As Raízes Históricas da Aprendizagem e do Ensino
Desenvolver este tema não é uma atividade muito fácil, porém, muito gratificante, pois podemos viajar pelo tempo e ter a oportunidade de visualizar em síntese como que a aprendizagem e o ensino aconteceram e acontecem. Sendo assim, vamos sintetizar algumas épocas históricas e as suas raízes educacionais.
A EDUCAÇÃO NA GRÉCIA ANTIGA: A PAIDÉIA
Podemos chamar a Grécia antiga de o berço do ensino e da aprendizagem, ou de a principal raiz da aprendizagem e do ensino, da Pedagogia em si. Foi na Grécia que os paidagogos, que significa aquele que conduz a criança, surgiram. Na verdade eram escravos que acompanhavam as crianças até o local de ensino.
Com o tempo o sentido de paidagogos se ampliou e passou a ser aplicado a toda a teoria da educação. A educação grega estava voltada para a formação integral do ser humano – corpo e mente-. Quando surgiram as polis se destacaram Atenas e Esparta. A primeira estava voltada para a formação do cidadão que iria discutir em praça pública a política e outros assuntos pertinentes a cidade. A última esta voltada para a formação do soldado, do militar que iria defender a sua honra em caso de confrontos com inimigos.
Também é fato que nas primeiras épocas gregas, principalmente quando não havia a escrita, a educação era transmitida pela própria família, de acordo com as tradições religiosas que professavam.
A EDUCAÇÃO NA ANTIGUIDADE ROMANA
Em Roma, podemos nomear três períodos nos quais de se desenrolaram a educação: A latina original, de natureza patriarcal; em seguida, o período do helenismo, que foi criticado pelos que defendiam as tradições romanas e, por fim, o período helenístico, que ocorreu com a fusão da cultura romana e helenística, com a inserção de elementos orientais, mas com predomínio da cultura grega.
A EDUCAÇÃO NA IDADE MÉDIA
Durante a idade média a cultura que era transmitida estava retida sob o monopólio da igreja Católica Romana, que apresentava o homem como uma criação divina e a terra como o lar pelo qual devia zelar.
Evitava-se a pluralidade de interpretações dos mais diversos fenômenos, uma tentativa de manter a igreja coesa, pois os questionamentos poderiam levar à dúvida, e esta a negação da fé pregada pela igreja.
Predominava a visão teocêntrica, na qual Deus era o centro de tudo e que deveria ser adorado pelos homens. Portanto, o ensino visava à formação de um ser humano voltado a fé, a formação do cristão. Vale lembrar os assassinatos que a igreja Católica Romana cometeu na idade média, como o do Cientista Giordano Bruno, queimado na fogueira como herege porque não defendia as crenças e os ensinamentos transmitidos pela igreja Católica Romana. Sem falar em outros absurdos como a venda das indulgências.
A EDUCAÇÃO NO RENASCIMENTO: O SURGIMENTO DOS COLÉGIOS
No Renascimento Educar tornou-se moda, segundo a nova concepção do homem.
O esplendor no campo científico e o brilhantismo no campo artístico valorizaram a cultura, o pensamento racional em detrimento aos mitos e ao empirismo até aquele momento sustentado pela igreja Católica Romana. Surgem as idéias, os questionamentos, as experiências e com tudo isso os colégios nos séculos XVI e XVII. O objetivo do colégio não era apenas transmitir conhecimentos, mas formar moralmente o ser humano. É no renascimento que ocorre também a reforma protestante que se choca duramente com as crenças religiosas que predominavam na época.
A EDUCAÇÃO NO BRASIL: PERÍODO COLONIAL
Como o Brasil era colônia de Portugal, ou seja, era dominado por Portugal, cabia a metrópole o papel educacional, e diga-se enfaticamente que esse papel não foi cumprido.
A EDUCAÇÃO NA IDADE MODERNA: A PEDAGOGIA REALISTA
Nesse período o ensino tinha um caráter religioso e conservador, monopolizado pelos jesuítas.
A EDUCAÇÃO NO PERÍODO ESCRAVAGISTA
No período de escravidão ocorrido no Brasil houve uma grande lacuna no que diz respeito à educação, por isso, durante este período, houve uma grande massa de iletrados.
A EDUCAÇÃO NO PERÍODO ILUMINISTA
No Século das Luzes, como ficou conhecido o Iluminismo, o objetivo foi estender a educação a todos os cidadãos, porém, apesar de projetos preverem uma única formação educacional, havia escolas diferentes, uma para o povo e outra para a burguesia. Muitos entendiam que essa diferença não feria o princípio da igualdade, mas eram bem claras as diferenças que existiam.
A EDUCAÇÃO NA ERA DE POMBAL
Nessa época persistiam o ensino precário e o analfabetismo no Brasil, a população analfabeta era a maioria.
A EDUCAÇÃO NO BRASIL DO SÉCULO XIX
Aparecem as primeiras associações entre o progresso social e a educação. O Estado intervém na educação e estabelece a escola gratuita e obrigatória.
A EDUCAÇÃO NO SÉCULO XX
A Educação deste período sofreu grande influência da Psicologia, da Sociologia, da Antropologia e de outras esferas do conhecimento. Podemos dizer que foi um ensino voltado para a ordem democrática.
A EDUCAÇÃO NO BRASIL DO SÉCULO XX
Nesse século surge a defesa da escola pública para todos: um ideal democrático.
É neste século também que surge Paulo Freire, um dos grandes pedagogos, não só do Brasil, mas do mundo. Paulo Freire passa a questionar as diferenças educacionais da riqueza e da pobreza na chamada Pedagogia do Oprimido.
A EDUCAÇÃO NO TERCEIRO MILÊNIO
A explosão dos negócios mundiais, acompanhada pelo avanço tecnológico da crescente robotização e automação das empresas, nos faz antever profundas modificações no trabalho e, conseqüentemente, na educação. Na tentativa de incorporar os novos recursos, no entanto, a escola nem sempre tem obtido sucesso porque, muitas vezes, apenas adquire as novas máquinas sem, no entanto, conseguir alterar a tradição das aulas acadêmicas. Diante das transformações vertiginosas da alta tecnologia, que muda em pouco tempo os produtos e a maneira de produzi-los, criando umas profissões e extinguindo outras. Daí a necessidade de uma educação permanente, que permita a continuidade dos estudos, e, portanto de acesso às informações, mediante uma auto formação controlada.