Cotas

A reserva de vagas nas universidade para negros tem levantado muitas discussões quanto ao critério usado para classificar o contista como tal. O Brasil tem aproximadamente 40% da população mestiça, logo pode acontecer do branco ter que provar que é afrodescendente, para o mulato se convencer de que é negro.

Estudos tem comprovado que muitos brasileiros que são aparentemente brancos possuem traços genéticos africanos (como lábios carnudos, nariz fornido) e podem se dizer um afrodescendente. Deste modo, a decisão tem cunho político e ideológico, não necessariamente genético.

Se uma pessoa, visivelmente branca, declarar-se como negra para concorrer às cotas e reivindicar seus direitos, não há como contestar. Apenas exame genético comprovaria, mas seria inviável todos fazerem testes. O mesmo ocorreria com negros que possuem traços europeus, pois muitos mestiços são euro-descendentes.

É dito ainda que as cotas não são benéficas porque segregam. E tudo que divide não pode ser visto como igualitário, além de subestimar seu intelecto, pois o negro não é menos capaz do que um branco. Entra em jogo o conceito afrodescendente que foi criado pelo próprio negro na busca de se aproximar com os mestiços.

A política que visa combater a desigualdade social, econômica e educacional, possui deficiências no que tange à classificação dos cotistas – exigir prova de negritude de qualquer brasileiro é colocar em jogo teses, argumentos e provas que permitem interpretações subjetivas.

Vinícius Vendrame
Enviado por Vinícius Vendrame em 04/06/2013
Reeditado em 04/06/2013
Código do texto: T4324576
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.