A Psicopatologia Entre o Vínculo Professor/Aluno

É notória a relação entre a afetividade e o desenvolvimento cognitivo dos seres humanos: o pensar e o sentir caminham juntos!

E essa verdade tem de ser considerada no processo de formação de um aluno por meio de qualquer professor. A relação entre o professor e o aluno afeta diretamente a aprendizagem deste último, deixando marcas profundas em sua psique, interferindo no humor, na auto-estima, na motivação, na identidade.

Mas o que seria de fato essa relação de afetividade? É uma relação onde há respeito, preocupação, exigência coerente com a possibilidade de o aluno corresponder com desenvolvimento prático, é enxergar no aluno um ser autônomo e capaz. Porém o que temos visto ultimamente, nas salas de aula e nos sistema de ensino, são rupturas nessa relação psicopatológica que têm prejudicado o desenvolvimento cognitivo do aluno, e gerando transtornos impeditivos para que o professor consiga desenvolver um bom trabalho.

Como já exposto, o modo como o professor cumpre o seu papel interfere, queira ou não, no aprendizado do aluno. Professores autoritários, que menosprezam o potencial do aluno (muitas vezes diante da turma), que não se demonstram preocupados com o desenvolvimento daqueles que têm sobre sua responsabilidade, estes ainda não entenderam que em sala de aula transmitimos mais do que palavras, mas sentimentos, valores, crenças e, acima de tudo, formamos mais do que o intelecto do aluno, mas ajudamos a formar e a confirmar também a identidade do aprendiz.

Alicia Fernández e Sara Pain nos dizem que para aprender são necessários dois personagens, o ensinante e o aprendente e um vínculo que se estabelece entre ambos. (FERNÁNDEZ, 1991.p.48). O afeto deixa marcas na formação do sujeito e afeta suas conquistas.

Bohoslavsky in Patto (1997), também traz significativas contribuições para este assunto em questão. Segundo o autor, todas as relações existentes entre as pessoas se definem por três tipos de vínculos aprendidos no convívio familiar: o de dependência (entre pais e filhos), o de cooperação (relação fraterna de casal e entre os irmãos) e um vínculo de competição. Em todas as relações resquícios destes vínculos podem ser encontrados, mas, tratando-se da relação ensino-aprendizagem, o vínculo “naturalmente” estabelecido é o de dependência, o que muitas vezes, leva o professor a achar que pode e deve julgar o aluno. Nesse sentido, o vínculo pedagógico consiste em um vínculo de submissão, o que dificulta o desenvolvimento de uma reflexão crítica no aluno e de uma aprendizagem criativa, capaz de promover a individualidade do aluno e o seu resgate enquanto sujeito individual.

É pela afetividade (operando, dialeticamente, com as funções cognitivas) que o aluno mergulha no meio social, constrói a sua história, a sua identidade, os seus conhecimentos. Cabe à escola, mas principalmente ao professor, um importante papel social, devendo compreender o aluno no âmbito da sua dimensão humana, tanto afetiva, quanto intelectual, já que ele depende, para se desenvolver, do amadurecimento biológico e da inserção no social.

Lui Jota
Enviado por Lui Jota em 24/04/2013
Código do texto: T4256372
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