O amor ágape para a formação do verdadeiro Mestre em sala de aula

Lais Lima Sobreira

Vivemos em uma sociedade de valores frágeis e emoções mecânicas onde cada vez mais se faz presente o trabalho do professor para o processo de evolução da sociedade. Porém um professor despreparado torna-se uma arma de efeito devastador e muitas vezes irremediável na vida de um ou mais alunos. Torna-se um ser de caráter nocivo e capaz de ser corrosivo a qualquer avanço humano dentro de uma sociedade.

A educação não pode ser desmembrada do meio social e sua execução é direcionada para a vivência cotidiana e psíquica do indivíduo.

Traumas e aprendizados positivos são coisas distintas, mas que podem ser iniciados ainda no universo escolar e para isso deve-se dar muita atenção ao se iniciar um processo de aprendizado por parte do mestre em sala de aula. Por isso também não se deve trabalhar sozinho quando se fala em educação: pais, mestres, diretores, gestores de um modo geral, funcionários de apoio escolar e o próprio aluno devem estar em uma sintonia constante, em consonância efetiva e sadia para que a escola e a educação como um processo social não sofra danos ou falhas graves como a formação de uma sociedade transgressora, despreparada, fútil e doente.

O processo educacional tem a capacidade natural de tornar alunos e professores seres mais humanos e para isso deve-se começar pela aceitação do erro. Errar é algo natural e humano. Não somos divinos e nos tornamos graça em nossa peculiar imperfeição. Mesmo podendo errar nesse ofício tão sofrido e árduo, é preciso ter humildade em excesso para reconhecer o erro e recomeçar, pedir perdão e avançar... Nunca recuar.

Quando digo humildade não refiro-me a fragilidade, pois o verdadeiro indivíduo frágil e temeroso ao mundo é aquele que primeiro se opõe a mudanças e é incapaz de reconhecer que errou.

E quando refiro-me ao recuo, refiro-me não ao pisar em falso, titubear nas opiniões, mas refiro-me ao fato de que um professor não é um rei e sua palavra não é suprema e irremediável. Recuar no momento oportuno é ter a docilidade de ver na agressividade de um aluno o pedido abafado e desconcertado de socorro e que tal ato de efeito hostil por parte do professor deve ser revisto para que ao em vez de conseguir resgatar o aluno o professor não seja responsável ela morte social do mesmo aluno.

Para isso devemos ter a consciência de educadores, intermediários do saber e da formação cidadã. Parte importante e integrante da sociedade. Quem sabe desta forma e em união profissional os professores parem de perder tempo medindo conhecimentos acadêmicos decorados uns com os outros e atuem na prática de forma eficiente e verdadeira e não adianta dizer que o problema é a falta de dinheiro ou a falta de reconhecimento, pois sabemos lá no fundo de nossa essência que os primeiros a desvalorizarem os professores são os próprios professores.

Ser professor é ser mestre e ser mestre é ver no seu discípulo a semente da evolução. Ser mestre é um dia perceber que o seu discípulo superou sua maestria. Isso não o tornará menos mestre... O transformará em alguém mais humano ao reconhecer no outro parte de você mesmo! Ser mestre é ser aquele que doa alegria, que protege com carinho, direciona de forma aprazível e que até bate de frente (porque não?), mas com um propósito quase divino: o de educar, pois quem disse que o amor vive apenas de doçura? Tudo o que é exagerado demais enjoa, estraga, se perde. A doçura é linda, mas um bolo delicioso possui na sua fórmula mágica uma pitada de sal: é o equilíbrio da vida! Quem sabe até o verbo educar tenha uma grande semelhança com o verbo amar, pois todos dois representam “doação incondicional”. Quem ama, educa e quem educa é porque ama. Sem essa troca não há educação: educar com ação!

O que para muitos professores de falsa competência é bobagem burocrática na verdade deveria ser visto e vivenciado como uma profunda reflexão onde ao mesmo tempo sou espectador e personagem de uma apresentação esplêndida do saber humano.

Um professor também deve ter a alma de um verdadeiro aluno; a alma investigadora e sempre a procura de crescimento! Nunca acomodada, pois o professor que ousa afirmar que tudo sabe é o mais despreparado e indigno do título de Mestre.

O líder não precisa dizer que o é: precisa ser, assim como o mestre não precisa decorar textos e vomitá-los em sala de aula ou para outros “mestres”, pois já existem muitos demagogos na educação, vestindo alegorias de professores e auxiliando a afundar ainda mais o processo falho e deficiente da educação no nosso país. Repito ainda que quem ama, educa e quem educa é porque ama. Sem essa troca não há educação: educar com ação! Por isso ser professor é manter-se no amor ágape exercitá-lo constantemente, pois assim as coisas fluem e evoluem.

Lais L S
Enviado por Lais L S em 07/04/2013
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