Boston, bosta.
Por Carlos Sena


“O mundo em perigo e o perigo vem de jovens. Jovens estudantes imigrantes legalmente autorizados a ficar no país de Boston nos Estados Unidos”.
 
Esse é o mote. Essa é a preocupação da humanidade que se arvora de moderna, internetada, controle-remotada, nanoteconologilzada, tudo top de linha, no quesito tecnologia e modernidade. Algo como “por fora, bela viola, por dentro pão bolorento”... O mundo por fora tá lindo, em que pese a agressão ao meio ambiente, o efeito estufa, e outras mazelas, mas por fora tá muito lindo esse nosso mundo. Por dentro, quero dizer, por dentro do mundo das pessoas é que há um fosso de Deus, pra quem acredita nele, ou um fosso de educação doméstica para quem entende a educação como a força propulsora do mundo. Sendo propulsora ela termina sendo igualmente, meio Deus.
Os jovens que praticaram atentado em Boston, são da mesma cepa que não respeitam os pais nem aos mais velhos; certamente não sabem o que é forrar sua cama quando acorda, ou lavar louça para ajudar nas tarefas da casa. Certamente esses jovens são também da mesma cepa daqueles que pernoitam no computador com o beneplácito dos pais que, incompetentes, no papel de pais, preferem entregar a falta de limite dos seus filhos à pedagogia moderna. Esta, equivocadamente, tem se prestado para justificar um tempo em que tudo é dado e permitido aos jovens, mas, muito pouco cobrado deles no quesito responsabilidade. Essa cepa educacional precária, agrava-se no próprio fosso da família que não sabe, no geral, o que é amor nem respeito. Os pais não têm passado para os seus filhos a lição das suas atitudes, até porque são elas, no geral, sem consistência ética nem moral. A maioria deles “educa” na base da lei escrota do “faça o que eu mando, mas não faça o que eu faço”... Essa cepa de “pais” é montada no estrato das benesses financeiras do consumismo. Algo tipo: “se você passar no vestibular eu lhe dou um carro”... “Dar um carro” é o álibi de maus pais, de incompetentes pais que, por não terem coragem de dizer não aos filhos (senão apanham deles), preferem se superar dando aos garotos o que supostamente não tiveram quando foram crianças. Mais um equívoco! Pois não se deve querer dar aos filhos o que não se teve, porque se trata de outros tempos diferentes do dos pais.
Boston virou bosta. Os Estados Unidos outra bosta. O mundo cercado de tecnologias não serve para evitar, mas para encontrar o assassino depois que ele mata; depois que ele chacina, depois que ele terroriza. Não fica muito difícil entender o “por que” de tantos jovens das nossas escolas agredirem os professores e os próprios colegas. Seus pais quando vão à escola é porque os filhos levaram “o pior” na briga de corpo exercida dentro do recinto escolar! É essa a prática que eles, os pais, geralmente dispõem para lembrar aos filhos com base no refrão “faça o que mando e não faça o que eu faço”...
A gente vive num verdadeiro Big Brother. Não temos mais privacidade pra nada, pois todos os lugares estão nos vendo com câmeras potentes. Pra quê? Pois ela só tem servido para encontrar os malandros, assassinos, depois que o delito foi cometido. Pior: muitas vezes as imagens são tidas como montagem pelos advogados dos marginais e nós, coitados, ficamos a comer merda, já que tudo se deu em Boston.
Gosto dos jovens. Há muitos jovens bem orientados pelos seus pais. Mas, são tão poucos que a gente não pode se confiar na minoria para superar a violência que a maioria pratica rotineiramente. Por isso digo que o mundo de fora tá lindo e tá moderno. A merda fede é pelo lado de dentro, pois nossos jovens não sabem o que é amor, nem amar. Eles entendem bem de ficar, de fumar maconha, cheirar cocaína, usar crack, Lsd e alhures. Eles não sabem raciocinar para formular, exceto se a formulação for para o mal como foi agora nos atentados de Boston. Mas, aqueles jovens não tinham motivos para fazer diferente. Que futuro eles construíram pra si? Porque quando as drogas entram por dentro e por fora das pessoas é porque existia VAZIO de vida e de amor e de Deus dentro deles – tudo isso orquestrado e como pano de fundo de uma educação de bosta que alastra o mundo em nome de pedagogia moderna.