Acabou a água potável
Autor: Profº Renato Augusto / Artigos Motivacionais
25 de dezembro de 2012.
Como era boa a época que tínhamos água potável com abundância!!! Puxa vida...sem saber que nos dias de hoje seria uma guerra conseguir um litro de água para beber...
Hoje, neste ano de 2057, eu com meus 85 anos de vida, vejo como mudou o mundo. Estamos morrendo de sede. Recordo que no ano de 2012, aos meus 40 anos de idade, quando escrevi essa carta, tudo era muito diferente. Havia muitas árvores nos parques, fontes de água nas praças, lindos rios correndo uma água tão limpa e pura, as casas tinham bonitos jardins e eu podia desfrutar de um banho de chuveiro com cerca de uma hora. Agora usamos toalhas em azeite mineral para limpar a pele.
Antes todas as mulheres mostravam a sua formosa cabeleira. Agora devemos raspar a cabeça para mantê-la limpa sem água. Antes eu lavava o carro com a água que saía de uma mangueira. Hoje não tem mais isso. Quando eu falava para os meninos terem cuidado com o gasto excessivo da água, não acreditam que um dia poderia ficar escassa. Recordo que havia muitos anúncios que diziam “CUIDA DA ÁGUA”, só que ninguém ligava; pensávamos que a água jamais se podia terminar. Agora, todos os rios, barragens, lagoas e mantos aqüíferos estão irreversivelmente contaminados ou esgotados.
Antes a quantidade de água indicada como ideal para beber era oito copos por dia por pessoa adulta. Hoje só posso beber meio copo. A roupa é descartável, o que aumenta grandemente a quantidade de lixo; tivemos que voltar a usar os poços sépticos (fossas) como no século passado porque as redes de esgotos não se usam por falta de água. A aparência da população é horrorosa; corpos desfalecidos, enrugados pela desidratação, cheios de chagas na pele pelos raios ultravioletas que já não têm a camada de ozônio que os filtrava na atmosfera. Imensos desertos constituem a paisagem que nos rodeia por todos os lados.
As infecções gastrintestinais, enfermidades da pele e das vias urinárias são as principais causas de morte. A indústria está paralisada e o desemprego é dramático. As indústrias são as principais fontes de empregos e pagam-te com água potável em vez de salário. Os assaltos por um bidão de água são comuns nas ruas desertas. A comida é 80% sintética. Pela ressiquidade da pele uma jovem de 20 anos está como se tivesse 40. Os cientistas investigam, mas não há solução possível. Não se pode fabricar água, o oxigênio também está degradado por falta de arvores o que diminuiu o coeficiente intelectual das novas gerações.
Alterou-se a morfologia dos espermatozóides de muitos indivíduos, como conseqüência há muitos meninos com insuficiências, mutações e deformações. O governo até nos cobra pelo ar que respiramos. 137 m3 por dia por habitante e adulto. A gente que não pode pagar é retirada das "zonas ventiladas", que estão dotadas de gigantescos pulmões mecânicos que funcionam com energia solar, não são de boa qualidade mas pode-se respirar, a idade média é de 35 anos, como se fosse igual ao um filme que assisti – Vingador do Futuro.
Em alguns países ficaram manchas de vegetação com o seu respectivo rio que é fortemente vigiado pelas forças armadas, a água tornou-se um tesouro muito cobiçado mais do que o ouro ou petróleo. Aqui em troca, não há arvores porque quase nunca chove, e quando chega a registrar-se precipitação, é de chuva ácida; as estações do ano tem sido severamente transformadas pelas provas atômicas e da industria contaminante do século XX.
Advertia-se que havia que cuidar o meio ambiente e ninguém fez caso. Quando as minhas duas filhas Renata e Roberta me pedem que lhe fale de quando era jovem descrevo o bonito que eram os bosques, lhe falo da chuva, das flores, do agradável que era tomar banho e poder pescar nos rios e barragens, beber toda a água que quisesse, o saudável que era a gente. Elas perguntam-me: Papai! Porque acabou a água? Então, sinto um nó na garganta; não posso deixar de sentir-me culpado, porque pertenço à geração que terminou destruindo o meio ambiente ou simplesmente não tomamos em conta tantos avisos.
Agora os nossos filhos pagam um preço alto e sinceramente creio que a vida na terra já não será possível dentro de muito pouco porque a destruição do meio ambiente chegou a um ponto irreversível. Como gostaria voltar atrás no ano de 2012 e fazer com que toda a humanidade compreendesse isto quando ainda podíamos fazer algo para salvar o nosso planeta terra!"
Carta escrita por Renato Augusto Rodrigues Santos no ano de 2012.
Renato Augusto
Coach de Pais