Revoluções Burguesas (Resumo)

Vicente Reinaldo

Aos processos históricos que levaram a Burguesia ao poder econômico e a ascensão ao poder político, chamou-se de Revoluções Burguesas. Mas, que revoluções foram essas? As primeiras foram as revoluções inglesas, puritana e gloriosa (século XVII), a independência dos Estados Unidos, a Revolução Industrial e a Revolução Francesa (século XVIII). No decorrer desses séculos a Burguesia se fez sentir como uma classe operária revolucionária.

Por meio de produção de mercadorias e práticas mercantilistas, a burguesia desenvolve grande acúmulo de capitais, fato que chamou a atenção do Estado Absolutista, este por sua vez, notando o grande desenvolvimento das chamadas forças produtivas, começa a obstaculizar os assuntos econômicos e o desenvolvimento do capitalismo. A burguesia decide defender a liberdade comercial e a fazer ferrenhas críticas ao Absolutismo, a Inglaterra nesse período enfrenta intensos conflitos religiosos gerados pela perseguição da monarquia inglesa (anglicana) sobre católicos e puritanos. Na dinastia Stuart, Jaime I uniu a Inglaterra à Escócia, sua terra natal, gerando insatisfação na burguesia e no Parlamento, surgem daí os primeiros sinais do cerceamento do poder absoluto na Inglaterra. Carlos I, o sucessor de Jaime I, para reforçar o absolutismo, estabelece novos impostos sem aprovação do Parlamento. Este impõe ao monarca, limites de poderes através de um documento chamado “Petição dos Direitos”. Em1629, Carlos I dissolve o Parlamento e, por onze anos, governa sem ele. Em 1640, com o pretexto de cobrar mais impostos, o rei convoca mais uma vez o Parlamento que se posiciona ao contrário. Carlos I novamente tenta dissolver o Parlamento e provoca uma violenta guerra na Inglaterra.

A guerra civil inglesa teve dois lados, o que vale dizer que, a sociedade inglesa, no momento estava divida em dois grupos. De um lado estavam os cavaleiros, que apoiava o rei, a nobreza proprietária de terra, os católicos e os anglicanos; do outro lado os cabeças redondas (assim chamados por não ter cabeleiras compridas como as tinham os nobres) partidários do Parlamento. Os rebeldes que compunham as forças do Parlamento eram liderados por Oliver Cromwell. Depois de oito anos de luta, os cabeças redondas derrotam os cavaleiros, aprisionaram e decapitaram o rei Carlos I. Depois da morte do rei, estabeleceu-se uma república na Inglaterra, a esse período chamou-se “Commonwealth” (comunidade, em português). Esse movimento também foi chamado de Revolução “Puritana” e marcou a morte do primeiro monarca por determinação do Parlamento.

Morto, Carlos I, ascende ao trono, seu filho Carlos II. Em seu reinado o Parlamento foi divido em dois partidos: Whig, da burguesia liberal adepta de um governo controlado pelo Parlamento e Jory, partido dos conservadores, adeptos do Absolutismo. Com a morte de Carlos II, assume o poder, um rei católico, Jaime II. Esse monarca tentou restaurar o Absolutismo monárquico, mas esbarrou na oposição dos Whigs. No ano de 1688, nasce um filho do rei Jaime II, com uma mulher católica, sua segunda esposa. Temendo que esse herdeiro católico viesse herdar o trono, puritanos e anglicanos uniram-se contra Jaime II e ofereceram o trono a Guilherme de Orange, que era protestante. Mas, Guilherme para proclamar-se rei teve que aceitar a declaração dos Direitos (Bill of Rights), que limitava os poderes do rei e conferia superioridade ao Parlamento. A esse movimento foi dado o nome de Revolução Gloriosa. Ela garantiu a supremacia da Burguesia junto ao Parlamento, garantiu o fim do Absolutismo monárquico na Inglaterra e, criou o primeiro estado burguês sob a forma de Monarquia Parlamentar.

Do mesmo modo, como ocorreu na Inglaterra, no fim do século XVIII, o absolutismo era um enorme obstáculo para o desenvolvimento econômico da burguesia francesa. Revolucionários franceses, insuflados pelas idéias iluministas de liberdade, igualdade e fraternidade lutam contra o absolutismo e a desigualdade social. A sociedade francesa, naquele período, era estamental, ou seja, divida em três ordens ou estados: O clero que tinha isenção tributária; a nobreza que além não pagar tributos, ainda gozava de privilégios jurídicos e, o terceiro estado, que era extremamente heterogêneo: compunha-se de alta burguesia (banqueiros, industriais e comerciantes), média burguesia (funcionários públicos e profissionais liberais), baixa burguesia (pequenos comerciantes) e a camada popular (artesãos, operários, camponeses e servos). O terceiro estado, além de não ter privilégio algum, tinha a obrigação de sustentar o Estado francês de gastos e de luxos.

Devido às fracas colheitas, a falta de alimentos, os gastos com a guerra dos sete anos e com a guerra da independência dos Estados Unidos, a França entra em grave crise financeira... O Estado convoca a Assembleia dos notáveis (clero e nobreza) para pagarem impostos. Devido à recusa destes, o rei Luis XVI convoca os Estados Gerais, ou seja, a assembléia dos representantes dos três Estados, para debaterem o assunto. Surge aí um impasse político. Em 1789, o Terceiro Estado, com o apoio dos deputados do baixo clero, declara-se em Assembléia Nacional Constituinte; inicia-se a Revolução Francesa. Logo tomam a Bastilha (prisão que representava o absolutismo francês). Os camponeses se rebelam contra os senhores, invadem propriedades, queimam documentos de servidão, provocam assassinatos e reivindicam o fim dos privilégios feudais.

A introdução da indústria moderna na Inglaterra foi, sem sombra de dúvida, uma das transformações sociais mais importantes da história daquele País. Haja vista que, foi esse advento que marcou o início do capitalismo. A industrialização também provocou mudanças na forma de produção, deu uma reorganizada no espaço geográfico e modificou as relações territoriais, sociais e políticas. Os setores industriais demandaram mão de obra, as cidades cresceram, tornando-se centros econômicos de grande importância. A criação da máquina a vapor (1769) impulsionou sobremaneira, a produção industrial. A concentração de trabalhadores em torno das fábricas consolidou a relação de trabalho assalariado...

BIBLIOGRAFIAS

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