. No entanto, reconheço que nunca haverá um presidente, governador ou prefeito que, sozinho, consiga proporcionar uma educação de qualidade para todas as pessoas. Cada indivíduo é responsável pela própria formação. Eu, por exemplo, se estivesse esperando por um presidente, governador ou prefeito, certamente, eu não teria a formação que hoje tenho. Não sou um gênio, não tive professor particular, nem fiz o meu ensino básico em escola diferenciada. A minha formação básica foi toda feita em escola pública do Maranhão cujo sistema de ensino é o pior do Brasil. Além disso, a estrutura social da minha família sempre foi precária. Agora, porém, está melhorando um pouco, através do meu estudo que, diga-se de passagem, enfrentou muitas dificuldades.

Sou feliz por ser quem sou. Os meus conhecimentos me ajudam a reconhecer a importância da educação na vida de uma pessoa e me proporcionam a capacidade ou habilidade para ser um pesquisador, um estudioso e para reconhecer a necessidade da formação contínua. Eles me ajudam, ainda, a ser um cidadão crítico e conhecedor do meu papel social. Os conhecimentos que eu tenho me ajudam a ser um profissional seguro e confiante em mim mesmo. Não me sinto superior nem inferior a ninguém. Na verdade, eu me sinto privilegiado, pois Deus é muito bom comigo. Ele me proporciona a capacidade de ser bom naquilo a que eu me dedico. Sou feliz por ser responsável por mim mesmo.

Fique bem claro: o que eu digo não exclui a responsabilidade dos governantes. Quem me conhece sabe que eu sou rigoroso nas críticas que faço ao sistema político e educacional brasileiro. Temos uma sociedade cujos governantes não estão preocupados com uma educação de qualidade. Pois sabemos que um povo instruído é um povo que preocupa os governantes. Estes não querem que as pessoas vejam os problemas sociais, pois fica mais fácil ser corrupto onde não há esclarecimento.

Todavia, devemos convir que, atualmente, muitos jovens e outras pessoas de outras faixas etárias estão negligentes em relação à leitura, que é algo fundamental para quem deseja adquirir conhecimentos sólidos e duradouros. Sei, por exemplo, que muitas pessoas têm dificuldade de entender muita coisa que eu digo. A linguagem é simples e lógica. Entretanto, essas pessoas não têm a prática da leitura. É isso o que impossibilita a compreensão de uma linguagem com algumas palavras não utilizadas nas relações cotidianas.

Sabemos que as pessoas são inteligentes. Falta apenas que muitos se dediquem ao mundo do conhecimento. Estudar requer esforço e sacrifício. O estudo pode ser algo prazeroso. Na verdade, deve ser algo prazeroso. Entrementes, convenhamos, dedicar-se ao conhecimento significa dedicar-se a resolução de problemas. E, para resolver problemas, necessitamos de tempo e concentração.

Um advogado, por exemplo, tem a necessidade de estudar as questões para que possa defender os casos a ele confiados. Na defesa de um caso, um bom advogado deve se sentir à vontade e com uma sensação de prazer. Apesar disso, enquanto estuda o caso, esse mesmo advogado tem de estar sério e dedicado ao assunto. É claro que, na hora da defesa, esse profissional age com seriedade, porém, com um sentimento de maior prazer, visto que a situação é de mostrar habilidade com a palavra e conhecimento do assunto, da questão. Isso deve ser muito prazeroso.

Tudo isso que eu digo representa a minha tentativa de mostrar que o estudo requer dedicação. Esta semana, eu lia um artigo que falava sobre isto: o estudo exige esforço, tempo, concentração e seriedade. Isso, contudo, não está sendo buscado por muitas pessoas, em virtude de vivermos em uma sociedade que supervaloriza a diversão, o lúdico e se esquece, muitas vezes, da necessidade de permanecer, por muito tempo, lendo um bom livro. É necessário, portanto, estabelecer o equilíbrio.

Eu pergunto: quem leu um livro nos últimos 5 meses? Quem, sendo estudante, lê além do que é indicado pela escola? Quem, sendo estudante, se dedica à leitura de artigos na internet? Quem, sendo estudante, tem a paciência de terminar de ler este meu artigo? Poucos, não é verdade? Por quê? Por causa da sociedade em que vivemos: que não quer mais compromisso com “perda de tempo”, dedicação a leituras longas, a coisas sérias, a assunto que requer tempo, esforço, dedicação e sacrifício. É mais fácil ouvir “a juju”; não se faz esforço para isso; não se exercita o pensamento. No Maranhão, “a Juju” faz sucesso. Em outros estados, são outras “pérolas” da sociedade atual. É o lixo cultural sendo difundido.

No entanto, devo dizer que vejo jovens preocupados com a própria formação. Poderia citar alguns, porém, evitarei fazer isso. No facebook, como exemplo, observo pessoas que se destacam tanto na escrita quanto no conteúdo daquilo que é postado. Enfatizo: não pretendo dizer o que cada pessoa deve fazer; cada pessoa é livre para conduzir a própria vida. Ademais, SOU DEFENSOR DA LIBERDADE. Mas quero fazer uma observação: dos meus colegas de turma no ensino básico, somente aqueles que se dedicavam ao estudo estão exercendo um trabalho menos preocupante, mais prazeroso.

Lembro-me de alguém que fez um curso superior, mas não exerce a profissão, porque, quando fazia a educação básica, esse alguém não se destacava nos estudos. Para exercer a profissão que ele escolheu, ele precisa ser aprovado em uma prova nacional. Ainda não foi aprovado. Esse rapaz poderia estar em destaque. Ele conviveu com quem possui condições mais do que suficientes para proporcionar estudo de qualidade a qualquer pessoa. Ele teve a oportunidade; deram a ele; faltou esforço, dedicação, estudo individual, sacrifício.

Lembro-me de alguém que, certo dia, na sala de aula, disse-me que eu ia todos os dias à escola porque “queria aparecer; queria mostrar que era melhor”. Veja a mentalidade! Gosto dessa pessoa, ela é simpática, gente boa, mas, hoje, essa criatura vive traída pelo marido. Não pode se separar, porque não tem preparação suficiente para ter uma vida livre e sem submissão. Precisa da ajuda financeira de quem lhe trai. Que pena! Não tem amor a si mesma. É uma coitada, é inocente. Não tem senso crítico. Alguém assim é digno de compaixão.

Conclusão: Lutemos para que tenhamos bons políticos nos representando. Lutemos para que os governantes proporcionem ao povo uma educação de qualidade. Lutemos para que as nossas escolas preparem as pessoas para a vida. Não abramos mão dos nossos direitos de cidadãos. Contudo, não nos esqueçamos de que “o homem nada mais é do que aquilo que ele faz de si mesmo”, como dizia o filósofo francês Jean-Paul Sartre.

Sejamos protagonistas da nossa história! Construamos a nossa história!

Domingos Ivan Barbosa
Enviado por Domingos Ivan Barbosa em 22/06/2013
Reeditado em 02/08/2013
Código do texto: T4353370
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