Rogers: Educação Centrada no Estudante

Carl Rogers, fundador do aconselhamento não diretivo ou aconselhamento centrado no cliente, nasceu em Oak Park, Linois, em 8 de janeiro de 1902. Criou-se numa fazenda, num lar muito religioso.

Após sua graduação como bacharel da Universidade de Wisconsin, em 1924, matriculou-se no Union Theological Seminary, cidade de Nova Iorque. Assistindo a alguns cursos de psicologia na Universidade de Columbia, resolveu abandonar seus estudos religiosos e tornar-se psicólogo clínico. Após obter o Ph.D., em 1931, desta universidade, Rogers trabalhou numa clínica de aconselhamento em Rochester durante nove anos. A nomeação de professor de psicologia no Ohio State University, em 1940, deu-lhe possibilidades para desenvolver suas idéias sobre aconselhamento em colaboração com inúmeros universitários graduados. De lá, transferiu-se para o Centro de Aconselhamento da Universidade de Chicago e, a seguir, para a Universidade de Wisconsin, onde realizou trabalhos importantes referentes à psicoterapia com esquizofrênicos.

A TEORIA HUMANISTA DE ROGERS

O elemento central na teoria de Rogers é o conceito do “eu” (self).

A importância do “eu” foi percebida por Rogers através de experiências pessoais com clientes em psicoterapia. Os problemas dos clientes parecem decorrer freqüentemente da incompatibilidade ou congruências na maneira como se vêem.

O “eu” na teoria de Rogers é o padrão organizado de percepções, sentimentos, atitudes e valores que o indivíduo acredita ser exclusivamente seu. O “eu” é o componente central da experiência total do indivíduo. O conceito de “eu” se refere, então, de maneira geral, à auto-estima ou a auto-conscientização de si mesmo.

Rogers passou a desenvolver a terapia não-diretiva, sobre a qual acreditava que o terapeuta não deve apresentar sugestões, criticar, aprovar, reprovar ou censurar o seu cliente, mas auxiliá-lo, com interesse e empatia, para que o cliente, que era considerado como o melhor especialista de si mesmo, pudesse vencer os conflitos e tensões a que enfrentava.

Partindo desse pressuposto, Rogers revolucionou o mundo terapêutico e, os fundamentos de sua teoria humanista, também foram transpostos para dentro da educação, tendo como centro o aluno.

A EDUCAÇÃO CENTRADA NO ESTUDANTE

Para Rogers, ensinar é mais do que transmitir conhecimento, mas é despertar a curiosidade, instigar o aluno a ir mais além, é educar para a vida, para os relacionamentos.

E nesse processo de educação, Rogers visualiza o ser humano como um todo, onde os processos mentais estão intimamente ligados aos processos emocionais e psicológicos, ou seja, o ser humano é visto como um todo, e não partes. Rogers critica o conhecimento que só leva em considerações as faculdades mentais, pois este, segundo Rogers, se perde com o tempo, caem no esquecimento e não promovem transformação alguma.

Para Rogers, o conhecimento deve estar ligado com as emoções, aos sentimentos, aos valores para que tenha um caráter permanente; deve possuir significado.

Rogers apresenta o professor como um facilitador ao aprendizado do aluno, e não o enxerga de uma maneira superior ao estudante, pois crê que o aprendizado é horizontal, e não acontece de cima para baixo, como pressupõe a política. Rogers acredita que o aprendizado é contínuo e que acontece durante toda a vida, sendo assim, todos tem algo para ensinar: o professor/facilitador aprende com o aluno, bem como ao contrário. Para Rogers, o facilitador do aprendizado deve ser ter empatia, apreço, interesse, e acreditar no potencial humano dos seus aprendizes, do contrário, é impossível ser um bom facilitador do aprendizado. O facilitador deve deixar as máscaras de lado e se apresentar aos aprendizes de maneira transparente, como um ser humano com qualidade e defeitos, propícios a erros e acertos, como qualquer um. Rogers acredita que essa postura conquista o respeito dos alunos.

Por sua vez, o aluno não tem que se preocupar em ser avaliado pelo professor, pois faz parte do processo de aprendizagem a auto-avaliação responsável. Na aprendizagem centrada no estudante, o aluno torna-se gestor de seu próprio processo de busca do conhecimento. Ele aprende também a estabelecer critérios, a determinar os objetivos a serem alcançados e verifica se foram alcançados. Dentro desse critério é que se embasa a auto-avaliação do aluno e a “avaliação” do professor.

Quanto ao erro cometido pelo aluno durante o processo de aprendizado, ele será orientado pelo facilitador a reencontrar o caminho certo, sem ser diminuído, julgado ou menosprezado .

Enfim, a aprendizagem centrada no estudante é revolucionária, pois retira da inércia o aluno e o torna participante efetivo do seu processo de evolução cognitiva.

Lui Jota
Enviado por Lui Jota em 24/04/2013
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