A solução da violência sofrida pelas mulheres.

Os dados estatísticos apontam um índice alarmante de assassinatos de mulheres no Brasil, em torno de dez mulheres por dia (entre 1997 e 2007, 41.532 mulheres morreram vítimas de homicídios), 4,2 assassinadas em cada 100 mil habitantes, ficando esses índices acima do padrão internacional, colocando o Brasil em 70 lugar entre os países que possuem o maior número de mulheres mortas, num universo de 87 países (mapa da violência, 2012).

Em 2010, as taxas sofreram queda, regredindo para 4,2 e 3,9 – respectivamente, voltando a crescer em 2012 para 4,6. Segundo a Central de Atendimento à Mulher, 52% das mulheres estiveram sob risco de morte por seus maridos e companheiros.

Dos estados brasileiros, o Espírito Santo apresenta o maior percentual de mulheres vítimas de homicídio (9,8 para cada 100 mil), enquanto o estado do Piauí possui o menor percentual (2,5 para cada 100 mil), percebe-se que o estado do Espírito Santo mata-se quase quatro vezes mais que o estado do Piauí.

Focando a região sudeste que apresentas os maiores índices de concentração populacional, temos: Minas Gerais, com 405 mortes (200 posição), Rio de Janeiro, com 339 mortes (210 posição) e São Paulo, com 671 mortes (260 posição), para cada 100 mil mulheres.

Traçando um paralelo com os países Europeus, iremos perceber o abismo de diferença, quanto ao numero de homicídios contras as mulheres, devido as suas ações eficazes. – A polícia da Grã-Bretanha recebe, em média, um telefonema por minuto pedindo ajuda para os casos de violência doméstica, sendo assassinadas duas mulheres por semana na Inglaterra. – Na França, uma mulher é assassinada a cada três dias em casos de violência doméstica, segundo dados do Ministério do Interior. – Na Espanha, ocorrem menos de 60 mortes por ano com uma população de cerca de 44 milhões de habitantes. A quantidade de ONGs que defendem as mulheres é impressionante. A conscientização da população é maior, repudiando o ato de agredir uma mulher, sobretudo quando se trata de agressão na presença de crianças. As crianças incorporam esses atos dos pais e da sociedade, transformando-os em seus, favorecendo o ciclo da violência contra as mulheres.

No Brasil, cinco em cada dez homicídios contra as mulheres são cometidos pelo esposo, namorado, noivo, ficante, companheiro, amante. Se incluirmos ex parceiros, este número cresce: em sete de cada dez casos as mulheres são vítimas de homens com os quais tiveram algum tipo de relacionamento “afetivo”.

Embora os dados apresentados não englobem todos os países e continentes, revela o quanto a mulher corre risco de morte em sua própria casa, diversamente do homem, exigindo ações bastante energéticas e preventivas a serem tomadas em prol de uma maior assistência, nos casos que envolvem violência doméstica e familiar.

Como o ser humano ainda tende justificar suas ações imaturas, os praticantes da violência doméstica/familiar apresentam múltiplas motivações, entre elas: negativas de fazer sexo ou de manter relação, gravidez indesejada, ciúmes, abandonos, uso de drogas e motivos qualificados como fútil, como casos de discussões domésticas.

Países desenvolvidos com educação real ocupam as últimas posições, evidente que a educação tem tudo a ver com a questão da violência de gênero. Não basta um país economicamente desenvolvido é preciso ser bem educado para romper o ciclo de violência contra as mulheres. A violência machista é fruto da ignorância. Ignorância que os deixa pensar que são superiores as mulheres, que estas são posses, objetos sexuais, empregadas e outros sentimentos pueris. Reverter essa cultura é imprescindível na redução dos índices de morte das mulheres e com certeza o processo educacional voltado para esse fim é primordial. Certos homens precisam entender que não existe diferença entre eles e as mulheres se não os órgãos reprodutivos e ponto.

Com certeza a Lei Maria da Penha (2006), aumentou a visibilidade deste problema, incentivando as mulheres a denunciar crimes de violência doméstica, garantir medidas de proteção (nem sempre cumpridas), punições mais duras e rápidas contra os agressores.

A cultura brasileira sempre prioriza as punições, deixando de lado o verdadeiro combate as diversas formas de violência que sem sombra de dúvidas é a prevenção. Não existe mudança de cultura que não seja pela educação, que é a solução para o problema.

O Estudo da Sexualidade é uma ferramenta importantíssima para revertermos esses atos hediondos, tocando no âmago da questão que é a construção sócio/cultural do machismo brasileiro. Como seres humanos, estamos em construção, quanto ao machismo brasileiro, devemos desconstruir, através de uma educação flexível, democrática, humana, abrangendo os aspectos físicos, psíquicos, valores nobres e espirituais, proporcionando uma melhor qualidade de vida para todos.

Infelizmente a Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro (provavelmente outras secretarias de educação), não se importa com o cumprimento dos Parâmetros Curriculares Nacionais, onde consta o

Estudo da Sexualidade como um dos temas transversais de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases, número 9394 de 20 de dezembro de 1996. Caso a Lei fosse cumprida com certeza absoluta os índices de morte das mulheres brasileiras estariam em queda real.

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Rosevel
Enviado por Rosevel em 30/03/2013
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