Naturalização da evasão, da reprovação, da não-aprendizagem: empecilhos às mudanças em educação
Maria José Rocha Lima - Zezé
Naturalizar as não-aprendizagens com argumentos externos à escola, como a pobreza dos alunos, doenças, o cansaço dos alunos, condições sociais que os fazem chegar à escola despreparados e incapazes para aprender são argumentos que minam a moral dos professores para ensinar.
Livrar-se desse pensamento naturalizado sobre a evasão, a reprovação, a não aprendizagem, será uma forma do professor se livrar, também, da manipulação do próprio sistema, tornando-se mais efetivo como profissional, vendo conexões entre suas ações e as mudanças na aprendizagem dos alunos.
Parece ser mais fácil aceitar que a evasão, a reprovação e a não-aprendizagem sejam fenômenos que parecem inevitáveis, imutáveis, permanentes e impenetráveis às nossas ações do que buscar compreender mais profundamente o modo como esses fenômenos, aparentemente naturais, surgem. “O fatalismo, quase sempre, leva à crença de que podemos fazer muito pouco para mudar as condições em que agimos”. (BAUMAN): 2010).