O USO DO INTERNETÊS NO DIA A DIA DO JOVEM: UMA PEQUENA ANÁLISE
Particularmente, não vejo como um grande problema, desde que seja ele – o “internetês”– apenas uma variação da língua que sirva para estudos acadêmicos – como vem servindo. É claro que não se dispensa, levando em conta a pressa dos jovens de conversarem com uma, duas, três ou mais pessoas, ao mesmo tempo, nas redes sociais, a busca de mecanismos que “agilizem” essa linguagem escrita.
Em relação à língua padrão, acredito que, com esta, não há que se preocupar; mesmo porque os educadores estão cientes do que ocorre e procuram, justamente, diferenciar aquilo que se escreve (como um dialeto) na internet daquilo ensinado nas instituições/escolas do ensino regular.
É verdade que, com tanta pluralidade existente dentro de uma mesma língua – no caso, a língua portuguesa –, faz-se necessário tomar algumas medidas para que essas variações não sejam incorporadas “precocemente” ao nosso sistema linguístico padrão – embora reconheçamos que, fatalmente, uma pequena parcela será incorporada com o passar dos tempos.
Para tanto, o professor de língua portuguesa deve sempre estar atento para, em sala de aula, trabalhar em cima dessa diversidade e confrontá-la com o que está escrito no sistema padrão.
Se formos fazer uma análise de como a forma escrita mudou, nos últimos tempos, perceberemos que essa preocupação com o “internetês” é superficial. Aliás, não é só dizer sobre como, mas dizer por que ela mudou. E é neste ponto que encontraremos respostas não tão convincentes – acredito eu – para a maioria dos educadores. Como exemplo – e talvez o mais radical, a mudança da nossa ortografia. Ora, estamos falando da língua padrão, algo em que os estudiosos têm tanto medo de mexer. Mas, diante da evolução dos tempos e, consequentemente do idioma, acaba se tornando obrigatório que se faça alterações na maneira de escrevê-lo para poder acompanhar e autenticar o surgimento de algo que, no início, era apenas potencial.
Outra coisa: se formos dar uma olhada nas formas escritas – de uma mesma palavra – que encontramos, veremos que, independentemente do “internetês”, essas variações já acontecem há bastante tempo, só que com uma roupagem diferente.
Acredito que o mais interessante nisso tudo é a compreensão do que está escrito (ou seja: se fazer entender através de) e o fato de enriquecer, dialeticamente, a língua escrita e falada, mesmo que ela agrida a forma culta da língua materna.
Agora, o mais importante: a diversidade da escrita colocada no “internetês”, apesar de ser inautêntica, serve de um estilo padronizado para quem acessa o mundo globalizado, principalmente, as redes sociais. E mais interessante é notar que, aos poucos, mesmo os mais “educados” e cumpridores das normas da língua materna, vez por outra, acabam abreviando o “você”, o “obrigado”, o “beijo”, etc. e tal.
De forma que, para um país como o Brasil, esta modalidade de escrita da internet, como ela se processa no universo dos jovens (não só jovens), é, no meu entender, uma maravilhosa contribuição de socialização, com variantes opções de dialéticas escritas, que permitem uma exploração mais rica de nossa cultura falada/escrita.
Por fim, o papel da escola é fazer, de forma sistematizada e didática, a transposição desses elementos não oficiais para a conceituação correta inserida na ortografia. Para isso, elementos como comparação, decodificação daquilo que veio lá do “internetês” de forma codificada. Enfim, tratar essas variações advindas de vários lugares e trazê-las, todas, para o campo estruturado, planificado, para que, da mesma forma que elas foram inventadas (por modismo, necessidade, esperteza, agilidade), possam ser aproveitadas, como laboratório e experiência, para o uso no currículo básico de ensino.
Mesmo porque ela já se encontra incorporada ao dia a dia do jovem e também da maioria dos demais cidadãos que usam a internet – através de computadores, celulares, tablets, etc. e tal.
Tenho certeza absoluta de que essa linguagem, que está aí, veio para ficar. Não tem como revertê-la, mesmo porque a própria ferramenta utilizada (tecnológica digital) necessita de uma comunicação mais ágil, que evite o desperdício de tempo e palavras.
Entretanto, da mesma forma que ela preocupa, ela é, também, um campo vasto para os estudos da linguística variacional e da gramática por parte dos pesquisadores. Principalmente, num país como o Brasil, onde há uma riqueza incalculável na forma dialética de estado para estado, município para município e de região para região. Absorver mais uma forma de escrita é, sem dúvidas, um prato cheio para os filólogos, especialmente nos campos da morfologia e fonologia.
Particularmente, não vejo como um grande problema, desde que seja ele – o “internetês”– apenas uma variação da língua que sirva para estudos acadêmicos – como vem servindo. É claro que não se dispensa, levando em conta a pressa dos jovens de conversarem com uma, duas, três ou mais pessoas, ao mesmo tempo, nas redes sociais, a busca de mecanismos que “agilizem” essa linguagem escrita.
Em relação à língua padrão, acredito que, com esta, não há que se preocupar; mesmo porque os educadores estão cientes do que ocorre e procuram, justamente, diferenciar aquilo que se escreve (como um dialeto) na internet daquilo ensinado nas instituições/escolas do ensino regular.
É verdade que, com tanta pluralidade existente dentro de uma mesma língua – no caso, a língua portuguesa –, faz-se necessário tomar algumas medidas para que essas variações não sejam incorporadas “precocemente” ao nosso sistema linguístico padrão – embora reconheçamos que, fatalmente, uma pequena parcela será incorporada com o passar dos tempos.
Para tanto, o professor de língua portuguesa deve sempre estar atento para, em sala de aula, trabalhar em cima dessa diversidade e confrontá-la com o que está escrito no sistema padrão.
Se formos fazer uma análise de como a forma escrita mudou, nos últimos tempos, perceberemos que essa preocupação com o “internetês” é superficial. Aliás, não é só dizer sobre como, mas dizer por que ela mudou. E é neste ponto que encontraremos respostas não tão convincentes – acredito eu – para a maioria dos educadores. Como exemplo – e talvez o mais radical, a mudança da nossa ortografia. Ora, estamos falando da língua padrão, algo em que os estudiosos têm tanto medo de mexer. Mas, diante da evolução dos tempos e, consequentemente do idioma, acaba se tornando obrigatório que se faça alterações na maneira de escrevê-lo para poder acompanhar e autenticar o surgimento de algo que, no início, era apenas potencial.
Outra coisa: se formos dar uma olhada nas formas escritas – de uma mesma palavra – que encontramos, veremos que, independentemente do “internetês”, essas variações já acontecem há bastante tempo, só que com uma roupagem diferente.
Acredito que o mais interessante nisso tudo é a compreensão do que está escrito (ou seja: se fazer entender através de) e o fato de enriquecer, dialeticamente, a língua escrita e falada, mesmo que ela agrida a forma culta da língua materna.
Agora, o mais importante: a diversidade da escrita colocada no “internetês”, apesar de ser inautêntica, serve de um estilo padronizado para quem acessa o mundo globalizado, principalmente, as redes sociais. E mais interessante é notar que, aos poucos, mesmo os mais “educados” e cumpridores das normas da língua materna, vez por outra, acabam abreviando o “você”, o “obrigado”, o “beijo”, etc. e tal.
De forma que, para um país como o Brasil, esta modalidade de escrita da internet, como ela se processa no universo dos jovens (não só jovens), é, no meu entender, uma maravilhosa contribuição de socialização, com variantes opções de dialéticas escritas, que permitem uma exploração mais rica de nossa cultura falada/escrita.
Por fim, o papel da escola é fazer, de forma sistematizada e didática, a transposição desses elementos não oficiais para a conceituação correta inserida na ortografia. Para isso, elementos como comparação, decodificação daquilo que veio lá do “internetês” de forma codificada. Enfim, tratar essas variações advindas de vários lugares e trazê-las, todas, para o campo estruturado, planificado, para que, da mesma forma que elas foram inventadas (por modismo, necessidade, esperteza, agilidade), possam ser aproveitadas, como laboratório e experiência, para o uso no currículo básico de ensino.
Mesmo porque ela já se encontra incorporada ao dia a dia do jovem e também da maioria dos demais cidadãos que usam a internet – através de computadores, celulares, tablets, etc. e tal.
Tenho certeza absoluta de que essa linguagem, que está aí, veio para ficar. Não tem como revertê-la, mesmo porque a própria ferramenta utilizada (tecnológica digital) necessita de uma comunicação mais ágil, que evite o desperdício de tempo e palavras.
Entretanto, da mesma forma que ela preocupa, ela é, também, um campo vasto para os estudos da linguística variacional e da gramática por parte dos pesquisadores. Principalmente, num país como o Brasil, onde há uma riqueza incalculável na forma dialética de estado para estado, município para município e de região para região. Absorver mais uma forma de escrita é, sem dúvidas, um prato cheio para os filólogos, especialmente nos campos da morfologia e fonologia.
Obs. Imagem da Web