A PRÁTICA DE PROJETO
RESUMO
Este artigo tem por objetivo descrever a experiência do projeto de extensão denominado A prática de projeto. Foi realizado a partir de encontros semanais com o objetivo de aprender a elaborar projetos. A preparação dos módulos foi criteriosa para que a sistematização do projeto fosse obtendo êxito. Com o propósito impar de integração entre os participantes, também, foi organizado um seminário para a divulgação do projeto. Durante seis meses houve a exposição teórica e, a partir daí, as orientações foram individuais.
Palavras-chave: Projeto.Prática.Experiência
ABSTRACT
This article aims to describe the experience of the extension project named project practice. It was held from weekly meetings with the goal of learning to develop projects. The preparation of the modules was careful to systematization of project was succeeding. Odd for the purpose of integration between the participants was organized a seminar for the dissemination of the project. During six months there was the theoretical Exposition and from there were guidelines individual.
Keywords: project. Practice Experience.
INTRODUÇÃO
Compreendendo projeto como a ordenação de maneira metódica e completa de tudo aquilo que o(a) aluno(a) realizará, relacionado a pesquisas, é mister que se pense na prática dessa sistematização. O objetivo proposto pelo projeto de extensão “A prática de projeto”, foi oportunizar ao aluno uma experiência de pesquisa, em uma dimensão acadêmica, estimulando-o a participação nas atividades complementares promovidas pela Instituição.
Os projetos de pesquisa necessitam de estruturação, organização, sistematização e acompanhamento de um(a) orientador(a), ou mesmo do(a)professor(a) de TCC, que muitas vezes, se encontra super atarefado(a), e não consegue dar a devida atenção ao estudante nessa etapa tão difícil de sua vida acadêmica, por isso no sentido de cobrir a lacuna da crescente dificuldade que os estudantes têm em elaborar projetos na graduação, realizou-se o projeto de extensão.
Sabe-se que a elaboração de projetos em uma universidade propicia muitos horizontes para o aluno quando, este, se insere no campo de estágios dentro ou fora da faculdade. Neste sentido, foi relevante o desenvolvimento deste projeto de extensão por que oportunizou uma preparação condizente a formação acadêmica de todos os participantes na área de pesquisas científica.
Acredita-se que as experiências no campo de pesquisa não contemplam todas as exigências de um projeto, pois, as disciplinas teóricas deixam a falta da estruturação de um trabalho cientifico para recorrerem à métodos mais fáceis como: resenha, fichamento, resumo, síntese, interpretação textual, ou mesmo seminários.
Todas essas estratégias são valiosas, mas não garantem a experiência e rigor científico necessário para a elaboração de projetos, por isso a experiência do projeto foi positiva contribuindo com os acadêmicos que participaram do mesmo.
ABORDAGEM TEÓRICA
A liberdade do ser humano é ilimitada no campo do saber. Por esse motivo existe a disseminação de projetos - alguns audaciosos - que facilitam a concretização de idéias e propostas em qualquer área. O campo da educação encontra-se como um terreno fértil para a execução de projetos de natureza exploratória, de campo e prático.
Pensando dessa forma, é que se sabe que os trabalhos de pesquisas exigem uma sistematização necessária para se conseguir obter resultados satisfatórios e, nas Universidades isso é uma constância que permeia por diferentes áreas buscando análises, amostras, teorias, comparações na certeza que se está contribuindo para a ciência progredir.
Para que um planejamento de pesquisa seja considerado eficiente é imprescindível, inicialmente, entender sobre o sentido e as características dos trabalhos científicos. Não se concebe planejar pesquisa sem refletir sobre os conceitos e peculiaridades e rigor científico determinado pela cientificidade das pesquisas.
Nesse sentido, as etapas do processo da pesquisa a serem consideradas são denominadas de heurística, projetiva e executiva. Nessa classificação, dependendo dos objetivos a serem colocados no projeto existem: pesquisa teórica, metodológica, empírica ou prática (pesquisa ação), sendo que a primeira se dedica a estudar as teorias. A pesquisa metodológica ocupa-se dos modos de fazer ciência, a empírica é aquela dedicada a codificar o lado mensurável da realidade, enquanto que a pesquisa prática está voltada para a natureza social.
Quanto à forma de estudo deve-se levar em consideração o objeto da pesquisa. Existem, no contexto de classificação de pesquisas, autores que consideram as pesquisa exploratória como aquelas que servem para se obter maiores informações sobre o assunto que se pretende investigar. A pesquisa descritiva se ocupa de classificar e interpretar os fatos sem que o pesquisador interfira. Incluem-se entre essas pesquisas (opinião, mercadológicas, levantamentos, socioeconômicas e psicossociais).
A pesquisa explicativa é complexa e vai além do registro, da análise, da classificação e da interpretação. Seus objetivos levam ao aprofundamento do conhecimento da realidade procurando as razões dos fatos.
Quanto ao objeto de estudo a pesquisa pode ser classificada de bibliográfica (se efetiva a partir do emprego predominantemente de informações vindas de material gráfico, sonoro ou informatizado). Neste tipo de pesquisa exige-se um levantamento de temas e tipos de abordagens já trabalhados por outros estudiosos. Há uma seleção de conhecimentos já catalogados em bibliotecas, editoras, internet, entre outras.
Na pesquisa experimental o investigador interfere na realidade. É uma pesquisa que interpreta reações e modificações ocorridas no objeto de estudo.
A pesquisa de campo é desenvolvida, principalmente, nas ciências sociais. O pesquisador utiliza de questionários abertos, fechados ou mistos, respeitando a ética do entrevistado. Trabalha com entrevistas investiga os pesquisados no seu meio, isto é no seu próprio ambiente.
Percebe-se, portanto, que os procedimentos para realização de uma pesquisa são baseados na metodologia científica. Todo projeto precisa ser de natureza racional, objetivo, comunicável, além disso, requer exatidão e clareza.
Segundo a ABNT nº14724 (2005, p. 6), o desenvolvimento é “Parte principal de um texto, que contém a exposição ordenada e pormenorizada do assunto” portanto, as pesquisas são elaboradas obedecendo rigorosamente a importância de uma sistematização bem planejada.
Por isso, faz- se necessário concordar com Demo (2000, p.20), “[...] reconstruir teoria, conceitos, ideias, ideologias, polêmicas, tendo em vista, em termos imediatos aprimorar fundamentos teóricos” é redimensionar os conhecimentos dando à ciência possibilidades de crescimento em todas as áreas.
Neste sentido, o trabalho científico permite que a ciência descubra problemas relacionados a todo e qualquer tipo de descoberta, fazendo com que o surgimento de soluções, possa resolver questões pertinentes ao progresso do ser humano.
Sob esse mesmo prisma Medeiros (1999, p. 35) reflete:
Ao selecionar um assunto, o estudioso leva em consideração seu gosto pessoal, de valor relevante, teórico ou prático, para o grupo a que pertence. O assunto deverá estar em acordo com a formação intelectual do pesquisador, que deverá verificar a existência de material de pesquisa (bibliografia) suficiente sobre o assunto. Questões como tempo de pesquisa e recursos financeiros não são irrelevantes.
A ciência representa no âmbito de discussões teóricas, um processo sempre dialético, portanto, quando se selecionam assuntos de preferência do pesquisador “seu gosto pessoal” , as descobertas científicas terão sentido e sustentação, consistência, validade, além do rigor próprio de pesquisas sérias.
Sabe-se, também, de acordo com o artigo de CHIBENI do Departamento de Filosofia - IFCH – Unicamp:
Se é verdade que as teorias científicas devem apoiar-se na experiência embora não dos modos descritos pelo indutivismo e pelo falseacionismo, residindo mesmo nela a sua principal razão de ser, não é menos verdade que a busca, condução, classificação e análise dos dados empíricos requer diretrizes teóricas.
A respeito dessas ideias todas as pesquisas são importantíssimas. Elas, porém necessitam, para efeito de sistematização, surgirem por meio de projetos, pois, são eles que indicarão a melhor forma/qualidade de concretização dos trabalhos científicos em geral.
É imperativo na elaboração de projetos:
Demonstrar que o aluno está preparado para fazer uma pesquisa por meio de uma temática relevante; organizar os objetivos da pesquisa bem definidos e inovadores; elaborar a metodologia adequada para resolver o problema levantado pelo(a) pesquisador(a), pois, metodologia é o conjunto de métodos e técnicas utilizados para a realização de uma pesquisa. Existem duas abordagens de pesquisa, a qualitativa e a quantitativa. A primeira aborda o objeto de pesquisa sem a preocupação de medir ou qualificar os dados coletados, o que ocorre essencialmente na quantitativa. Porém, é possível abordar o problema da pesquisa utilizando as duas formas.
Há necessidade de justificar o projeto; elaborar a fundamentação teórica baseado na seletiva do material relacionado a área escolhida na escolha das referências e encadeamento da teoria; organizar o cronograma e referências.
Todos os projetos precisam responder sobre a principal ênfase da pesquisa, suas inovações científicas, os prováveis resultados que corroboram sua contribuição e, principalmente, demonstrar que sua contribuição tem algo de novo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerando-se a experiência de se trabalhar projetos de extensão, bem como todos os efeitos dessa experiência, vê-se muitas possibilidades em qualquer área de pesquisa de buscar propostas como a que foi desenvolvida.
Em busca da superação dos estágios de dificuldades para elaboração de projetos, as academias estão sendo direcionadas para a concretização de setores que preencham essa lacuna. Para tanto, investe-se maciçamente em projetos de extensão e de tecnologia, buscando com isso atingir um grau de comprometimentos dos estudantes em relação ao conhecimento.
Tais inovações estão entrando nas faculdades com uma proposta pedagógica gerada a partir de um estudo sistemático da comunidade acadêmica envolvida em pesquisas.
Em especial, nesta pesquisa de extensão, a imagem que os alunos tinham da construção de um projeto, transmitida pelos próprios colegas , fez com que a expectativa relacionada aos passos para a produção intelectual, isto é, a pesquisa fossem resolvidos. No decorrer dos encontros, o fascínio, a excitação, o entusiasmo demonstrados nos primeiros contatos com a postura mais crítica a respeito de projetos e interação com a equipe foi positiva.
Outra constatação que se pode fazer a partir desta pesquisa foi a de que interagir alunos de diferentes áreas enriquece qualquer iniciativa de produção de conhecimento.
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14724- trabalhos acadêmicos. Rio de Janeiro,2002.
DEMO,Pedro.Pesquisa e construção do conhecimento: metodologia científica no caminho de Habermas. Rio de janeiro, 1994.
GONÇALVES, Hortência de Abreu.Manual de projetos de pesquisa científica.São Paulo: Avercamp, 2007.
SANTOS,Antonio Raimundo. Metodologia científica: a construção do conhecimento.Rio de Janeiro,DP&A,1999.