VIOLÊNCIA ESCOLAR & CRISE DE VALORES FAMILIARES

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR

A chamada crise de autoridade familiar, ou seja, no lar (enquanto família nascida de casamento ou não) onde os pais renunciam o caráter disciplinar dos filhos remetendo tal atribuição erradamente para os professores, e quando os professores e demais especialistas em educação na prática jamais terão a autoridade equivalente aos pais, pois, professores e outros especialistas: psicopedagogos, psicólogos, médicos, dentistas, auxiliares de serviços burocráticos e até da limpeza de uma escola, só têm alguma autoridade reconhecida pela criança e ou adolescente, se em casa seus pais ou responsáveis assim o exigirem e determinarem que eles respeitem seus professores, diretores e demais pessoas envolvidas no seu processo de ensino-aprendizagem. Em uma casa em que os pais afirmam para os filhos de que devem enfrentar e contrariar seus professores: a) não estudando para fazer avaliações, advindo daí notas baixas, aí o aluno cria faz “barraca” e seus pais afirmam de que os professores marcam seu filho; b) o aluno nunca tem um dever de casa – tarefa obrigatória de todos os dias segundo o conteúdo programático de cada disciplina, o aluno rasga a folha da tarefa, não copia do quadro de giz, não faz, não pesquisa, não estuda e quando o professor pede a atividade no dia seguinte para lhe avaliar é destratado de incompetente, irresponsável, que não passou aquela tarefa, etc, etc; c) o aluno quer ficar em sala de aula com telefone celular ligado com som alto durante as aulas e com algazarras, quando é chamado atenção pelo professor, aí o bicho pega...; d) não aceita limite imposto pela escola e pelos professores, arrebenta cadeiras, ventiladores, portas, mesas, arcondiconados, torneiras, etc, etc, faz todo o tipo de confusão, só não quer estudar; e) a escola chama os pais para reunião mensalmente, expõe o fato do comportamento do filho, etc, onde os pais naquele momento dar uma de “bonzinhos” e “mascaram” de que vão levar conversar com o filho e levá-lo ao psicólogo, e que ele não vai mais comparecer a escola: trazendo celular para perturbar as aulas; etc, etc, ele vai estudar todos os conteúdos e fazer os deveres de casa, além de respeitar todo mundo no ambiente escolar: professores, gestores, colegas, etc., é um discurso muito bonito, porém, na prática diária é o samba sem partitura.

A escola deve ser um espaço de convivência direta com a família do aluno. Nada a escola poderá fazer se a família fica com raiva da escola e não quer saber das atitudes e ações praticadas no ambiente escolar por seus filhos. É a família que passa em média 20 (VINTE) horas por dia com seus filhos, a escola passa em média de 4 (QUATRO) a 5 (CINCO) horas do por dia, onde só tem a autoridade pedagógica de transmitir conhecimentos acadêmicos, se tiver planejamento didático pedagógico e se for uma profissional responsável. Quando a família deixa de lado o que o filho faz todos os dias e não acompanha seus filhos, o desastre pessoal e educacional vai persistir durante toda a vida do futuro e depois como cidadão em uma sociedade cheia de desigualdades sociais como é especialmente o Brasil. Quando se trata de violência física familiar é fácil ser identificada, tendo em vista que está relacionada e associada à disciplina e punição. O abuso sexual, outro tipo de violência familiar, tem início na primeira infância e é uma chaga que o acompanha para toda vida. As alterações comportamentais da criança e do adolescente que sofrem tais abusos são: ansiedade, depressão, baixa auto-estima, distúrbio do sono, pesadelos, desajuste social, comportamento sexualizado, desconforto genital e anal, de modo que não são poucos os casos de relatos verbais de assédio, incesto, exploração e estupro, onde a história em termos de anamnese pessoal da criança e do adolescente é muito mais importante do ponto de vista jurídico e educacional do que o próprio exame físico de constatação do fato ou do ato, ex-vi o caso de não penetração vaginal ou anal, e que a lei brasileira, pune o infrator mesmo sem ter tido relações carnais, porém, não tem como recompor as emoções e distúrbios provocados as crianças e adolescentes, suas vítimas. O abuso psicológico tem como características primárias: ansiedade, depressão, baixa auto-estima, desajuste social, prejuízo mental e sintomas psicopatológicos. A humilhação, isolamento, exploração, rejeição, degradação, terrorismo, são os principais causas. Os relatos verbais onde a agressividade e hostilidade infanto-juvenil estão presentes, inclusive tem casos que podem levar o individuo praticar suicídio. A negligência familiar, não deve ser confundida com estado de pobreza da família, pois, trata-se de descaso dos pais em relação aos seus filhos, no que refere-se à assistência, prover as necessidades primárias ou básicas do tipo: saúde, alimentação, educação respeito, afeto, etc, etc. em síntese, a violência psicológica é quase sempre praticada pelos pais ou adultos que convivem com a criança e adolescente no ambiente familiar, levando-se em consideração diversos fatores, porém, o despreparo ou desconhecimento e até mesmo os chamados transtornos (doenças) de personalidade do adulto: pais, tios, parentes próximos e até empregados domésticos, conduta bipolar, etc, etc, por analogia estarão sempre presente em suas relações pessoais:

• Repetição da história de violência na infância;

• Isolamento social;

• Gravidez na adolescência;

• Promiscuidade dos pais (vários parceiros);

• Falta de apego dos pais para com os filhos;

• Incapacidade de lidar com situações de estresse (perda de controle);

• Uso de drogas, álcool;

• Baixa escolaridade;

• Desemprego;

• Pais com transtornos psicológicos, emocionais e de personalidade.

Conforme afirma Pires (2000). Por outro lado, sem a família participante ativa da construção do conhecimento de seus filhos, a luta de educar fica pelo meio do caminho, sozinha a escola nada pode fazer, a não ser transmitir conhecimentos de que o aluno não está interessado em aprender, ele só procura aprender o que lhe é importante ou interessante em suas vidas. Uma vez que a criança ou adolescente não tem ou não encontra em casa a figura de autoridade paterna, materna ou social, que lhe imponha “limites”, principal e fundamental para o crescimento de suas emoções em todos os sentidos, entende que pode fazer tudo como quiser e na hora que entender fazer. Segundo o filósofo Fernando Savater, “as famílias não são o que eram antes, um núcleo muito amplo e hoje o único que muitas crianças contatam é a televisão, que está sempre em casa", em muitos casos destruindo seu caráter infantil e adolescente, em nome da democracia ampla, geral e irrestrita, uma vez que ainda não têm maturidade suficiente para entender as aulas informações de suas programações diárias. Irresponsavelmente, os pais afirmam de que não podem assumir qualquer autoridade em relação aos seus filhos porque o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, proíbe que assim proceda, o que não é verdade, impor limite as crianças e adolescentes não é praticar atos de violência: física, psicológica, sexual, etc. é ensinar como o mesmo deve comportar-se em uma sociedade mundial, nacional e local, que encontra-se a um toque para acessar o aparelho de televisão e internet, rede mundial de tudo que você entender e procurar que na certeza encontrará, vivemos em um mundo complexo, como complexa é a nossa civilização que procura justificar todos os seus atos e fatos, onde se exige tudo e não tem nada pronto para servir de modelo único para todos.

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FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 29/11/2012
Reeditado em 01/07/2024
Código do texto: T4011033
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